Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

HISTÓRIAS DO JAZZ, 5: MACIEL NA HERD

03 setembro 2006

Essa aconteceu em setembro de 1958, quando aqui esteve a orquestra de Woody Herman cumprindo uma curta temporada com atuações na TV Rio(23 e 24), no Tijuca Tenis Club(25), Maracanãzinho e Rádio Nacional(26). O clássico coquetel oferecido à imprensa foi realizado nos estúdios da Companhia Brasileira de Discos, no Edifício Cineac, comemorando também o lançamento do primeiro suplemento dos discos Verve, representados na época por aquela gravadora.

E lá fomos nós, conhecer o maestro e seus músicos. Conversamos com Herman e sobretudo com Al Belleto, sax-barítono da banda e também líder de um sexteto integrado por músicos da orquestra. A parte musical foi proporcionada pelo piano de Moacir Peixoto que por sinal, junto ao saxofonista Casé, gravaria o LP "Good Neighbors Jazz" para a CBS, em produção do saudoso Roberto Corte Real, em companhia de contrabaixista Major Holley e do baterista Jimmy Campbell.

Estava com Leonardo Lenine de Aquino quando o trombonista Willy Denis se aproximou e nos perguntou se conhecíamos o trombonista Maciel e como poderia encontrá-lo. Lenine explicou que Maciel tocava no Dancing Avenida e que poderíamos levá-lo até lá.
Terminado o coquetel fomos descendo a Rio Branco até a Cinelândia, onde comemos uma pizza no Savoia e em seguida nos dirigimos ao Avenida para Willie Dennis encontrar Maciel. Eu eu Lenine jamais imaginamos o porquê do interesse de Dennis em Maciel. Conversa de trombonistas e nada mais? Negativo! Dia seguinte, na apresentação da banda na TV Rio, entre um número e outro Dennis olhava atento para a platéia procurando Maciel. Finalmente o localizou e falou algo ao maestro. Herman então, para surpresa geral, solicitou a presença de Maciel no palco, enquanto a banda atacava os primeiros compassos de "Body and Soul". Maciel subiu, tomou emprestado o trombone de Denis, colocou sua "mouth piece" e improvisou um ou dois "choruses" com a categoria de sempre.

Em 1978, fomos assistir ao quarteto de Gerry Mulligan na Escola Nacional de Música. Chegamos cedo e ficamos conversando com Victor Assis Brasil, o qual, ao perceber a chegada de Maciel, desculpou-se e saiu de fininho . Maciel estava em adiantado estado de embriaguez e ainda queria companhia para "tomar mais uma". Recusei o convite, alegando que o sinal já havia tocado anunciando o início do espetáculo e para não decepcioná-lo, comentei sobre a sua atuação com a banda de Herman. Ele então disparou a frase: "é, mas hoje eu vou tocar com Gerry Mulligan!"

Entrei, ocupei o meu lugar e de repente chega Coutinho dando a notícia:
"Lula, barraram a entrada de Maciel e ele quebrou a bilheteria com uma cabeçada!"

E nada mais foi dito nem perguntado.

Para quem quizer anotar, eis aí a formação da banda de Woody Herman:
Woody Herman(sa-cl) - Joe Romano, Jay Migliori, Marty Flax(st), Al Belleto(sb)-
Willie Thomas, Bob Clarke, Al Forte, Danny Striles e Hal Posey (tps) - Jim Guinn, Roger de Lillo e Willy Dennis(tbs) - Al Plank(p) - Major Holley(b) e Jimmy Campbell(dr) - Jerry Winters(vo)

Nenhum comentário: