A carreira do pianista e arranjador norte-americano Randy Waldman é bem interessante. Aos 12 já fazia demonstrações com pianos novos para uma loja de instrumentos musicais-seu primeiro emprego. A grande chance veio aos 21 anos, na banda de Frank Sinatra. Mas foi ao lado de George Benson, durante 7 anos, que ganharia maturidade não só como pianista mas como arranjador. Nominado ao Grammy, em parceria com o Manhattan Transfer, acabou levando o prêmio na categoria de melhor arranjo para "Somewhere", via Barbra Streisand. Em Los Angeles, Waldman envolveu-se com trilhas para a TV e o cinema.
Só em 98, com um trio formado por John Patitucci e Vinnie Colaiuta, gravou seu primeiro disco. Em 2001, o segundo CD, "UnReel", um saboroso exercício de originalidade. Waldman é um jazzista moderno, dono de uma concepção musical arrojada.
"UnReel" é uma homenagem aos temas de seriados de TV e ao cinema. Uma visão, claro, jazzística. O arranjo para "The Jetsons" - que parece missão impossível - é aula de criatividade, onde Waldman mostra de cara que teve em McCoy Tyner uma escola. Ele convocou músicos de primeira linha, como Brandford Marsalis, Ernie Watts, Tom Scott e Michael Brecker (saxes), Randy Brecker e Leo Soloff (trumpet e flugelhorn), Gary Burton (vibes), Bob McChesney(trombone), além dos parceiros Patitucci e Colauita e do substituto natural de Benson, Michael Sembello. Há também versões mais comportadas, como "My Favorite Things", "Schindler's List" e "Forrest Gump". No chatíssimo "Hawaii 5-0", outra noção brilhante de harmonia. "America", "Mannix" e "Ben Casey" foram também missões árduas.
A faixa final, "Maniac" (Flashdance) traz a voz e a guitarra de Sembello. O único tiro mais comercial do CD.
"UnReel" recebeu entusiasmadas críticas dos norte-americanos. O desafio provocado por um repertório quase todo medíocre - raras as exceções - foi facilmente vencido. Às custas de um time de jazzistas formidáveis, entre eles, este surpreendente Randy Waldman.
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