Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

BODILSEN & BOLLANI (ou vice-versa)

15 julho 2004

A evolução do jazz na Europa, principalmente na última década, é uma constatação não só agradável como interessante. E é na formação básica de trio que os novos talentos brotam sem parar. Um exemplo é o jovem pianista de Milão (05/12/1972), Stefano Bollani, unanimidade entre os críticos, dono hoje de um estilo próprio e insinuante. Outro talento emergente é o dinamarquês Jesper Bodilsen (05/01/1970), ex-trompetista e agora um dos mais arrojados contrabaixistas europeus, seguindo a tradicional escola de seu país. Os dois, ao lado do também dinamarquês Morten Lund - é um baterista versátil e elegante - acabam de lançar pela Stunt Records um CD de rara categoria chamado “Mi Ritorni In Mente”.

Há uma preocupação crescente entre os europeus na escolha do repertório. Geralmente uma base de “standards”, como atestado para a avaliação do grau de criatividade dos músicos. E, claro, composições próprias. "Mi Ritorni In Mente" não foge à regra. Entre os clássicos, estão “Nature Boy” (Ahbez), “How Deep Is The Ocean” (Berlin), “Someday My Prince Will Come" (Churchill), “Billie’s Bounce” (Parker), “The Summer Knows" (Legrand) e até mesmo uma versão surpreendente para a breguíssima “Se Non Avessi Piu Te” (Migliacci).

Bollani contribui com "Dark Valley Serenade" e o tema título, "Mi Ritorni In Mente", traz a assinatura de Battisti. Bodilsen, por sua vez, monta uma apaixonada versão para um tema tradicional de seu país, “Liten Karin”.

O curioso no lançamento deste CD é que em alguns países da Europa o trio é liderado por Bollani. Em outros, por Bodilsen. Talvez uma estratégia comercial. Mas isso é irrelevante.

O que importa é que o trio consegue passar uma fina e envolvente concepção de jazz. “Mi Ritorni In Mente” é um CD imprescindível para os amantes da formação básica de trio. Bollani, com suas harmonias e improvisos de extremo bom-gosto; Bodilsen, com uma sonoridade consistente; e Lund, dono de uma elegância ímpar, conseguem um resultado no mínimo empolgante. A grata metamorfose em “Se Non Avessi Piu Te” valeria sozinha o CD.

PS. Apenas como curiosidade, o CD de Markos Resende (About Jobim... And Other Greatest Masters), gravado ao vivo em junho de 1996, na Copenhagen Jazz House, trouxe outros dois ótimos instrumentistas dinamarqueses: Mads Vinding (contrabaixo) e Nils Vinding (bateria).

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