Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

CJUB - FELIZ ANIVERSÁRIO

16 maio 2003

Há muito anos atrás, em frente às Lojas Murray, em uma reunião semanal onde, evidentemente, o assunto era jazz, este cronista mais Luiz Carlos Antunes, Luiz Orlando Carneiro, Sylvio Tulio Cardoso e alguns outros, frequentávamos uma espécie de "mercado paralelo", no qual tínhamos acesso a LPs de Jazz, com lançamentos quase imediatos.

Nosso fornecedor era a figura extraordinária de Estevão Thomas Hermann, nosso elo com as novidades jazzísticas saídas nos EUA.

Desnecessário dizer que aguardávamos a chegada do amigo, o que acontecia pontualmente às 17:30 hs., naquele local.

Era uma verdadeira "batalha campal". Discos disputados quase "a tapa", cujos preços eram o de menos. O que nos importava era o prazer de possuí-los.

Iniciava-se, ali, uma cumplicidade jazzística entre todos, destituídos de egoísmo, pois as trocas e o empréstimo se faziam necessárias, vez que raramente havia discos em duplicata.

Formou-se, então, um grupo fechado, em que todos disputavam entre si a primazia de divulgar ao máximo algo que, para nós, além de inusitado, era extraordinariamente sonoro, em qualidade e musicalidade.

Isso tudo aconteceu no início dos anos 50, durante o "boom" jazzístico, graças ao programa "Em Tempo de Jazz", apresentado por Paulo Santos, na Rádio Ministério da Educação.

Daí surgiram clubes de jazz ou agremiações jazzísticas como os "Saúvas de Niterói", liderados por Luiz Carlos Antunes, o "Lula", general de uma tropa de choque encarregada de vasculhar novidades jazzísticas em lojas como a já citada "Murray" e a "Telétrica", na Rua Senador Dantas.

Em contrapartida, o grupo do Rio de Janeiro partiu para o contra-ataque com um time formado por mim, Oswaldo Oliveira Castro, Lousada, Oswaldo Rosa, Filipino (que, mais tarde, tornou-se um "tycoon" de discos de jazz importados).

Com todo esse movimento, as emissoras de rádio apostaram no filão "jazz". Estevão Hermann passou a apresentar um programa na Rádio Jornal do Brasil e Anphilófio Rocha Melo, na Rádio Eldorado, sendo ele o pioneiro em apresentar uma série de programas dedicados a Charlie Parker.

Surgiram, então, as famosas "jam sessions" reunindo a nata dos músicos brasileiros na época, tais como Cipó, Júlio Barbosa, Vidal, Sut Chagas, Jorginho, e muitos outros.

Nascia, no Rio de Janeiro, a primeira grande manifestação jazzística no Brasil.

O CJUB, completando um ano, certamente irá reviver esse excepcional período da década de 50, pois remanescentes daquela época integram hoje a mais nova força de divulgação do jazz.

Vale lembrar uma frase de Luiz Carlos Antunes: "O jazz é a música que faz amigos. Por isso, continuamos sendo uma grande família".

Vida longa ao CJUB !

Arlindo Coutinho

In memoriam: Sérgio Porto, Anphilofio Rocha Melo, Aramis Millarch, Armando Aflalo, Waldir Finotti. A esses, a nossa saudade.

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