Aí vaí, portanto a primeira resenha de muitas que esperamos publicar de mais este Doutor em jazz, que nos dá essa grande honra.
Não era Natal mas, foi uma noite feliz. Não é sempre que se tem a oportunidade de ver e ouvir um grupo da qualidade do Trio de Gilson Peranzzetta.
Gilson dispensa comentários, é um daqueles músicos que, como diz Luiz Orlando Carneiro, respira música.
Seu piano chega a ser luxuoso com as invenções melódicas, harmônicas e rítmicas que emprega com rara eficiência. Seu “Somewhere” (Bernstein-Sondheim) que abriu o show em piano solo, já mostrou o que viria depois. Presente a escola impressionista com pitadas de Debussy e frases de excelsa beleza.
Os números de trio ultrapassaram toda e qualquer expectativa, com o eficiente Paulo Russo dominando o contrabaixo, ora em contraponto com o piano, ora no walkin e nos eficientes solos que apresentou com a competência de sempre. João Cortez é um baterista sóbrio e eficiente, mostrando sua competência tanto nos solos como nas alternâncias rítmicas propostas nos arranjos.
Era uma homenagem a Oscar Peterson mas, com um plus musical de muito bom gosto adicionado por Peranzzetta, que culminou com um “Tico Tico No Fubá” visitado por “Lígia” e voando até “I’ve Got You Under My Skin”. Esse Tico Tico tinha pedigree.
Fechando a conta, podemos dizer que além de Peterson os homenageados fomos nós do CJUB e o público presente, mostrando que a boa música, tão sonegada pela mídia, está presente e independente.
Abraços para Eliana, Gilson, Paulo Russo e João Cortez. Voltem sempre.
Luiz Carlos Antunes (Llulla)
[E para um gostinho do que foi o clima do mágico concerto do Maestro Peranzzetta, clique aqui - munido de alguma paciência, claro - para ver e ouvir alguns dos acordes finais de seu estupendo Maria.]
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