Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

P O D C A S T # 5 6 8

30 abril 2021

MÚSICO EM FOCO   CLAUDE BOLLING


 



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28 abril 2021

 

Série: Histórias do Jazz

 THE AUSTIN HIGH SCHOOL GANG

 Em 1922 seis garotos da AUSTIN HIGHT SCHOOL no lado leste de Chicago formaram uma pequena banda. Eram entusiastas de música tanto quanto muitos outros jovens e a sorte foi pertencerem a um colégio interessado também em música. Todos tocavam violino exceto Bud Freeman, o novato do bando.

Além do violino, Jim Lannigan tocava piano e Jimmy McPartland o cornetim e seu irmão mais velho Dick o banjo e guitarra. Bud Freeman tocava o C-melody sax naquele tempo ainda um tanto popular, mas logo anos depois passou para o sax-tenor o que fez pelo resto de sua vida profissional. Frank Teschemacher era também um dos integrantes do grupo e na época estudava o sax-alto, mas ainda executava o violino, Dave North pianista. As idades do grupo alcançavam desde o caçula Jimmy McPartland com 14 anos, Jim Lannigan e Dick com 17, Teschemacher e Bud Freeman também com 16 este um pouco mais novo.

O interesse era tão grande que além de praticarem ensaiando no colégio o faziam em casa e até mesmo em um apartamento vazio do pai de um deles.

Dominados pela mesma ambição passaram a se apresentar em cinemas, restaurantes e festas. Como eram oriundos da classe média em princípio poderiam tocar por hobby o que lhes deu uma maior liberdade musical, tocavam aquilo que realmente queriam e gostavam, sem nenhuma imposição comercial.

Nesta época conheceram a Al Johnson Orchestra ouvida em um teatro local que impressionou o grupo inspirando a executarem peças de caracter mais dançante passando então a participar das tardes dançantes no colégio Austin realizadas aos sábados de 15 às 17:30h. Aprovados pela associação de pais como uma forma social e saudável de entretenimento para os alunos.

Muitos jovens da região desejaram participar da banda, alguns como Benny Goodman desenvolvendo seu talento, mas muitos interessados em certas "mordomias" tal como uma viagem gratuita ao acampamento de verão do colégio.

A pequena banda se apresentava, além do colégio, em festas nas casas dos colegas estudantes. Praticando dia e noite muitas vezes os estudos formais eram esquecidos.

Na cidade, em Austin, havia uma popular sorveteria The Spoon and the Straw que possuía um fonógrafo automático (jukebox) e um certo dia alguém colocou um niquel e escolheu uma música. Uma tremenda descoberta foi feita! Nada mais, nada menos que uma gravação dos New Orleans Rhythm Kings (NORK), dirigida pelo cornetista Paul Mares de New Orleans e junto George Brunies ao trombone, Leon Roppolo clarinete, Mel Stitzel ao piano e Ben Pollack à bateria. O disco foi tocado exaustivamente e a melodia era TIN ROOF BLUES, (George Brunies / Paul Mares / Walter Melrose / Ben Pollack / Mel Stitzel) a primeira gravação dos NORK em 1923. Era a primeira vez que tinham conhecimento daquele tipo de música e naturalmente logo encantou a "gang" da Austin High School.

The Rhythm Kings, a quem os jovens Chicagoanos ouviam pela primeira vez tinham crescido junto com o Jazz de New Orleans, agora como veteranos vinham a influenciar outros jovens.

The Austin High School Gang, como passaram a ser conhecidos, não tinham outro ambiente tão oportuno para desenvolver seu estilo musical, calcado no ragtime, mas já era o Jazz presente, aquilo que ouviam na “jukebox” a Austin Gang imediatamente iniciou a estudar, não era mais importante ler as partituras e sim se dedicar às improvisações contrapontísticas entre os sopros, o aquecimento do rítmo e a incomparável tonalidade blues.

Mais tarde quando puderam ouvir as gravações da Gennett e Okeh feitas por Bix Beiderbecke e os Wolverines e pela King Oliver's Creole Jazz Band, realmente se tornaram uns jazzistas. O impacto da música de New Orleans havia passado e eles próprios inclusive começaram a criar seu estilo o Jazz de Chicago.

Vários outros jovens e talentosos músicos foram seguindo o caminho da “hot-music” e assim juntaram-se ao grupo: Eddie Condon (banjo, guitarra), os bateristas Dave Tough, George Wettling e Gene Krupa, Floyd O'Brien (trombone), Muggsy Spanier (cornet), Mezz Mezzrow, Benny Goodman e Rodney Cless (clarinete e saxes), Joe Sullivan, Jess Stacy, Art Hodes, Frank Melrose pianistas e Red McKenzie que além de vocal tocava um inusitado instrumento o "pente e papel" (comb-and-paper) procurando imitar o cornet.

Muitas vezes o grupo tocava no Lewis Institute e a tarde era chamada de "tea dances" (chá dançante) no mesmo modelo daquelas ocorridas na Austin School. Cada um recebia em torno de 50 cents pela tarde. Ocasionalmente Benny Goodman e Joe Sullivan tocavam com eles. Um dos maiores sucessos era uma peça hoje tradicional do dixieland JAZZ ME BLUES (Tom Delaney) e algumas do repertório dos New Orleans Rhythm Kings.

Um dos fatores que sempre deixavam os ouvintes intrigados era a ausência de partituras, vez por outra passavam um pequeno papel que continha a harmonia base e o número de choruses dos solos, e nada mais, liam colocavam de lado e saíam tocando.

Todos os membros da "gang" fizeram carreira musical mas o pianista David North desapareceu no tempo não se tendo notícia.

Na verdade o grupo nunca formalizou uma banda comercial e não tiveram oportunidade de alguma gravadora ou alguém do ramo se interessar em fazer registros não havia por parte dos jovens ainda um profissionalismo.

Todos os músicos da gang foram crescendo e se garantindo em suas próprias carreiras, no entanto alguns chegaram a formar pequenos grupos e aí tiveram seus registros fonográficos.

Podemos então ouvir um desses grupos formado por membros da “gang”:

Jimmy McPartland (cnt), Frank Teschmacher (cl), Bud Freeman (st), Joe Sullivan (pi), Eddie Condon (bj), Jim Lannigan (bx) e Gene Krupa (bat) - Chicago, 8/dezembro/1927 – selo Okeh Records.

Um dos grandes clássicos "CHINA BOY" uma canção de 1922 escrita por Phil Boutelje e Dick Winfree. Foi introduzida no vaudeville por Henry E. Murtagh e popularizada pela gravação de Paul Whiteman na Columbia de 1929 com Bix Beiderbecke. A música se tornou um padrão de jazz e foi gravada por, entre outros: Louis Armstrong, Mildred Bailey, Sidney Bechet, Gene Kardos, Benny Goodman, Lionel Hampton, Isham Jones, Red Nichols, Charlie Parker, Django Reinhardt e Fats Waller.


CRÉDITOS DO PODCAST # 567

24 abril 2021

 

LIDER

EXECUTANTES

TEMAS e AUTORES

GRAVAÇÃO LOCAL e DATA

DOC CHEATHAM 

Doc Cheatham (tp), Jerry Zigmont (tb), Sammy Rimington (sa), Jon Marks (pi), Arvell Shaw (bx) e John Russell (bat)

THEM THERE EYES

 (Maceo Pinkard, Doris Tauber e William Tracey)

Live at "Sweet Basil", Greenwich Village, New York, 18/abril/1992

BILLIE HOLIDAY

Billie Holiday (vcl) With Sy Oliver And His Orchestra : Bernie Privin, Tony Faso, Dick Vance (tp), Henderson Chambers, Mort Bullman (tb), George Dorsey, Johnny Mince (sa), Budd Johnson, Freddy Williams (st), Eddie Barefield (cl), Horace Henderson (pi), Everett Barksdale (gt), George Duvivier (bx), Cozy Cole (bat), Billie Holiday (vcl) e Sy Oliver (arranjo, condução)

New York, 29/agosto/1949

BENNY GOODMAN

Charlie Shavers (tp), Benny Goodman (cl), Benny Carter (sa), Dave Cavanaugh (st), Joe Koch (sbar), Red Norvo (vib), Jimmy Rowles (pi), Irving Ashby (gt), Red Callender (bx) e Lee Young (bat)

Los Angeles, 29/maio/1947

DIDIER LOCKEWOOD

Didier Lockwood (vln), Bireli Lagrene (gt) e Niels-Henning Orsted Pedersen (bx)

BARBIZON BLUES

(Didier Lockwood)

Paris, 9/dezembro/1999

SARAH VAUGHAM & CLIFFORD BROWN

Sarah Vaughan (vcl), Clifford Brown (tp), Herbie Mann (fl), Paul Quinichette (st), Jimmy Jones (pi), Joe Benjamin (bx), Roy Haynes (bat) e Ernie Wilkins (arranjo,direção)

IT’S CRAZY

(Dorothy Fields / Richard Rodgers)

New York, 18/dezembro/1954

LAWRENCE SIEBERTH

Lawrence Sieberth (piano solo)

BEALE STREET BLUES

(W.C. Handy)

New Orleans,

 c. 2003

STEVE DAVIS 

Eddie Henderson (tp), Steve Davis (tb), Eric Alexander (st), Harold Mabern (pi), Nat Reeves (bx) e Joe Farnsworth (bat)

SHORTCAKE (J.J. Johnson) 

New York, 1/dezembro/2014

DONALD BROWN

Donald Brown (pi), Essiet Okon Essiet (bx) e Billy Kilson (bat)

KILLER JOE (Benny Golson) 

Paris, 23/maio/2000

EDDIE DANIELS

Eddie Daniels (st), Joe Locke (vib), Tom Ranier (pi), David Finck (bw) e Joe LaBarbera (bat)

FALLING IN LOVE WITH LOVE

 (Richard Rodgers / Lorentz Hart)

Live at "Iridium Jazz Club", New York, 22/outubro/2006

CONNIE JONES III

Connie Jones' Crescent City Jazz Band : Conrad "Connie" Jones (cnt) Charlie Bornemann (tb,vcl), Brian Ogilvie (cl), Paul Assaro (pi), Ed Wise (bx) e Russ Williams (bat)

MANDY, MAKE UP YOUR MIND

 (Grant Clarke / Arthur Johnston / George W. Meyer / Roy Turk)

New Orleans, c. 1999

  SWISS JAZZ ORCHESTRA

Stephan Geiser (tp,co-ldr), Johannes Walter, Daniel Woodtli, Thomas Knuchel (tp), Vincent Lachat, Rene Mosele, Ernhard Barnert (tb), Reto Zumstein (b-tb), George Robert, Adrian Pflugshaupt (sa), Till Grunewald, Klaus Widmer (st), Neta Noren (sbar), Philip Henzi (pi), Lorenz Beyeler (bx), Tobias Friedl (bat) e Don Menza (arranjo, direção)

GROOVE BLUES

 (Louie Bellson / Mal Waldron)

Live at  Bierhübeli, Berna, Suiça, 7/junho/2005

 

J.J. JOHNSON

J.J. Johnson (tb), Terence Blanchard (tp), Ralph Moore (st) , Stanley Cowell (pi), Rufus Reid (b), Victor Lewis (bt)

KENYA (J.J. Johnson) 

New York, 9/dezembro/1992

P O D C A S T # 5 6 7

23 abril 2021

 

DOC CHEATAM
DIDIER LOCKEWOOD 
CONNIE JONES III 

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21 abril 2021

 

Série: Histórias do Jazz

 

EDDIE LANG,  A  GUITARRA E O MICROFONE

 A guitarra tornou-se firmemente identificada com cada área da música popular da América do Norte do século 20 - blues, jazz, country, rock - e muitos de seus expoentes, como BB King, Django Reinhardt, Les Paul e Jimi Hendrix, são nomes conhecidos, familiares além dos limites das suas respectivas esferas.

No entanto, é altamente improvável que o instrumento tenha evoluído da forma como fez sem dois importantes fatores, ambos ocorridos em meados da década de 1920: a introdução do processo de gravação elétrica chegada em 1925 a Nova York, e o guitarrista nascido em Philadelphia, EDDIE LANG ― Salvatore Massaro em 25/out/1902, – falecido em 26/março/1933 ― foi conhecido como o pai da guitarra no jazz. Durante os anos 20 ele deu ao violão um destaque que antes faltava como instrumento solo, como parte de uma banda ou orquestra e como acompanhamento para vocalistas. Gravou duetos com os guitarristas Lonnie Johnson e Carl Kress e o violinista Joe Venuti, tocou guitarra base na big band de Paul Whiteman e foi o acompanhante favorito de Bing Crosby. Até aquele momento o banjo era o emblema da música popular, principalmente porque de todos os instrumentos musicais, era o que tinha melhor sonoridade para atravessar o penoso processo de gravação acústica. Na verdade, as gravações mais populares eram para solos de banjo, normalmente transcritas a partir de pautas para piano, e muitas vezes interpretadas por banjoistas virtuoses como o Fred Van Eps e Reser Harry.

Antes da introdução de um microfone amplificando a guitarra acústica, era raramente ouvida fora da sala de concertos, mas em círculos menos formais como na música flamenca ou dos ciganos. A nova tecnologia e Eddie Lang criaram um papel inteiramente novo para a guitarra, e no processo ajudaram a mudar o som da música popular.

Muito antes de se tornar profissional fazia música aos 16 anos em 1918, e até à sua morte em março de 1933, aos 30 anos, que resultou de complicações após uma cirurgia para extração de amigdalas!

Em um tempo relativamente curto, Eddie Lang realizou mais do que a maioria poderia esperar para fazer em várias vidas. Isto é especialmente aplicado a sua carreira discográfica, que durou entre 1924 e 1933 com 25 lados dos discos de 78rpm. Ao longo do caminho, há algumas performances familiares, muitas delas em jazz e música popular, captando Lang em companhia de nomes tão distintos como Louis Armstrong, Bix Beiderbecke, Bing Crosby, Benny Goodman, Lonnie Johnson, King Oliver, Bessie Smith e Jack Teagarden, bem como liderando seu grupo próprio de estúdio.

Eddie Lang juntou-se ao Mound City Blue Blowers logo após sua chegada em Nova York em 1924, e fez sua primeira gravação com o grupo no mesmo ano, ao fim da era acústica. O tema de abertura Best Black, de janeiro de 1925, logo após a banda voltar de uma viagem bem sucedida a Londres. Aqui Lang tinha um violão Gibson L4 que logo trocaria para o melhor som do L5, dada a introdução do microfone. Gravar melhor com instrumento melhor.

Apesar da acústica primitiva, é evidente que Eddie Lang já era um músico seguro, com um sentimento para o blues e um ouvido apurado para as possibilidades harmônicas.

Sua parceria com o violinista Joe Venuti, uma das mais frutíferas para o jazz, foi o ponto alto de inúmeras gravações, tais como Wild Cat (outro parente de Tiger Rag). A presença vibrante de Venuti em parceria com Lang reforçou muitas sessões de bandas comerciais de dança. Entre elas, Roger Wolfe Kahn por exemplo. A versão da Fred Rich Orquestra de I Got Rhythm foi apenas uma das várias contribuições em 1930 para o musical de Gershwin, Crazy Girl, e um tema que logo se tornou um marco do jazz. Executada por um vibrante Venuti com passagens de Lang, esta interpretação também se orgulha de solos do trombonista Tommy Dorsey e seu irmão, Jimmy, no saxofone alto.

O guitarrista deu contribuição essencial para muitas gravações de jazz clássico, entre elas, I'm Coming Virginia, de maio de 1927, feito com um núcleo da Orquestra Goldkette sob o nome de Frankie Trumbauer. Aqui as linhas do guitarrista estão interligadas no todo de forma brilhante, enquanto o seu apoio sublime envolve a peça central do radiante Bix. Quase dois anos depois, em março de 1929, outra obra-prima, o blues intitulado A Knockin 'Jug, caracterizado pelo solo de Lang, suavizado, um interlúdio reflexivo entre as declarações apaixonadas de Louis Armstrong e do trombonista Jack Teagarden. Entre estas duas datas auspiciosas em uma sessão de novembro 1928, o nome do compositor Clarence Williams, chegou à tona. Lang oferece suporte solidário ao solo de cornetim de Joe "King" Oliver antes de produzir uma magnífica parte de guitarra.

Com Paul Whiteman, Lang tinha atingido o auge do negócio da música, embora não fosse mais um marco na sua ilustre carreira. Quando em 1931, Bing Crosby começou a perseguir uma carreira solo, ele escolheu Eddie Lang como seu acompanhante em todos as atuações ao vivo, transmissões de rádio, filmes e gravações. Parecia inevitável que estes dois grandes artistas, eventualmente, deveriam ter unido forças, dado o papel crucial da introdução que o microfone tinha trazido em suas respectivas carreiras.

Dentro dos dois anos seguintes, e até o momento de sua morte trágica, o distinto som de guitarra de Eddie Lang, tornou-se familiar a milhões de pessoas em todo o mundo através de suas gravações com Bing Crosby.

Dentro de apenas um ano de sua morte, a reputação de Eddie Lang já tinha começado a desvanecer-se. As primeiras gravações do Quinteto do Hot Club de France - um grupo inicialmente inspirado no Joe Venuti ― Blue Four - introduziu a obra de Django Reinhardt, a qual acrescentou uma outra dimensão emocionante à guitarra elétrica no jazz.

Antes do final da década de 1930, o estilo de guitarra amplificada de Charlie Christian, a ser ouvida com o Benny Goodman Sextet, abre ainda mais possibilidades para o instrumento. No entanto, as realizações pioneiras de Eddie Lang não devem e não podem ser negligenciadas. Sem qualquer influência aparente ou mentor, ele fez todos os possíveis desenvolvimentos anteriores. Além disso, possuía uma mente aberta musicalmente e a música parecia não ter nenhum limite para ele, mas sim territórios a serem explorados, uma atitude muito menos comum no seu tempo que modernamente. De tudo, o mais irônico, então, foi ao saber-se que no ano de sua morte, seu diretório local a União de Músicos (sindicato) descrevia Eddie Lang como banjoista!

Seus sofisticados padrões de acordes o tornavam um acompanhante único, mas também era um excelente solista. Ele costumava tocar com o violinista Venuti e com Five Pennies de Red Nichols, Frankie Trumbauer e Bix Beiderbecke.

Podemos ouví-lo em notável interpretação de ADD A LITTLE WIGGLE (Milton Ager / Jack Yellen), apenas acompanhado do pianista Rube Bloom.

Gravação: New York, 29/março/1928

CRÉDITOS DO PODCAST # 566

17 abril 2021

 

LIDER

EXECUTANTES

TEMAS e AUTORES

GRAVAÇÃO

 LOCAL e DATA

LARRY EANET

Ron Hockett (cl), Larry Eanet (pi,arranjo), Tommy Cecil (bx) e Harold Summey, Jr. (bat)

SUNSET STOMP

 (Larry Eanet)

Washington, DC, 21/julho/1998

BOOKER PITMAN

Booker Pittman (ssop,vcl), Aurino (sbar), Fats Elpidio (pi), Luiz Marinho (bx) e Milton Banana (bat)

HONEYSUCKLE ROSE

(Andy Razaf / Fats Waller)

Rio de Janeiro, julho/1959

LONESOME ROAD

(Nathaniel Shilkret / Gene Austin)

ESQUIRE ALL STARS

Roy Eldridge (tp), Jack Teagarden (tb), Coleman Hawkins (st), Art Tatum (pi), Al Casey (gt), Oscar Pettiford (bx) e Sidney Catlett (bat)

BUCK JUMPIN'

(Al Casey / Ed Kirkeby)

Live at "Metropolitan Opera House", New York, 18/janeiro/1944

EUMIR DEODATO

Eumir Deodato (pi, arranjo), Paulo Moura (sa), J.T. Meirelles (st), Pedro Paulo (tp), Edson Maciel (tb), Tião Neto (bx) e Dom Um (bat)

TEMPINHO BOM

(Eumir Deodato)

Rio de Janeiro, selo Odeon, 1964

OLIVER NELSON

Thad Jones (tp), Phil Woods (sa), Phil Bodner (st), Pepper Adams (sbar), Roger Kellaway (pi), Richard Davis (bx), Grady Tate (bat) e Oliver Nelson (arranjo, direção)

BLUES O' MIGHTY

(Johnny Hodges)

Englewood Cliffs, N.J., 10/novembro/1964

CAMILLE THURMAN

Camille Thurman (vcl), Jeremy Pelt (tp), Jack Wilkins (gt), Cecil McBee (bx) e Steve Williams (bat)

I'M ON YOUR SIDE

(Angela Bofill / Jeffrey Cohen / Narada Michael Walden)

Brooklyn, NY, 9/setembro/2017

NOBLE SISSLE

NOBLE SISSLE And His International Orchestra: Wendell Culley, Clarence Brereton, Demas Dean (tp), Chester Burrill (tb), Sidney Bechet (ssop),, Harvey Boone (cl,sa), Ramon Usera (sa), James "Buster" Tolliver (st), Harry Brooks (pi), Oscar Madera (vln), Howard Hill (gt), Edward Coles (bx) e Jack Carter (bat) Noble Sissle (arranjo, direção)

POLKA DOT RAG

(Sidney Bechet / Noble Sissle / James Toliver)

Chicago, 15/agosto/1934

GEORGE CABLES

George Cables (pi), Essiet Okon Essiet (bx) e Victor Lewis (bat)

AFTER THE MORNING

(John Hicks)

Brooklyn, NY, 10/fevereiro/2015

HARRY ARNOLD

Sixten Eriksson, Weine Renliden, Bengt-Arne Wallin (tp) Arnold Johansson (tp,v-tb), Ake Persson, Andreas Skjold, George Vernon, Goran Ohlsson (tb), Arne Domnerus, Rolf Backman (sa), Carl-Henrik Norin, Bjarne Nerem (st), Johnny Ekh (sbar), Bengt Hallberg (pi), Rolf Berg (gt), Georg Riedel (bx), Egil Johansen (bat), Benny Bailey (tp), Quincy Jones (arranjo) e Harry Arnold (condução)

KINDA BLUES 

(Harry Arnold)

Live at "The Concert Hall", Estocolmo, 28/abril/1958

ROOM 608

 (Horace Silver)

MEMPHIS SLIM

Memphis Slim (pi) e Willie Dixon (bx)

AFTER HOURS

(Erskine Hawkins / Avery Parrish)

New York, janeiro/1962

CURTIS FULLER

Curtis Fuller (tb), Tate Houston (sbar), Sonny Clark (pi), Paul Chambers (bx) e Art Taylor (bat)

BONE AND BARI (Curtis Fuller)

Hackensack, N.J., 4/agosto/1957

CHARLIE BYRD

Charlie Byrd (gt), Whitey Mitchell (bx) e Bobby Schutz (bat)

JUST SQUEEZE ME

(Duke Ellington / Lee Gaines)

Live at "Village Vanguard", New York, dezembro/1960

P O D C A S T # 5 6 6

16 abril 2021

 

BOOKER PITMAN

CAMILLE THURMAN 
CHARLIE BYRD

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14 abril 2021

 

Série: Histórias do Jazz

 

BIX BEIDERBECKE

 Leon "Bix" Beiderbecke foi um dos grandes músicos de jazz da década de 1920, nascido em 1903, também um filho da Era do Jazz, se tornando uma lenda já que sendo de raça branca assimilou inteiramente os conceitos da emergente música afro-americana, porém identificando-a com um toque sutil, com linda sonoridade de seu cornetim (cornet), expurgando certa rusticidade do blues. Inegavelmente um dos primeiros passos para o que se denominou, anos mais tarde, de cool-jazz.

Bix nunca aprendeu a ler música muito bem, mas tinha um ouvido incrível mesmo como criança. Aos 3 anos reproduzia no piano a melodia da Segunda Rapsódia Húngara de Liszt. Na juventude aos 15 anos comprou um cornetim e como autodidata criou uma digitação nada ortodoxa para o instrumento. Seus pais desaprovavam sua dedicação à música popular, principalmente a "hot-music", já que sua mãe tocava órgão com peças clássicas e religiosas e um avô dirigia a Filarmônica de Davenport a cidade dos Beiderbecke. Em represália o mandaram para a escola militar de Lake Forest em Chicago em 1921, mas logo foi excluído por ignorar as rígidas normas militares e acabou mesmo tornando-se um músico profissional.

Em 1923 Beiderbecke aderiu à Orquestra Wolverine gravando no ano seguinte com Dick Voynow (piano e líder), Al Gande (tb), Jimmy Hartwell (cl), George Johnson (st), Bob Gillette (bj), Min Leibrook (tu) e Vic Moore (bat).

Bix foi muito influenciado pela Original Dixieland Jass Band, e seu líder o trompetista Nick LaRocca, mas logo superou sua imitação. Em 1924 Bix deixa os Wolverines para aderir à Orquestra de Jean Goldkette, mas sua incapacidade de ler música eventualmente resultou em perder o emprego. Em 1926, passou algum tempo com a Orquestra de Frankie Trumbauer onde ele gravou sua bela obra de piano solo "In a Mist". Também gravou alguns dos seus melhores trabalhos com Trumbauer e o guitarrista Eddie Lang, sob o nome de Tram, Bix & Eddie. Depois ingressou como solista na grande Orquestra de Paul Whiteman uma das mais populares da década de 20.

Whiteman era um grande músico e sábio homem de negócios fazendo valer estas habilidades para criar algo inusitado para a época como uma grande orquestra incorporando seção de cordas, ele próprio sendo violinista e incluindo alguns músicos de Jazz em várias épocas como além de Bix Beiderbecke (ct), Red Nichols (tp), Tommy e Jimmy Dorsey (tb e sa), Frankie Trumbauer (Cmelody-sax, sa), Jack Teagarden (tb), Red Norvo (vb), Joe Venuti (vi), Eddie Lang (gt) e cantores como Bing Crosby e Mildred Bailey. Seu produto musical era um grande híbrido segmentado em sua formação de músico clássico inserindo momentos de Jazz, tudo bem orquestrado para uma formação média de 23 a 25 músicos.

Aproveitando a magia da Era do Jazz tornou-se figura indispensável nos maiores eventos da sociedade norte-americana, principalmente como grande orquestra de concertos populares e de dança, e da mesma maneira atuou com enorme sucesso na Europa. A expressão JAZZ SINFÔNICO estará eternamente ligada à carreira musical de Paul Whiteman (*1890 †1967), inclusive cognominado de "O Rei do Jazz" para desespero dos verdadeiros jazzistas.

Em 1929 Bix começou a beber demasiado chegava a sofrer de "delirium tremens" e entrou numa terrível depressão nervosa e  Paul Whiteman resolveu tentar ajudá-lo continuando a lhe pagar com o compromisso de que voltaria para a orquestra e foi enviado aos seus pais em Davenport, Iowa para se recuperar. Bix nunca se recuperou realmente e em grande declínio não voltou  a Whiteman. Ele dizia que sempre tinha alguém para oferecer uma dose de gim.

Retornou a Nova Iorque em 1930 e fez alguns registros mais com seu amigo Hoagy Carmichael e sob o nome de Bix Beiderbecke & his Orchestra, mas apesar de contar com all-stars  tais como: Jack Teagarden (tb), Benny Goodman (cl), Min Leibrook (sax baixo), Matty Malneck, Joe Venuti (vln) Frank Signorelli (pi), Jimmy Dorsey, Pee Wee Russell (cl,sa), Bud Freeman (st), Irving Brodsky (pi) Eddie Lang (gt) e Gene Krupa (bat), essas últimas gravações de 8 e 15 de setembro daquele ano foram decepcionantes.

Morreu com a idade de 28 em 1931 durante um coma alcoólico. A causa oficial da morte foi pneumonia seguido de edema no cérebro.

Deixou 91 peças gravadas desde os Wolverines em 1924 a Carmichael em 1930. Algumas de suas maiores interpretações e notadamente transformadas em grande sucesso: Fidgety Feet, Lazy Daddy, Sensation Rag, Copenhagen, Riverboat Shuffle, Royal Garden Blues, Jazz Me Blues, Clarinet Marmalade, Singin' The Blues, I'm Coming Virginia e Clementine.

Tornou-se famosa a estória de Bix que atuando na orquestra requintada e "sinfônica" de Paul Whiteman, costumava colocar um jornal na estante fingindo ler a partitura. Quando dos ensaios enrolava um pouco no início das “ensembles”, mas depois de duas ou três passagens já tinha tudo de cor, contudo na hora de solar levantava-se e então, ficava à vontade. Whiteman sabia de tudo, mas estava mais interessado justamente nas exuberantes passagens solo que Bix proporcionava.

Grandes trompetistas e cornetistas da história do jazz nos anos 30 foram influenciados por Bix, tais como: Jimmy McPartland, Bobby Hacket, Bunny Berigan, Wild Bill Davidson, Max Kaminsky, Ruby Braff todos de raça branca e ainda Rex Stewart um afro-americano.

 Podemos ouvir uma de suas melhores gravações com o grupo: Frankie Trumbauer and his Orchestra With Bix And Lang: Bix Beiderbecke (cnt), Bill Rank (tb), Frankie Trumbauer (c-mel), Jimmy Dorsey (cl,sa), Paul Mertz (pi), Howdy Quicksell (bj), Eddie Lang (gt), Chauncey Morehouse (bat)

 SINGIN' THE BLUES (Con Conrad / Sam M. Lewis / J. Russel Robinson / Joe Young) ― New York, 4/fevereiro/1927




C MELODY SAX  - nome dado ao saxofone afinado em dó, um tom acima do tenor usual, instrumento originalmente criado para obras sinfônicas em virtude de seu timbre mais delicado e do colorido tonal. No Jazz foi pouco usado tendo sido seu maior cultor Frankie Trumbauer (⁕1901 †1956) nos anos 20 ao lado do cornetista Bix Beiderbecke (⁕1903 †1931).


CRÉDITOS DO PODCAST #565

11 abril 2021

 

LIDER

EXECUTANTES

TEMAS e AUTORES

GRAVAÇÃO  LOCAL / DATA

STEVE GROSMAN

Steve Grossman (st), Juini Booth (bx) e Joe Chambers (bat)

BYE BYE, BLACKBIRD

 (Mort Dixon / Ray Henderson)

Milan, Italia, 24/julho/1984

FOUR (Miles Davis)

FRANK MORGAN

Frank Morgan (sa), Art Farmer (flh,tp), Lou Levy (pi), Eric von Essen (bx) e Albert "Tootie" Heath (bat)

BLUE MINOR

 (Sonny Clark)

Live at, "Kimball's East", Emeryville, CA, 27/maio/1989

DON'T BLAME ME

 (Dorothy Fields / Jimmy McHugh)

RUBY BRAFF

Ruby Braff (cnt), Scott Hamilton (st) John Bunch (pi), Chis Flory (gt), Phil Flanigan (bx) e Chuck Riggs (bat)

ROMANCE IN THE DARK

 (Lillian "Lil" Green)

New York, 28/ fevereiro/1985

ROCKI’N CHAIR

(Hoagy Carmichael) 

JOE LOCKE

Joe Locke (vib), David Hazeltine (pi), Essiet Okon Essiet (bx) e Billy Drummond (bat)

SPRING WILL BE A LITTLE LATE THIS YEAR

 (Frank Loesser) 

Brooklyn, NY, 14/setembro/1998

CAN WE TALK? 

(David Hazeltine)

LOUIS HAYES 

Riley Mullins (tp), Abraham Burton (st), David Hazeltine (pi), Santi Debriano (bx) e Louis Hayes (bat)

DECISION (Sonny Rollins)

New York, 26/março/1999

THAT'S THE THING 

(Riley Mullins)

GEORGE GRUNTZ

Raymond Court (tp), Marcel Peeters (sa), Barney Wilen (st), George Gruntz (pi,arranjo), Karl Theodor Geier (bx) e Kenny Clarke (bat)

MUSIC FOR NIGHT CHILDREN

 (George Gruntz)

Zurich, Suiça, 29/outubro/1961

THE PROPOSAL

 (George Gruntz)

KEN PEPLOWSKI

Ken Peplowski (st), Ted Rosenthal (pi), Gary Mazzaroppi (bx) e Jeff Brillinger (bat)

DREAM DANCING (Cole Porter)

New York, 18/novembro/2005