Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho)*in memoriam*; David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels)*in memoriam*,, Pedro Cardoso (o Apóstolo)*in memoriam*, Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge), Geraldo Guimarães (Gerry).e Clerio SantAnna

21 abril 2021

 

Série: Histórias do Jazz

 

EDDIE LANG,  A  GUITARRA E O MICROFONE

 A guitarra tornou-se firmemente identificada com cada área da música popular da América do Norte do século 20 - blues, jazz, country, rock - e muitos de seus expoentes, como BB King, Django Reinhardt, Les Paul e Jimi Hendrix, são nomes conhecidos, familiares além dos limites das suas respectivas esferas.

No entanto, é altamente improvável que o instrumento tenha evoluído da forma como fez sem dois importantes fatores, ambos ocorridos em meados da década de 1920: a introdução do processo de gravação elétrica chegada em 1925 a Nova York, e o guitarrista nascido em Philadelphia, EDDIE LANG ― Salvatore Massaro em 25/out/1902, – falecido em 26/março/1933 ― foi conhecido como o pai da guitarra no jazz. Durante os anos 20 ele deu ao violão um destaque que antes faltava como instrumento solo, como parte de uma banda ou orquestra e como acompanhamento para vocalistas. Gravou duetos com os guitarristas Lonnie Johnson e Carl Kress e o violinista Joe Venuti, tocou guitarra base na big band de Paul Whiteman e foi o acompanhante favorito de Bing Crosby. Até aquele momento o banjo era o emblema da música popular, principalmente porque de todos os instrumentos musicais, era o que tinha melhor sonoridade para atravessar o penoso processo de gravação acústica. Na verdade, as gravações mais populares eram para solos de banjo, normalmente transcritas a partir de pautas para piano, e muitas vezes interpretadas por banjoistas virtuoses como o Fred Van Eps e Reser Harry.

Antes da introdução de um microfone amplificando a guitarra acústica, era raramente ouvida fora da sala de concertos, mas em círculos menos formais como na música flamenca ou dos ciganos. A nova tecnologia e Eddie Lang criaram um papel inteiramente novo para a guitarra, e no processo ajudaram a mudar o som da música popular.

Muito antes de se tornar profissional fazia música aos 16 anos em 1918, e até à sua morte em março de 1933, aos 30 anos, que resultou de complicações após uma cirurgia para extração de amigdalas!

Em um tempo relativamente curto, Eddie Lang realizou mais do que a maioria poderia esperar para fazer em várias vidas. Isto é especialmente aplicado a sua carreira discográfica, que durou entre 1924 e 1933 com 25 lados dos discos de 78rpm. Ao longo do caminho, há algumas performances familiares, muitas delas em jazz e música popular, captando Lang em companhia de nomes tão distintos como Louis Armstrong, Bix Beiderbecke, Bing Crosby, Benny Goodman, Lonnie Johnson, King Oliver, Bessie Smith e Jack Teagarden, bem como liderando seu grupo próprio de estúdio.

Eddie Lang juntou-se ao Mound City Blue Blowers logo após sua chegada em Nova York em 1924, e fez sua primeira gravação com o grupo no mesmo ano, ao fim da era acústica. O tema de abertura Best Black, de janeiro de 1925, logo após a banda voltar de uma viagem bem sucedida a Londres. Aqui Lang tinha um violão Gibson L4 que logo trocaria para o melhor som do L5, dada a introdução do microfone. Gravar melhor com instrumento melhor.

Apesar da acústica primitiva, é evidente que Eddie Lang já era um músico seguro, com um sentimento para o blues e um ouvido apurado para as possibilidades harmônicas.

Sua parceria com o violinista Joe Venuti, uma das mais frutíferas para o jazz, foi o ponto alto de inúmeras gravações, tais como Wild Cat (outro parente de Tiger Rag). A presença vibrante de Venuti em parceria com Lang reforçou muitas sessões de bandas comerciais de dança. Entre elas, Roger Wolfe Kahn por exemplo. A versão da Fred Rich Orquestra de I Got Rhythm foi apenas uma das várias contribuições em 1930 para o musical de Gershwin, Crazy Girl, e um tema que logo se tornou um marco do jazz. Executada por um vibrante Venuti com passagens de Lang, esta interpretação também se orgulha de solos do trombonista Tommy Dorsey e seu irmão, Jimmy, no saxofone alto.

O guitarrista deu contribuição essencial para muitas gravações de jazz clássico, entre elas, I'm Coming Virginia, de maio de 1927, feito com um núcleo da Orquestra Goldkette sob o nome de Frankie Trumbauer. Aqui as linhas do guitarrista estão interligadas no todo de forma brilhante, enquanto o seu apoio sublime envolve a peça central do radiante Bix. Quase dois anos depois, em março de 1929, outra obra-prima, o blues intitulado A Knockin 'Jug, caracterizado pelo solo de Lang, suavizado, um interlúdio reflexivo entre as declarações apaixonadas de Louis Armstrong e do trombonista Jack Teagarden. Entre estas duas datas auspiciosas em uma sessão de novembro 1928, o nome do compositor Clarence Williams, chegou à tona. Lang oferece suporte solidário ao solo de cornetim de Joe "King" Oliver antes de produzir uma magnífica parte de guitarra.

Com Paul Whiteman, Lang tinha atingido o auge do negócio da música, embora não fosse mais um marco na sua ilustre carreira. Quando em 1931, Bing Crosby começou a perseguir uma carreira solo, ele escolheu Eddie Lang como seu acompanhante em todos as atuações ao vivo, transmissões de rádio, filmes e gravações. Parecia inevitável que estes dois grandes artistas, eventualmente, deveriam ter unido forças, dado o papel crucial da introdução que o microfone tinha trazido em suas respectivas carreiras.

Dentro dos dois anos seguintes, e até o momento de sua morte trágica, o distinto som de guitarra de Eddie Lang, tornou-se familiar a milhões de pessoas em todo o mundo através de suas gravações com Bing Crosby.

Dentro de apenas um ano de sua morte, a reputação de Eddie Lang já tinha começado a desvanecer-se. As primeiras gravações do Quinteto do Hot Club de France - um grupo inicialmente inspirado no Joe Venuti ― Blue Four - introduziu a obra de Django Reinhardt, a qual acrescentou uma outra dimensão emocionante à guitarra elétrica no jazz.

Antes do final da década de 1930, o estilo de guitarra amplificada de Charlie Christian, a ser ouvida com o Benny Goodman Sextet, abre ainda mais possibilidades para o instrumento. No entanto, as realizações pioneiras de Eddie Lang não devem e não podem ser negligenciadas. Sem qualquer influência aparente ou mentor, ele fez todos os possíveis desenvolvimentos anteriores. Além disso, possuía uma mente aberta musicalmente e a música parecia não ter nenhum limite para ele, mas sim territórios a serem explorados, uma atitude muito menos comum no seu tempo que modernamente. De tudo, o mais irônico, então, foi ao saber-se que no ano de sua morte, seu diretório local a União de Músicos (sindicato) descrevia Eddie Lang como banjoista!

Seus sofisticados padrões de acordes o tornavam um acompanhante único, mas também era um excelente solista. Ele costumava tocar com o violinista Venuti e com Five Pennies de Red Nichols, Frankie Trumbauer e Bix Beiderbecke.

Podemos ouví-lo em notável interpretação de ADD A LITTLE WIGGLE (Milton Ager / Jack Yellen), apenas acompanhado do pianista Rube Bloom.

Gravação: New York, 29/março/1928

CRÉDITOS DO PODCAST # 566

17 abril 2021

 

LIDER

EXECUTANTES

TEMAS e AUTORES

GRAVAÇÃO

 LOCAL e DATA

LARRY EANET

Ron Hockett (cl), Larry Eanet (pi,arranjo), Tommy Cecil (bx) e Harold Summey, Jr. (bat)

SUNSET STOMP

 (Larry Eanet)

Washington, DC, 21/julho/1998

BOOKER PITMAN

Booker Pittman (ssop,vcl), Aurino (sbar), Fats Elpidio (pi), Luiz Marinho (bx) e Milton Banana (bat)

HONEYSUCKLE ROSE

(Andy Razaf / Fats Waller)

Rio de Janeiro, julho/1959

LONESOME ROAD

(Nathaniel Shilkret / Gene Austin)

ESQUIRE ALL STARS

Roy Eldridge (tp), Jack Teagarden (tb), Coleman Hawkins (st), Art Tatum (pi), Al Casey (gt), Oscar Pettiford (bx) e Sidney Catlett (bat)

BUCK JUMPIN'

(Al Casey / Ed Kirkeby)

Live at "Metropolitan Opera House", New York, 18/janeiro/1944

EUMIR DEODATO

Eumir Deodato (pi, arranjo), Paulo Moura (sa), J.T. Meirelles (st), Pedro Paulo (tp), Edson Maciel (tb), Tião Neto (bx) e Dom Um (bat)

TEMPINHO BOM

(Eumir Deodato)

Rio de Janeiro, selo Odeon, 1964

OLIVER NELSON

Thad Jones (tp), Phil Woods (sa), Phil Bodner (st), Pepper Adams (sbar), Roger Kellaway (pi), Richard Davis (bx), Grady Tate (bat) e Oliver Nelson (arranjo, direção)

BLUES O' MIGHTY

(Johnny Hodges)

Englewood Cliffs, N.J., 10/novembro/1964

CAMILLE THURMAN

Camille Thurman (vcl), Jeremy Pelt (tp), Jack Wilkins (gt), Cecil McBee (bx) e Steve Williams (bat)

I'M ON YOUR SIDE

(Angela Bofill / Jeffrey Cohen / Narada Michael Walden)

Brooklyn, NY, 9/setembro/2017

NOBLE SISSLE

NOBLE SISSLE And His International Orchestra: Wendell Culley, Clarence Brereton, Demas Dean (tp), Chester Burrill (tb), Sidney Bechet (ssop),, Harvey Boone (cl,sa), Ramon Usera (sa), James "Buster" Tolliver (st), Harry Brooks (pi), Oscar Madera (vln), Howard Hill (gt), Edward Coles (bx) e Jack Carter (bat) Noble Sissle (arranjo, direção)

POLKA DOT RAG

(Sidney Bechet / Noble Sissle / James Toliver)

Chicago, 15/agosto/1934

GEORGE CABLES

George Cables (pi), Essiet Okon Essiet (bx) e Victor Lewis (bat)

AFTER THE MORNING

(John Hicks)

Brooklyn, NY, 10/fevereiro/2015

HARRY ARNOLD

Sixten Eriksson, Weine Renliden, Bengt-Arne Wallin (tp) Arnold Johansson (tp,v-tb), Ake Persson, Andreas Skjold, George Vernon, Goran Ohlsson (tb), Arne Domnerus, Rolf Backman (sa), Carl-Henrik Norin, Bjarne Nerem (st), Johnny Ekh (sbar), Bengt Hallberg (pi), Rolf Berg (gt), Georg Riedel (bx), Egil Johansen (bat), Benny Bailey (tp), Quincy Jones (arranjo) e Harry Arnold (condução)

KINDA BLUES 

(Harry Arnold)

Live at "The Concert Hall", Estocolmo, 28/abril/1958

ROOM 608

 (Horace Silver)

MEMPHIS SLIM

Memphis Slim (pi) e Willie Dixon (bx)

AFTER HOURS

(Erskine Hawkins / Avery Parrish)

New York, janeiro/1962

CURTIS FULLER

Curtis Fuller (tb), Tate Houston (sbar), Sonny Clark (pi), Paul Chambers (bx) e Art Taylor (bat)

BONE AND BARI (Curtis Fuller)

Hackensack, N.J., 4/agosto/1957

CHARLIE BYRD

Charlie Byrd (gt), Whitey Mitchell (bx) e Bobby Schutz (bat)

JUST SQUEEZE ME

(Duke Ellington / Lee Gaines)

Live at "Village Vanguard", New York, dezembro/1960

P O D C A S T # 5 6 6

16 abril 2021

 

BOOKER PITMAN

CAMILLE THURMAN 
CHARLIE BYRD

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14 abril 2021

 

Série: Histórias do Jazz

 

BIX BEIDERBECKE

 Leon "Bix" Beiderbecke foi um dos grandes músicos de jazz da década de 1920, nascido em 1903, também um filho da Era do Jazz, se tornando uma lenda já que sendo de raça branca assimilou inteiramente os conceitos da emergente música afro-americana, porém identificando-a com um toque sutil, com linda sonoridade de seu cornetim (cornet), expurgando certa rusticidade do blues. Inegavelmente um dos primeiros passos para o que se denominou, anos mais tarde, de cool-jazz.

Bix nunca aprendeu a ler música muito bem, mas tinha um ouvido incrível mesmo como criança. Aos 3 anos reproduzia no piano a melodia da Segunda Rapsódia Húngara de Liszt. Na juventude aos 15 anos comprou um cornetim e como autodidata criou uma digitação nada ortodoxa para o instrumento. Seus pais desaprovavam sua dedicação à música popular, principalmente a "hot-music", já que sua mãe tocava órgão com peças clássicas e religiosas e um avô dirigia a Filarmônica de Davenport a cidade dos Beiderbecke. Em represália o mandaram para a escola militar de Lake Forest em Chicago em 1921, mas logo foi excluído por ignorar as rígidas normas militares e acabou mesmo tornando-se um músico profissional.

Em 1923 Beiderbecke aderiu à Orquestra Wolverine gravando no ano seguinte com Dick Voynow (piano e líder), Al Gande (tb), Jimmy Hartwell (cl), George Johnson (st), Bob Gillette (bj), Min Leibrook (tu) e Vic Moore (bat).

Bix foi muito influenciado pela Original Dixieland Jass Band, e seu líder o trompetista Nick LaRocca, mas logo superou sua imitação. Em 1924 Bix deixa os Wolverines para aderir à Orquestra de Jean Goldkette, mas sua incapacidade de ler música eventualmente resultou em perder o emprego. Em 1926, passou algum tempo com a Orquestra de Frankie Trumbauer onde ele gravou sua bela obra de piano solo "In a Mist". Também gravou alguns dos seus melhores trabalhos com Trumbauer e o guitarrista Eddie Lang, sob o nome de Tram, Bix & Eddie. Depois ingressou como solista na grande Orquestra de Paul Whiteman uma das mais populares da década de 20.

Whiteman era um grande músico e sábio homem de negócios fazendo valer estas habilidades para criar algo inusitado para a época como uma grande orquestra incorporando seção de cordas, ele próprio sendo violinista e incluindo alguns músicos de Jazz em várias épocas como além de Bix Beiderbecke (ct), Red Nichols (tp), Tommy e Jimmy Dorsey (tb e sa), Frankie Trumbauer (Cmelody-sax, sa), Jack Teagarden (tb), Red Norvo (vb), Joe Venuti (vi), Eddie Lang (gt) e cantores como Bing Crosby e Mildred Bailey. Seu produto musical era um grande híbrido segmentado em sua formação de músico clássico inserindo momentos de Jazz, tudo bem orquestrado para uma formação média de 23 a 25 músicos.

Aproveitando a magia da Era do Jazz tornou-se figura indispensável nos maiores eventos da sociedade norte-americana, principalmente como grande orquestra de concertos populares e de dança, e da mesma maneira atuou com enorme sucesso na Europa. A expressão JAZZ SINFÔNICO estará eternamente ligada à carreira musical de Paul Whiteman (*1890 †1967), inclusive cognominado de "O Rei do Jazz" para desespero dos verdadeiros jazzistas.

Em 1929 Bix começou a beber demasiado chegava a sofrer de "delirium tremens" e entrou numa terrível depressão nervosa e  Paul Whiteman resolveu tentar ajudá-lo continuando a lhe pagar com o compromisso de que voltaria para a orquestra e foi enviado aos seus pais em Davenport, Iowa para se recuperar. Bix nunca se recuperou realmente e em grande declínio não voltou  a Whiteman. Ele dizia que sempre tinha alguém para oferecer uma dose de gim.

Retornou a Nova Iorque em 1930 e fez alguns registros mais com seu amigo Hoagy Carmichael e sob o nome de Bix Beiderbecke & his Orchestra, mas apesar de contar com all-stars  tais como: Jack Teagarden (tb), Benny Goodman (cl), Min Leibrook (sax baixo), Matty Malneck, Joe Venuti (vln) Frank Signorelli (pi), Jimmy Dorsey, Pee Wee Russell (cl,sa), Bud Freeman (st), Irving Brodsky (pi) Eddie Lang (gt) e Gene Krupa (bat), essas últimas gravações de 8 e 15 de setembro daquele ano foram decepcionantes.

Morreu com a idade de 28 em 1931 durante um coma alcoólico. A causa oficial da morte foi pneumonia seguido de edema no cérebro.

Deixou 91 peças gravadas desde os Wolverines em 1924 a Carmichael em 1930. Algumas de suas maiores interpretações e notadamente transformadas em grande sucesso: Fidgety Feet, Lazy Daddy, Sensation Rag, Copenhagen, Riverboat Shuffle, Royal Garden Blues, Jazz Me Blues, Clarinet Marmalade, Singin' The Blues, I'm Coming Virginia e Clementine.

Tornou-se famosa a estória de Bix que atuando na orquestra requintada e "sinfônica" de Paul Whiteman, costumava colocar um jornal na estante fingindo ler a partitura. Quando dos ensaios enrolava um pouco no início das “ensembles”, mas depois de duas ou três passagens já tinha tudo de cor, contudo na hora de solar levantava-se e então, ficava à vontade. Whiteman sabia de tudo, mas estava mais interessado justamente nas exuberantes passagens solo que Bix proporcionava.

Grandes trompetistas e cornetistas da história do jazz nos anos 30 foram influenciados por Bix, tais como: Jimmy McPartland, Bobby Hacket, Bunny Berigan, Wild Bill Davidson, Max Kaminsky, Ruby Braff todos de raça branca e ainda Rex Stewart um afro-americano.

 Podemos ouvir uma de suas melhores gravações com o grupo: Frankie Trumbauer and his Orchestra With Bix And Lang: Bix Beiderbecke (cnt), Bill Rank (tb), Frankie Trumbauer (c-mel), Jimmy Dorsey (cl,sa), Paul Mertz (pi), Howdy Quicksell (bj), Eddie Lang (gt), Chauncey Morehouse (bat)

 SINGIN' THE BLUES (Con Conrad / Sam M. Lewis / J. Russel Robinson / Joe Young) ― New York, 4/fevereiro/1927




C MELODY SAX  - nome dado ao saxofone afinado em dó, um tom acima do tenor usual, instrumento originalmente criado para obras sinfônicas em virtude de seu timbre mais delicado e do colorido tonal. No Jazz foi pouco usado tendo sido seu maior cultor Frankie Trumbauer (⁕1901 †1956) nos anos 20 ao lado do cornetista Bix Beiderbecke (⁕1903 †1931).


CRÉDITOS DO PODCAST #565

11 abril 2021

 

LIDER

EXECUTANTES

TEMAS e AUTORES

GRAVAÇÃO  LOCAL / DATA

STEVE GROSMAN

Steve Grossman (st), Juini Booth (bx) e Joe Chambers (bat)

BYE BYE, BLACKBIRD

 (Mort Dixon / Ray Henderson)

Milan, Italia, 24/julho/1984

FOUR (Miles Davis)

FRANK MORGAN

Frank Morgan (sa), Art Farmer (flh,tp), Lou Levy (pi), Eric von Essen (bx) e Albert "Tootie" Heath (bat)

BLUE MINOR

 (Sonny Clark)

Live at, "Kimball's East", Emeryville, CA, 27/maio/1989

DON'T BLAME ME

 (Dorothy Fields / Jimmy McHugh)

RUBY BRAFF

Ruby Braff (cnt), Scott Hamilton (st) John Bunch (pi), Chis Flory (gt), Phil Flanigan (bx) e Chuck Riggs (bat)

ROMANCE IN THE DARK

 (Lillian "Lil" Green)

New York, 28/ fevereiro/1985

ROCKI’N CHAIR

(Hoagy Carmichael) 

JOE LOCKE

Joe Locke (vib), David Hazeltine (pi), Essiet Okon Essiet (bx) e Billy Drummond (bat)

SPRING WILL BE A LITTLE LATE THIS YEAR

 (Frank Loesser) 

Brooklyn, NY, 14/setembro/1998

CAN WE TALK? 

(David Hazeltine)

LOUIS HAYES 

Riley Mullins (tp), Abraham Burton (st), David Hazeltine (pi), Santi Debriano (bx) e Louis Hayes (bat)

DECISION (Sonny Rollins)

New York, 26/março/1999

THAT'S THE THING 

(Riley Mullins)

GEORGE GRUNTZ

Raymond Court (tp), Marcel Peeters (sa), Barney Wilen (st), George Gruntz (pi,arranjo), Karl Theodor Geier (bx) e Kenny Clarke (bat)

MUSIC FOR NIGHT CHILDREN

 (George Gruntz)

Zurich, Suiça, 29/outubro/1961

THE PROPOSAL

 (George Gruntz)

KEN PEPLOWSKI

Ken Peplowski (st), Ted Rosenthal (pi), Gary Mazzaroppi (bx) e Jeff Brillinger (bat)

DREAM DANCING (Cole Porter)

New York, 18/novembro/2005

P O D C A S T # 5 6 5

09 abril 2021

 

LOUIS HAYES
RUBY BRAFF & SCOTT HAMILTON
JOE LOCKE


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07 abril 2021

 

Série: Histórias do Jazz

 JELLY ROLL MORTON

 Jelly Roll Morton, nome artístico, de Ferdinand Joseph La Menthe Morton foi um pianista, compositor e arranjador. Viveu de 20 de outubro/1890 a 10 de jullho/1941.  Morton se notabilizou não só como um proeminente pianista de jazz combinando elementos do ragtime, blues e vaudeville em um estilo muito próprio como também foi o primeiro compositor de jazz realmente significante. Destacando-se depois a partir de 1926 como excelente arranjador com seu grupo RED HOT PEPPERS.

Morton pegou emprestado uma variedade de estilos, incluindo música latino-americana, que ele referia como o “matiz espanhol” em suas canções. Ainda assim, sua música permaneceu enraizada no arranjos básicos de ragtime e blues de Scott Joplin e W. C. Handy.

O estilo de piano de Morton foi formado a partir do ragtime inicial o "shout" (1) e “stomps” (2), que também evoluiu separadamente para a escola de piano de Nova York. A forma de tocar de Morton também estava perto do barrelhouse, que produziu o boogie-woogie.

Morton estipulava que para ser uma bom pianista de jazz teria de procurar a imitação de uma banda. Suas composições foram concebidas orquestralmente, com uma maravilhosa capacidade de criar melodias. Ele também incorporava às suas composições elementos musicais em seu famoso discurso sobre jazz tais como: — riffs, breaks, introduções, mudanças dos acordes, etc. Salientou também a importância de escolher tempos corretos para cada melodia sem aceleração e considerando o uso da dinâmica essencial com ênfase no ritmo.

Morton deixou bem claro que estes princípios deviam ser estritamente respeitados por outros músicos quando ao tocar ou gravar e se queixou de que suas composições foram algumas vezes descaracterizadas pelo desempenho incorreto.

Morton gravou todas suas composições como solos de piano ou em performances de grupo em seu próprio nome durante sua carreira, com duas excepções: Milenberg, um piano solo para Gennett em 1924, mas foi rejeitada e não emitida — a matrix nunca foi encontrada, e onze meses anteriores, em julho de 1923, Morton tinha ido aos estúdios da Gennett, ao mesmo tempo que os New Orleans Rhythm Kings e acabou substituído pelo pianista Kyle Pierce em três músicas, uma das quais foi Milenberg.

A maior de todas as bandas de jazz clássicas, lideradas pelo bom amigo de Morton ― Joe King Oliver, gravou Froggie Moore Rag, uma composição de três temas que incorpora uma mudança fundamental na estrutura e London Café Blues, com base em uma sucessão de breaks, um dispositivo musical que Morton e Joe Oliver particularmente apreciavam.

Nos anos 20 as composições de Morton se tornaram populares sem dúvida pela disponibilidade das partituras publicadas por Tin Pan Alley.

Nos anos de 1925 e 26 vários importantes grupos além dos New Orleans Rhythm Kings em New Orleans gravaram composições de Morton tais como:  Em Kansas City ― Bennie Moten com Midnight Mama, em St. Louis ― Charlie Creath com Grandpa's Spells, em Chicago ― Doc Cook com Sidewalk Blues e em New York Henry Busse com Milenberg Joys todos temas de Morton usando seus próprios arranjos.

Morton alegou ter escrito King Porter Stomp homenageando seu amigo pianista Porter King nos primeiros anos do século 20. Quanto a Kansas City Stomp Jelly explicou que a peça não veio de Kansas City mas foi composta quando estava em Tijuana, México e dedicada à cidade de Kansas. Jelly Roll Blues era originalmente conhecida como The Blues of Chicago.

Abaixo uma lista das mais expressivas composições de Jelly Roll Morton:

Big Foot Ham; Black Bottom Stomp; Burnin' the Iceberg; The Crave; Creepy Feeling; Doctor Jazz Stomp; The Dirty Dozen; Fickle Fay Creep; Finger Buster; Freakish; Frog-I-More Rag; Good Old New York; Grandpa's Spells; Jungle Blues; Kansas City Stomp; King Porter Stomp;  London Blues; Mama Nita; Milenberg Joys; Mint Julep; My Home Is in a Southern Town; New Orleans Bump; Pacific Rag; The Pearls; Pep; Pontchartrain; Red Hot Pepper; Shreveport Stomp; Sidewalk Blues; Stratford Hunch; Sweet Substitute; Tank Town Bump; Turtle Twist; The Crave; Why? e Wolverine Blues

Várias das composições de Morton eram homenagens musicais a si próprio, incluindo ― Winin' Boy, The Jelly Roll Blues, The Original Jelly-Roll e Mr. Jelly Lord. Morton alegou também ter escrito algumas músicas que ficaram com copyright atribuído a outros, incluindo Alabama Bound e Tiger Rag (??).

Red Hot Peppers foi uma banda para gravação liderada por Jelly Roll de 1926 a 1930. A banda variando de sete a oito integrantes formada em Chicago e gravando para Victor, apresentava os melhores músicos “freelance” do estilo de Nova Orleans disponíveis.

As gravações feitas pelo grupo em Chicago em 1926-1927, como "Black Bottom Stomp", "Smoke-House Blues" e "Doctor Jazz" estabeleceram um padrão para pequenos grupos de jazz. Morton como compositor e arranjador é de suma importância se refletindo na estrutura das peças, que combina clareza com variedade e consegue manter um equilíbrio entre o conjunto e o solo permitido a cada músico da banda. A qualidade das apresentações era ainda melhorada pelos ensaios cuidadosos que a banda fazia antes das gravações, algo incomum nas primeiras apresentações dos grupos de jazz.

Em 1928, Morton mudou-se para Nova York, onde continuou a fazer gravações com o nome de Red Hot Peppers, mas colaborou com músicos de outras orquestras. Em 1930, o nome Red Hot Peppers não era mais usado.

As gravações feitas pelos Red Hot Peppers constituíram uma contribuição significativa para a indústria fonográfica, em seu auge ao final da década de 1920 e anos 1930. A mistura magistral de composição e improvisação demonstrada por Morton e seus colegas abriu um precedente para o jazz em relação a outros grupos.

Dentre as várias peças consideradas verdadeiras obras de arte podemos ouvir uma das mais significativas ilustrando tudo que foi dito acima:

Jelly Roll Morton's Red Hot Peppers: George Mitchell (cnt), Kid Ory (tb), Omer Simeon (cl), Jelly Roll Morton (pi), Johnny St. Cyr (bj), John Lindsay (bx) e Andrew Hilaire (bat).

BLACK BOTTOM STOMP (Jelly Roll Morton) - Chicago, 15/setembro/1926


(1) SHOUT - literalmente grito e é usado para caracterizar um estilo de se cantar o blues com uma interpretação possante, quase gritada. Por certo, uma herança da era da escravidão através do canto das plantações do sul dos EUA, o field-holler. O termo é empregado também para execuções instrumentais onde o “approach” é deliberadamente poderoso. Approach o termo em inglês que musicalmente refere-se à abordagem de uma execução, ou seja a maneira de tratar uma apresentação musical, com forte ataque.

(2) STOMP - em inglês o verbo "to stomp" significa bater firme o pé, marchar cadenceado e curiosamente foi empregado o seu substantivo como referência próxima ao swing. O termo STOMP nos anos 20 designava simplesmente uma música sincopada, sendo ou não especificamente Jazz. É muito comum encontrar em anúncios de espetáculos da época que determinado músico iria executar blues, ragtimes e STOMPS. Morton compôs vários stomps. Na era das big bands o termo passou a se referir a uma música com intenso swing, favorável à dança como o tema Stompim’ At The Savoy ou I’m Gonna Stomp Mr. Henry Lee.

CRÉDITOS DO PODCAST # 564

03 abril 2021

 

LIDER

EXECUTANTES

TEMAS e AUTORES

GRAVAÇÃO

LOCAL e DATA

ANITA O’DAY

The Big Band Concert: Anita O'Day (vcl), John Frosk, Randy Brecker, Virgil Jones, Joe Wilder (tp), Urbie Green, Jim Pugh, Birch Johnson (tb), Alan Raph (b-tb), Richie Cole, Jerry Dodgion, Lawrence Feldman (sa), Frank Wess (st,,fl) Alex Foster (st), Larry Charles (sbar), Hank Jones (pi), Jay Leonhart (bx), John Poole (bat), Roy Eldridge (vcl) e Roger Neumann (condução e arranjo)

(*) participação de Roy Eldridge - vocal

OPUS ONE (Sid Garris / Sy Oliver)

Concert at  "Carnegie Hall", New York, 24/maio/1985

HONEYSUCKLE ROSE

 (Andy Razaf / Fats Waller)

SWEET GEORGIA BROWN

 (Maceo Pinkard / Ben Bernie / Kenneth Casey)

FOUR BROTHERS (Jimmy Giuffre)

P. TOWN (Al Cohn)

'S Wonderful

 (George Gershwin / Ira Gershwin)

They Can't Take That Away from Me

 (George Gershwin / Ira Gershwin)

I CAN'T GET STARTED

(Vernon Duke / Ira Gershwin)

AND HER TEARS FLOWED LIKE WINE

 (Joe Green / Stan Kenton)

BOOGIE BLUES (Remo Biondi)

LET ME OFF UPTOWN  (*)

(Earl Bostic / Redd Evans)

I GET A KICK OUT OF YOU

(Cole Porter)

I’LL SEE YOU IN MY DREAMS

 (Isham Jones / Gus Kahn)

P O D C A S T # 5 6 4

02 abril 2021

                                                                                                   JAZZ IN CONCERT

ANITA O'DAY


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