Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

HOJE NA FOLHA DE SÃO PAULO

11 setembro 2006

Livros sobre Miles Davis e John Coltrane sairão no Brasil
Folha de S. Paulo - 11/9/2006- Por Carlos Calado

Por enquanto, nenhuma editora brasileira mostrou interesse pela história da Impulse, mas os dois livros anteriores de Ashley Kahn farão parte dos próximos lançamentos da editora Barracuda. O primeiro deles é "Kind of Blue", que narra os bastidores da criação do álbum homônimo do trompetista Miles Davis, gravado em 1959. Com tradução de Patricia Decia e Marcelo Orozco, esse título deve chegar às livrarias até o final do ano. Já o lançamento de "A Love Supreme", sobre o cultuado álbum de John Coltrane, está previsto para o primeiro semestre de 2007. Por já ter vivido a experiência de trabalhar para gravadoras ou de coordenar turnês musicais, Kahn imprimiu um viés diferente a "The House that Trane Built", sobre a Impulse. "Os livros sobre música não costumam se aprofundar no campo dos negócios porque os autores não têm intimidade com esse aspecto", diz o jornalista, que abriu generosos espaços tanto para depoimentos de músicos, como para produtores e executivos da indústria. "Deixei que as vozes dos entrevistados contassem a história. Um executivo preocupado com as vendas olha a música de modo diferente de um instrumentista. Todos esses pontos de vista são importantes num livro que aborda relações entre arte e comércio", diz o autor, que conversou com 75 personagens ligados à trajetória da Impulse. Kahn traça também perfis de 36 discos essenciais no catálogo do selo, incluindo detalhes das gravações.

Quando o jazz era vanguarda
Folha de S. Paulo - 11/9/2006- Por Carlos Calado

Como outros apreciadores do jazz, o jornalista Ashley Kahn lembra-se com detalhes do dia em que comprou seu primeiro álbum da Impulse. Tinha 15 anos quando viu o LP "Mingus, Mingus, Mingus, Mingus, Mingus" em uma loja de discos usados, em Cincinnati (EUA). Fanático por rock e reggae, na época, ainda não conhecia o jazzista Charles Mingus, mas decidiu levá-lo. "Odeio dizer isso, mas me interessei por causa da capa", admite Kahn, 45, falando à Folha por telefone, de New Jersey, nos EUA, onde acaba de lançar o livro "The House that Trane Built" (A casa que Trane construiu). Nele, narra a história do cultuado selo de jazz Impulse, cuja trajetória se confunde com a do saxofonista John Coltrane (1926-1967), ícone do jazz de vanguarda. Com capas duplas em papel de alta qualidade, fotos avançadas e vistosas lombadas em preto e laranja, os álbuns da Impulse se destacavam nas estantes das lojas, nos anos 60 e 70. "Claro que, se a música não fosse tão boa, a capa não importaria, mas a Impulse sabia que as pessoas comprariam discos de Coltrane, Mingus e Gil Evans, mesmo que custassem mais por causa das capas". Kahn decidiu escrever o livro ao finalizar o anterior "A Love Supreme" (Viking, 2002), que narra os bastidores da gravação do cultuado álbum homônimo de Coltrane, lançado pela Impulse, em 1965. Ao rever as dezenas de depoimentos que colheu entre músicos, produtores e executivos, percebeu que tinha material suficiente para contar a história do selo. Simultaneamente ao lançamento do livro, a gravadora Universal, hoje detentora do catálogo Impulse, lançou a série "The Impulse Story", em comemoração aos 45 anos do selo. São dez CDs com gravações de expoentes do elenco da Impulse, que chegam ao mercado brasileiro a partir de outubro (veja a relação ao lado). "Embora jamais tenha sido independente, a Impulse atuava como gravadora de jazz independente", diz Kahn. "Ela produzia música inovadora e experimental, mas era subordinada à ABC-Paramount, uma companhia de discos bem comercial, que tinha no elenco artistas pop como Paul Anka e Eydie Gourmé". O responsável por esse bolsão criativo, dentro do segmento mais comercial da indústria fonográfica dos EUA, foi o produtor Creed Taylor, que fundou a Impulse, em 1960, e já no ano seguinte contratou Coltrane. "Taylor convenceu as pessoas certas a investir no selo. Conseguiu que a máquina de uma grande gravadora de música pop trabalhasse a favor do jazz", conta Kahn.

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