Ao entrar no camarim pré-espetáculo, encontrei cinco largos sorrisos saudando-me em faces emolduradas por indumentárias elegantes, com destaque para os suspensórios e o chapéu de feltro do trombonista Gilmar Ferreira (que fez questão de mantê-lo durante todo o concerto). A acrescentar a isso, a animada discussão sobre os temas da set-list, que enchiam o recinto.
Sob a batuta do Zé Lourenço - que inclusive fez um arranjo original para "Lush Life", tema da preferência absoluta do Mestre Raf, coisa que poucos os que se apresentaram nas CJL ousaram -, os músicos conseguiram passar à audiência uma empolgação que emanava de seus instrumentos e percorria a todos na platéia. A escolha eficiente do repertório, recheado de temas tão conhecidos como a carreira e a obra de Duke e seu fiel escudeiro e homenageado da noite, Strayhorn, definitivamente contribuiram para isso.
O fato é que a banda estava em ponto de bala, trocando alguns mínimos desacertos por compensadores momentos, frutos do empenho a todo momento incentivado e cobrado pelo líder. O desempenho geral, deixou nos presentes a sensação de prazer advindo das noites em que o jazz verdadeiramente flui pelos corações e mentes.
A mencionar também o trabalho de David Hadjes, que muito ajudou na concepção e na escolha do repertório em conjunto com Zé Lourenço, dando condições plenas para que Daniel Garcia, Altair Martins, Gilmar Ferreira, Augusto Mattoso e André Tandeta, além do líder, pudessem mostrar sua arte aos aficionados que prestigiaram a noite.
Quando, mais que um show meticuloso e frio como às vezes ocorre com músicos de elevada estatura jazzística, o que nos foi entregue pelo sexteto do Zé Lourenço foi um exemplo de alegria e calor. Um presente que o Manim deu não apenas aos seus numerosos amigos e familiares mas a todos os presentes. Em resumo, uma bela noite.
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