Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

D. FERREIRA, CJUB-CHIVAS JAZZ LOUNGE, 25/6/2003, EPITÁCIO, 1º set @@@½

26 junho 2003

Noite memorável reservou-nos, ontem, a 2ª edição do Chivas Jazz Lounge, apresentando o quarteto do contrabaixista e compositor Dôdo Ferreira, num projeto que vem consolidando, a cada concerto com mais êxito, sua aspiração original, de reunir em torno do jazz sem concessões, os maiores expoentes do gênero no Brasil.

O primeiro set, quase que exclusivamente dedicado a temas do líder, desde o início com o slow bluesBlue Bia”, demonstrou a excelência de Dôdo como compositor, pródigo em estabelecer comunicação instantânea com a platéia, tal o equilíbrio entre objetividade e inventividade, que caracteriza sua música.

Confiadas, então, essas melodias, todas ótimas e de apelo direto, a um grupo que, ao talento individual, alia elevadíssima interação, tudo resultaria numa noite musicalmente vitoriosa e repleta de energia contagiante.

Parente do timbre encorpado, característico de grandes contrabaixistas negros como Sam Jones, Percy Heath e Ray Brown, o baixo de Dôdo foi sempre tocado com vigor intenso, "provocando" e “chamando” os demais músicos para o interplay, não raro desaguando em pequenos interlúdios de improvisação coletiva.

Fazendo um Balanço” evocou a sonoridade do quarteto clássico de Dave Brubeck, enquanto, em “Farofa Blues”, finalmente revelou-se plena a influência maior do artista - Charlie Mingus - tanto na estrutura da composição quanto no desenvolvimento dos chorus, com destaque para o excepcional pianista Marco Tommaso, de inesgotável criatividade e impressionante fluência de idéias.

Viriam, ainda, “Cradle Song”, pequeno exercício que se exaure no próprio tema; “José no Tempo Lógico”, ressaltando o belo timbre de Daniel Garcia (sax tenor e soprano); a insinuante “Debora Blues”, pontuada pelo formidável baterista Pedro Strasser e dobrando, no final, em uptempo; além de, por fim, “Jazz Friends, Boppers no More”, linda balada musicalmente divorciada da paródia do título e que acabou rendendo justa homenagem ao produtor da noite e incansável jazzófilo, José Domingos Raffaelli, cuja emoção prenunciava o que ainda de maravilhoso estava por vir nos sets seguintes.

Bene-X

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