Há uma preocupação crescente entre os europeus na escolha do repertório. Geralmente uma base de “standards”, como atestado para a avaliação do grau de criatividade dos músicos. E, claro, composições próprias. "Mi Ritorni In Mente" não foge à regra. Entre os clássicos, estão “Nature Boy” (Ahbez), “How Deep Is The Ocean” (Berlin), “Someday My Prince Will Come" (Churchill), “Billie’s Bounce” (Parker), “The Summer Knows" (Legrand) e até mesmo uma versão surpreendente para a breguíssima “Se Non Avessi Piu Te” (Migliacci).
Bollani contribui com "Dark Valley Serenade" e o tema título, "Mi Ritorni In Mente", traz a assinatura de Battisti. Bodilsen, por sua vez, monta uma apaixonada versão para um tema tradicional de seu país, “Liten Karin”.
O curioso no lançamento deste CD é que em alguns países da Europa o trio é liderado por Bollani. Em outros, por Bodilsen. Talvez uma estratégia comercial. Mas isso é irrelevante.
O que importa é que o trio consegue passar uma fina e envolvente concepção de jazz. “Mi Ritorni In Mente” é um CD imprescindível para os amantes da formação básica de trio. Bollani, com suas harmonias e improvisos de extremo bom-gosto; Bodilsen, com uma sonoridade consistente; e Lund, dono de uma elegância ímpar, conseguem um resultado no mínimo empolgante. A grata metamorfose em “Se Non Avessi Piu Te” valeria sozinha o CD.
PS. Apenas como curiosidade, o CD de Markos Resende (About Jobim... And Other Greatest Masters), gravado ao vivo em junho de 1996, na Copenhagen Jazz House, trouxe outros dois ótimos instrumentistas dinamarqueses: Mads Vinding (contrabaixo) e Nils Vinding (bateria).
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