
LaFaro era um jazzista ávido por novidades. Após um início acadêmico, ao lado de Barney Kessel, Ira Sullivan, Cal Tjader e até Bennie Goodman e Marty Paich, juntou-se ao então moderno piano de Bill Evans. Sua busca pelo “novo” trouxe-lhe a companhia de músicos polêmicos, como Ornette Coleman e Gunther Schüller.
Nove dias após uma curta temporada com Bill Evans no mesmo Vanguard (1960), LaFaro já estava no estúdio para gravar com dois outros promissores jazzistas, experimentados por Coltrane: Steve Kuhn (piano) e Peter LaRoca (bateria). A Polystar Jazz Library, autorizada pelo próprio Kuhn – ele detém os direitos da gravação -, lançou em outubro no Japão em CD o que Kuhn, La Faro e LaRoca gravaram no dia 29 de novembro de 1960 em Nova Iorque (Peter Ind Studio).
São quase 30 minutos em cima de 4 temas. So What (Miles) recebeu duas versões. Little Old Lady (Carmichael), Bohemia After Dark (Oscar Pettiford) e What’s New (Burke/Haggart) completam o set.
Não há a espontaneidade de um LaFaro ao vivo, muito menos o arrojo. Mas o estilo, a concepção e o poder de criatividade estão expostos nitidamente, com destaque inegável ao piano instigante (para o momento) de Kuhn. Para os que, como eu, consideram as sessões do Vanguard um marco na história do jazz, esse novo registro do talento de Scott LaFaro vem em boa hora.
Em tempo: os dois maiores solos de contrabaixo que eu já ouvi são:
1. Scott LaFaro em "My Man's Gone Now" (Sunday At Village Vanguard/1961/ Bill Evans)
2. Art Davis em "Effendi" (Inception/1962/McCoy Tyner)
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