Apareceu no inicio ao lado de John Handy e Joe Henderson. Sua grande escola, no entanto, foi a fase fusion de Miles.
Tanto que no início da década de 70 passou a integrar o sexteto de Herbie Hancock, envolvendo-se de corpo e alma ao estilo híbrido do grupo. A carreira solo posterior seguiu o mesmo tempero de Hancock. Por isso, acabou criticado pelo trabalho quase que direcionado ao lado comercial. Mas - pelo estilo de sopro único - Eddie ultimamente vem resgatando com muita competência o seu lado mais honestamente jazzístico, mesmo dividindo seu tempo com a psiquiatria. O recentíssimo CD, “So What”, talvez seja o melhor de sua carreira, quase uma homenagem a Miles – o repertório induz a essa constatação.
Tanto no trumpete como (e principalmente) no flugelhorn, Eddie Henderson cria novas atmosferas para standards como “On Green Dolphin Street” (Kaper), “Footprints” (Shorter), “Someday My Prince Will Come” (Churchill/Morey) e “’Round Midnight” (Monk), além dos clássicos “So What” e “All Blues”, do próprio Miles. O quinteto, dos mais afinados, completa-se com o criativo sax de Bob Berg, o piano do ótimo Dave Kikoski – contemporâneo de Brandford Marsalis na Berkley -, o contrabaixo de Ed Howard e as baterias de Billy Hart – do antigo sexteto de Hancock – e de Victor Lewis.
O que transborda em “So What” é a concepção arrojada dos arranjos de Eddie, além da performance emocionante do grupo. Se a intenção era uma penitência pelas fases suspeitas do passado, ele já pode se considerar absolvido.
Em tempo: "So What" (Columbia) foi lançado nos EUA em 15/04/2003
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