É certo que perderemos horas e horas na discussão primária se o que Cullum toca é jazz ou não, se o que faz ao piano e ao microfone poderia ser classificado nessa categoria.
Se valer o que eu vi ali, uma série de músicas variando de standards à música pop (arrá!) interpretadas por ele com arranjos bem diferentes do que vimos ouvindo há anos, eu diria que Cullum toca jazz, à sua maneira.
Pilotando o piano com uma pegada personalíssima, Cullum se fez acompanhar de baixo e bateria, respectivamente por Geoff Gascoyne e Sebastian DeKrom, passando uma sensação de renovação que me pareceu interessante. Mais pelo lado da atração, se não para a pura ortodoxia jazzística da qual está bem distante, para temas clássicos cuja audição maciça - como se prevê, pois Cullum já vendeu um milhão de cópias de seu último disco, "Twentysomething" -pelos jovens vai gerar uma conexãozinha lá na frente, quando estiverem passando pela sala e seus pais ouvindo "jazz de verdade", e se interessarão em saber mais sobre aquilo ali, tocado de maneira diferente, provavelmente mais sofisticada do que como ouviram por Cullum. Mas importa, acho, o plantio dessa semente, pois corremos o grande risco de perder nossos filhos para Britneys e Rappas da vida.
Ponderando tudo isso, eu gostei do que vi e ouvi. E vou procurar conhecer melhor os discos de Jamie Cullum.
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