Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

CRÉDITOS DO PODCAST # 555

30 janeiro 2021

 

LIDER

EXECUTANTES

TEMAS e AUTORES

GRAVAÇÃO 

LOCAL e DATA

BOBBY JASPAR

Bobby Jaspar (st, arranjo), Tommy Flanagan (pi), Nabil "Knobby" Totah (bx) e Elvin Jones (bat)

HOW DEEP IS THE OCEAN?

 

(Irving Berlin)

New York, 12/novembro/1956

BILLIE HOLIDAY

Billie Holiday (vcl), Charlie Shavers (tp), Oscar Peterson (pi), Herb Ellis (gt), Ray Brown (bx) e Ed Shaughnessy (bat)

Fine Sound Studios, New York, 14/abril/ 1954

GARRISON FEWELL

George Cables (pi), Garrison Fewell (gt), Attilio Zanchi (bx) e Gianni Cazzola (bat)

Milan, Italia, 3/julho/2002

LEO WRIGHT

Richard Williams (tp), Leo Wright (sa), Junior Mance (pi), Art Davis (bx) e Charlie Persip (bat) e Gigi Gryce (arranjo e condução)

BLUES SHOUT (Gigi Gryce) 

New York, 25/maio/1960

MARK ELF

Daniel Lencina, Christian Cuturrufo (tp), Timothy Newman (tb), Chris Byars (st, arranjo), Mark Elf (gt), Ramon Romero (bx) e Alejandro Espinosa (bat)

SWEET AND LOVELY

(Gus Arnheim / Jules LeMare / Harry Tobias)

Santiago, Chile, fevereiro/1993

PAUL QUINICHETTE

Basie Reunion: Buck Clayton, Shad Collins (tp), Paul Quinichette (st), Jack Washington (sbar), Nat Pierce (pi), Freddie Green (gt), Eddie Jones (bx) e Jo Jones (bat)

BLUES I LIKE TO HEAR

  (Jimmy Rushing / Pinetop Smith)

Hackensack, N.J., 5/setembro/1958

BARRY HARRIS

Barry Harris (pi), George Mraz (bx) e Leroy Williams (bat)

MOON SHADOW (Barry Harris)

Englewood Cliffs, N.J., 2/outubro/1996

TONY WILLIAMS

Wallace Roney (tp) Billy Pierce (st), Mulgrew Miller (pi), Charnett Moffett (bx) e Tony Williams (bat)

RED MASK (Tony Williams)

New York, 6/abril/1988

DAVID "FATHEAD" NEWMAN

David "Fathead" Newman (st), Marcus Belgrave (flh), Cedar Walton (pi), Ted Dunbar (gt), Buster Williams (bx) e Louis Hayes (bat)

DAVEY BLUE

(David "Fathead" Newman)

Brooklyn, New York, 23/setembro/1980

HARRY "SWEETS" EDISON

Harry "Sweets" Edison (tp,) Ben Webster (st), Jimmy Rowles (pi), Barney Kessel (gt), Joe Mondragon (bx) e Alvin Stoller (bat)

STUDIO CALL

 (Harry "Sweets" Edison)

Los Angeles, 4/setembro/1956

LIGHTHOUSE ALL STARS

Shorty Rogers (tp), Milt Bernhart (tb), Bob Cooper, Jimmy Giuffre (st), Russ Freeman (pi) Howard Rumsey (bx) e Shelly Manne (bat) 

FOUR OTHERS (Jimmy Giuffre) 

Los Angeles, 15/maio/1953

P O D C A S T # 5 5 5

29 janeiro 2021

 

GARRISON FEWELL
TONY WILLIAMS

PARA BAIXAR O ARQUIVO DE ÁUDIO USAR O LINK ABAIXO:

https://www.4shared.com/mp3/nJI5XYViea/PODCAST_555.html

DA SÉRIE: MEUS FAVORITOS DO JAZZ

27 janeiro 2021

 
Oi turma.
Esperando que vocês estejam com uma ótima saúde, trago neste meu post um video que coloquei no meu canal do Youtube (Carlos Tibau) contendo temas e artistas que considero como meus favoritos.
Aguardo sua visita lá no meu canal e, é claro, seu comentário, que vai ser muito importante para mim.
Espero que vocês gostem.
Forte abraço.




 Série: Histórias do Jazz

NOVA ORLEANS E A FORMAÇÃO DO JAZZ (final)

 O termo "Jazz" (no início, muitas vezes soletrado "jass") não se tornou popular até meados e final da década de 1910, quando os músicos de Nova Orleans ganharam destaque em outras partes dos EUA e o estilo de Nova Orleans precisava de um novo nome para se diferenciar do ragtime nacionalmente popular. Antes disso, o estilo de Nova Orleans era frequentemente chamado simplesmente de ragtime junto com termos locais como "hot music" e "spicy music” (música picante). Sidney Bechet nascido em 1897 na cidade continuou a chamar sua música de "ragtime" ao longo de sua vida, falecendo em 1959.

Na década de 1890, um homem chamado Poree contratou uma banda liderada pelo cornetista Buddy Bolden, muitos músicos, bem como historiadores do Jazz, consideram ser o primeiro músico de Jazz proeminente. A banda consistia em música principalmente para dança.

Tudo indica que não teve nenhuma formação musical, mas todas as informações prestadas sobre ele, através de testemunhas, foram unânimes em afirmar que sua personalidade musical era muito forte, pela maneira como tocava seu instrumento e pela dinâmica que impunha às execuções de sua banda. O repertório incluía as tradicionais marchas, polcas, mazurcas e ainda o ragtime, blues e formas de dança como o one step, two step e ainda o slowdrag. Tudo leva a crer que Buddy Bolden tenha sido o chefe de orquestra que melhor soube trabalhar o gênero ragtime cultuado pelos pianistas de Nova Orleans. A formação da linha melódica polifônica executada pelo cornetim, clarinete e trombone foi muito bem explorada por Bolden e ao que tudo indica muito apreciada e imitada por outras bandas. Isto já era meio caminho para a consolidação do estilo desta banda como sendo música de Jazz e a consagrar Bolden como músico pioneiro.

Bunk Johnson (1879 †1949) cornetista que integrou o grupo de Bolden entre os anos de 1895 e 1899, afirmou em seu depoimento registrado em 1945, dentre outras coisas o seguinte: — “Buddy não lia uma só nota, mas tocava realmente muito bem. Tocávamos em paradas e carroças de anúncios e... prossegue o tímido Bunk, desculpem a expressão também em bordéis. Juntos fizemos muitos blues famosos e antes de Buddy ter enlouquecido, nós matamos todas as grandes bandas de Nova Orleans. O que fez com que nossa King Bolden Band fosse a primeira a tocar Jazz foi o fato de ninguém alí saber ler nenhuma nota de música, criávamos tudo na expontaneidade. Posso garantir a todos que fomos os primeiros a tocar Jazz na cidade ou em qualquer outra parte do mundo”. Infelizmente Bolden não deixou um só registro. Nascido em Nova Orleans em 1868 ou 1877 e os historiadores além desta dúvida ainda discutem que tenha sido também barbeiro. Devido ao consumo excessivo de bebida alcoólica Bolden foi tendo problemas mentais até que certa vez no dia 5 de março de 1907 em pleno desfile de rua surtou tendo um ataque de nervos que o levou a ser internado no — Insane Asylum of Lousiana na cidade de Jackson de onde nunca mais saiu até seu falecimento a 4 de novembro de 1931.

O povo creole(1) de Nova Orleans também contribuiu muito para a evolução da forma de arte, embora sua própria música tenha sido fortemente influenciada pelo trabalho pioneiro de Bolden. Músicos nascidos em Nova Orleans, como King Oliver, Louis Armstrong, Sidney Bechet e Jelly Roll Morton, todos relembraram a influência que Bolden teve na formação da música de Nova Orleans.

A música afro-americana começou a incorporar motivos musicais afro-cubanos no século XIX, quando a habanera (contradanza cubana) ganhou popularidade internacional. A habanera foi a primeira música escrita ritmicamente baseada em um motivo africano.

Por mais de um quarto de século em que o cakewalk, o ragtime, blues e o pré-Jazz estavam se formando e se desenvolvendo é bem razoável supor que os ritmos caribenhos tenham tido alguma influência, baseados em danças caribenhas que seriam executados na Praça do Congo(2) em Nova Orleans pelos escravos.

O músico Jelly Roll Morton, afirmou em seu depoimento para a Library of Congress em 1938 considerou a habanera um ingrediente essencial do Jazz. O ritmo habanera pode ser ouvido em sua mão esquerda em canções como The Crave (1910, gravada em 1938). Morton afirmou: ― "Agora, em uma das minhas primeiras músicas ― Nova Orleans Joy Blues, você pode notar o tom espanhol”.

Podemos ouvir Nova Orleans Joy Blues: Jelly Roll Morton piano solo - Richmond, Indiana, 17/julho/1923.

Embora as origens exatas da sincopação do Jazz nunca sejam bem conhecidas, há evidências de que o ritmo habanera estava lá em sua concepção.

Buddy Bolden usava o primeiro padrão de bumbo sincopado para se desviar da marcha batida das “brass bands” ― uma métrica usada no jazz criada pelos afro-americanos. The Big Four – era a chamada técnica de acentuar a segunda e quarta batida de uma marcha, dando um cunho saltitante altamente propício à dança.

A principal inovação de Morton dizia respeito à fusão da sincopação do ragtime com as tonalidades e harmonias do blues. Ele procurou, enriquecer o blues com melodias vistosas com a euforia do ritmo ragtime. A improvisação desempenhou um papel na música de Morton, mas o pianista também considerava altamente a composição escrita. A música de Morton era baseada em uma compreensão complexa de ritmo, melodia e harmonia.

Nascido em 1873, George Vital “Papa Jack” Laine representa o que melhor um músico branco fez de importante e influente atuando na Nova Orleans do século XIX. Às vezes referido como o "pai do jazz branco". Embora não seja baseada na improvisação, as bandas de música de Laine forneceram aos New Orleanians brancos (e alguns creoles de pele mais clara) a oportunidade de aprender um instrumento, bem como familiarizar-se com o repertório das brass band, as bandas marciais.

Praticamente todos os grandes músicos de jazz brancos de Nova Orleans dos anos 1910 e na década de 1920 cumpriram mandato em uma das bandas de Laine, criando um legado de bandas de metais. Como empreendedor, Laine organizou cinco bandas diferentes, todas sob o apelido de "Reliance".

Muito da música de Nova Orleans tem sua dívida com as primeiras bandas marciais, mesmo aquelas anteriores ao nascimento da música de Jazz. No final do século 19, bandas marchavam frequentemente pelas ruas da cidade em desfiles. Algumas das primeiras como Excelsior, Onward e Olympia.

A história da banda marcial em Nova Orleans é rica, com várias bandas se apresentando em praticamente todos os grandes eventos sociais que a cidade tinha a oferecer. Elas se apresentavam em funerais, piqueniques, carnavais, eventos políticos e desfiles. A relação entre bandas de Jazz e bandas de música é de co-influência. As bandas de Jazz desta época começaram a ir além dos limites do compasso 6/8 que as bandas utilizavam marchando. Em vez disso, as bandas começaram a incorporar um estilo conhecido como "ragging" ― esta técnica implementou a influência do ragtime de compasso 2/4. Por sua vez, as primeiras bandas de Jazz de Nova Orleans influenciaram a execução das bandas marciais, que por sua vez começaram a improvisar com mais frequência. Novamente, mais uma indicação de que a música Jazz é um símbolo de liberdade.

 

(1) CREOLE - designação dada ao mestiço de raça negra com a branca de origem francesa ou espanhola. Em Nova Orleans os CREOLES possuíam um quarteirão reservado e até hoje preservado ― Quartier Latin ou French Quarter. De uma aparência geral julgavam-se superiores aos negros, mas eram igualmente discriminados pelos brancos. De qualquer maneira era uma classe de maiores oportunidades frequentando escolas e com maior poder econômico. Os músicos CREOLES contribuíram sobremodo na criação do Jazz junto com os negros, tais como: Alphonse Picou, Alcide Pavageau, Sidney Bechet, Armand Piron, Barney Bigard, Lorenzo Tio, Emmanuel Perez, Albert Nicholas e outros...

(2) PRAÇA DO CONGO - designação popular e oficiosa de um campo vizinho da Rampart Street em Nova Orleans (Congo square), onde a partir de 1817 uma lei bastante permissiva permitiu a reunião dos escravos aos domingos, com o consentimento para dançar e cantar suas tradições, práticas e ritos africanos como a bamboula, o congo e o voodoo. Empregavam tambores improvisados de todos os tipos e curiosos objetos como a queixada de burro. Os homens dançavam em grupos circulares com muitos movimentos e batidas dos pés e as mulheres entoavam o coro. Chamou-se inicialmente de Circus Square e hoje faz parte do parque Louis Armstrong sob o nome de Beauregard Square.

CRÉDITOS DO PODCAST # 554

23 janeiro 2021

 

LIDER

EXECUTANTES

TEMAS e AUTORES

GRAVAÇÃO

 LOCAL e DATA

GEORGE WEIN

George Wein And The Newport All Stars: Ruby Braff (cnt), Marshall Brown (v-tb), Pee Wee Russell (cl), Bud Freeman (st), George Wein (pi), Bill Takas (bx) e Marquis Foster (bat)

LULU'S BACK IN TOWN

 (Al Dubin / Harry Warren)

New York, 12/outubro/1962

DIANA KRALL

Diana Krall (pi,vcl), Anthony Wilson (gt), John Clayton (bx) e Jeff Hamilton (bat)

EAST OF THE SUN, WEST OF THE MOON

 (Brooks Bowman)

Live at "Olympia", Paris, 2/dezembro/2001

ELLIS MARSALIS

Ellis Marsalis (pi), Derek Douget (st), Jason Stewart (bx) e  Darrian Douglas (bat)

TWELVE'S IT  (Ellis Marsalis)

Live at The New Orleans Jazz & Heritage Festival, 29/abril/2012

DUKE ELLINGTON

Arthur Whetsel, Freddy Jenkins, Cootie Williams (tp), Joe Nanton, Juan Tizol (tb), Barney Bigard (cl,st), Johnny Hodges (sa), Harry Carney (sbar), Duke Ellington (pi), Fred Guy (bj), Wellman Braud (bx), Sonny Greer (bat)

COTTON CLUB STOMP

 (Harry Carney / Duke Ellington / Johnny Hodges) 

New York, agosto/1929

SONNY CLARK

Art Farmer (tp), Jackie McLean (sa), Sonny Clark (pi), Paul Chambers (bx) e Philly Joe Jones (bat)

DEEP NIGHT

(Charles Henderson / Rudy Vallée) 

Hackensack, N.J., 5/janeiro/1958

MARTY PAICH

Frank Beach, Conte Candoli, Al Porcino, Jack Sheldon, Stu Williamson (tp), Vincent DeRosa (flh,fhr), Victor Feldman (vib, perc), Bill Hood, Art pepper (sa), Bill Perkins (st), Jimmy Giuffre (sbar), Bob Enevoldsen, George Roberts (tb), Russ Freeman (pi), Scott LaFaro (bx), Mel Lewis (bat) e Marty Paich (arranjo, condução)

LOVE FOR SALE

 (Cole Porter)

Los Angeles, janeiro/1959

HAMILTON DE HOLANDA

Hamilton De Holanda (bandolim 10 cordas), Daniel Santiago (violão), Thiago do Espirito Santo (baixo) e Edu Ribeiro (bateria).

DEUS É AMOR PRA TUDO QUE É FÉ

 (Hamilton de Holanda)

Gravadora Brasilianos, Brasília, maio de 2019

EDDIE MILLER

Eddie Miller (st), Johnny Varro (pi), Ray Leatherwood (bx) e Gene Estes (bat)

I NEVER KNEW

 (Ted Fio Rito / Gus Kahn)

Live at "Mulberry Street", Studio City, Ca., 10/fevereiro/1982

GARY CLARK JR

Gary Clark, Jr.(gt,vcl),        Duke Levine (pi), Mike Peipman (tp), Gordon "Sax" Beadle (st), Billy Novick (cl,sa), Tim "T-Bone" Jackson (perc), Mike Turk (hca), Jesse Williams (bx) e         James Cruce (bat)

BLUE LIGHT BOOGIE

 (Jessie Mae Robinson, Louis Jordan)

Rhino Records – Inglaterra, 2008

DAVID LUKACS 

David Lukács (cl,st,arranjo), Malo Mazurié (cnt), Attila Korb (b-sax, tb) e Félix Hunot- (gt, bj)


MANDY, MAKE UP YOUR MIND

 (Arthur Johnston / George W. Meyer)

Enkhuizen, Holanda, 20/fevereiro/2018

ROB MCCONNELL

Rob Mcconnell & The Boss Brass: Arnie Chycoski, Erich Traugott (tp,flhrn) Guido Basso, Sam Noto, Dave Woods (flh), Rob McConnell (v-tb), Ian McDougall, Bob Livingston, Dave McMurdo (tb), Ron Hughes (b-tb), George Stimpson, Brad Warnaar (fhr), Moe Koffman (sa,fl), Jerry Toth (sa,cl,fl), Eugene Amaro (ts,fl), Rick Wilkins (st,cl), Dave Caldwell (sbar,b-cl,fl), James Dale (pi,el-pi), Ed Bickert (gt), Don Thompson (bx), Terry Clarke (bat) e Marty Morell (perc)

START WITH MRS. BEANHART

 (Rob McConnell)

Toronto, 31/outubro/1979

MILT JACKSON & JOHN COLTRANE

John Coltrane (st), Milt Jackson (vib), Hank Jones (pi), Paul Chambers (bx) e Connie Kay (bat)

BLUES LEGACY

 (Milt Jackson) 

New York, 15/janeiro/1959

P O D C A S T # 5 5 4

22 janeiro 2021

 

GEORGE WEIN
SONNY CLARK

EDDIE MILLER

PARA BAIXAR O ARQUIVO DE ÁUDIO USAR O LINK ABAIXO:

https://www.4shared.com/mp3/7J_yTd_xiq/PODCAST_554.html


20 janeiro 2021

 

Série: Histórias do Jazz

NOVA ORLEANS E A FORMAÇÃO DO JAZZ (1ª parte)

 NOVA ORLEANS - cidade na Lousiana, sul dos EUA que passou a denominar a escola dos primórdios do Jazz formada quase que inteiramente ali. Cidade portuária localizada no delta do Mississippi fundada por colonos franceses em 1718, sob o nome de La Nouvelle-Orléans. Inicialmente como uma concessão territorial francesa cujo nome foi atribuído em homenagem a Filipe, Duque de Orléans, que era então o regente e o chefe de estado da França. Depois foi cedida à Espanha em 1763 e em 1800 retornou à França sendo finalmente vendida aos Estados Unidos em 1803, juntamente com toda a Louisiana por cerca de 15 milhões de dólares à época. Naturalmente foi habitada por integrantes latino-americanos, europeus, africanos e antilhanos formando um coquetel cultural. New Orleans desempenhou um papel bastante incomum como a primeira "cidade do jazz". Embora ― Kansas City, Chicago e Nova York produziriam mais tarde cenas de desenvolvimento do Jazz.

Na parte social a miscigenação de linhagem diversificada de influências francesas, irlandesas, espanholas, africanas e caribenhas, produziu o gosto pelas festas de todo tipo sempre animadas pelas “brass bands” (bandas de metais) que desfilavam "congestionando" musicalmente a cidade.

Um dos fatores de maior contribuição foi a oportunidade de acesso aos instrumentos de sopro após o fim da Guerra de Secessão (1864), quando o negro-americano, recém liberto, conseguia tais instrumentos, até então uma exclusividade do músico branco. Esse ambiente social e “modus vivendi” inteiramente propício do povo, favoreceu à criação de uma forma de se interpretar, de se criar música, quando vieram a se mesclar vários gêneros tendo o ragtime e o blues a maior responsabilidade na formação do que se denominou de Jazz.

Não só instrumentos polidos compunham o meio musical de New Orleans, alguns usados pelos negros ainda escravos eram mais pobres e rudes feitos grosseiramente ou improvisados destacando-se o kazoo (1), jug (2) e washboard (3) que formavam as bandas de instrumentos primitivos chamadas de Jug Bands que incluíam, além desses a harmônica de boca e por vezes o violino. Essas bandas muito contribuíram para o início do Jazz e uma das mais famosas foi a Memphis Jug Band que podemos ouvir em um trecho de gravação.

Will Shade (hca), Charlie Pierce (violino), Jab Jones (jug), Charlie Burse (kazoo), Robert Burse (washboard) ― MEMPHIS SHAKEDOWN (Traditional)  -   Chicago, novembro/1924

Os afro-americanos libertos tiveram um acesso fácil a instrumentos como o trompete, cornetim, clarinete, trombone, tuba e os de percussão e inclusive muitos instrumentos eram frequentemente adquiridos de segunda mão em lojas de penhores, incluindo instrumentos usados de bandas militares e vendidos pelos soldados com baixos preços dada a penúria dos estados derrotados do sul.

O blues passa então, do plano vocal puro ou vocal com acompanhamento para o plano também instrumental, incorporando-se definitivamente como uma forma básica do Jazz, onde pode-se encontrar todos os aspectos estéticos que fazem a música ser de Jazz, como a improvisação, a rítmica, as inflexões negróides (4) usadas pelos instrumentos de sopro na tentativa de imitação da voz, as vozes do blues, à maneira de se sentir o blues.  Literalmente sentimento, referindo-se à qualidade emocional de uma interpretação em contraposição ao virtuosismo muito técnico e desprovido ou diminuído da emoção, de sentimento, que deve existir no relacionamento entre músico e público, notadamente no Jazz.

Por isso, dizemos que o Jazz tem uma linguagem própria, uma gramática e que não é só atribuída ao caráter de improvisação.

Sem dúvida, a maior expressão na execução do ragtime ao piano e do estabelecimento de um estilo pianístico que mais tarde viria a se incorporar como estilo de Jazz, foi Ferdinand Joseph La Menthe, mais conhecido como JELLY ROLL MORTON, nascido em Gulfport na Lousiana em 1885 e que se auto-intitulava o inventor do Jazz. Exageros e vaidades à parte o certo é que aos 17 anos Jelly Roll já trabalhava nas espeluncas de New Orleans. Morton também foi um dos primeiros compositores reais de jazz e mais tarde um notável arranjador.

STORYVILLE ― denominação esta dada a um distrito da cidade de New Orleans em out/1897 quando foi aprovada sua criação pelo City Council (Conselho da Cidade uma espécie de Câmara Civil que regia certos negócios públicos) e cujo presidente era Mr. Alderman Sidney Story. Trinta e oito quarteirões foram reservados para agrupar todas as casas de shows, bebidas, dança, prostituição e jogos, (sporting house, speaky easy, honk tonks, barrelhouse), enfim todo o tipo de estabelecimento onde a música deveria fazer parte do clima e que funcionou até 12/nov/1917 quando Storyville foi interdidada por solicitação do Departamento Naval dos EUA dado que se pretendia estabelecer ali uma base naval e a área deveria ser "limpa".

Inúmeros músicos encontravam trabalho em Storyville e onde se formou o núcleo principal das atividades musicais que originaram o Jazz como maneira de se interpretar e executar a música popular norte-americana de origem negra. A interdição do distrito com o fechamento das casas ocasionou o êxodo de músicos para o norte, principalmente para as cidades de Kansas City e Chicago, a maioria através dos riverboats do rio Mississipi que subiam o rio.

Mas o Jazz notabilizou-se também com o estilo fanfarra das bandas de rua executando um estilo interessante de polifonia com o trio de instrumentos de sopro tendo o trompete ou cornetim como lider e o clarinete e trombone em contracanto acompanhados por uma seção rítmica efetiva.

A primeira escola de Jazz tem como características principais, a improvisação coletiva sobrepondo-se a trechos em solo e as partes harmônicas e melódicas, herdadas diretamente do blues, são de uma simplicidade elementar. Ritmicamente a linguagem era expressa em “two beats” (compasso 2/4) originada das marchas e ragtimes, porém com uma distribuição alternada de acentos entre os tempos fracos e fortes do compasso tornando a execução alegre, saltitante, muito propícia para a dança.

Acrescenta-se que as execuções apesar de muito simples denotavam grande sensibilidade ou “feeling” negróide que as diferenciavam das demais execuções populares e que passou a ser largamente imitada pelos músicos brancos sendo inclusive, mais tarde, adotada pelas bandas dos grandes e por vezes sofisticados salões de dança. Costuma-se mencionar “feeling” negróide quando se quer enfatizar o sentimento, a emoção de uma execução à maneira do negro, oriunda de suas afro-tradições.

Há historiadores que classificam esta escola de Jazz como uma forma dançante do repertório das fanfarras que desfilavam pelas ruas de New Orleans no início do século XX. Não há dúvidas quanto ao grande apelo da dança em toda a história do Jazz.

Podemos ouvir uma típica execução do estilo New Orleans com JASPER TAYLOR AND HIS STATE STREET BOYS: Freddie Keppard (cnt), Eddie Ellis (tb), Johnny Dodds (cl), Tiny Parham (pi), Jasper Taylor (wbd) ―    STOMP TIME BLUES (Tiny Parham) ― Chicago, janeiro/1927

 

(1) KAZOO  - instrumento primitivo muito rústico que consiste em um tubo normalmente de bambu ou mesmo em metal com cerca de 12cm com a "boca" recoberta de pele. Na verdade é uma extensão amplificada da voz humana rouquenha empregado há centenas de anos na África para imitar vozes de animais para ajudar na caça e em vários tipos de cerimônias. Foi muito usado nas jug bands de New Orleans procurando imitar as inflexões do cornetim.

(2) JUG  - botija feita em cerâmica muito usada no início do século XX para guardar o gim, whiskey ou cerveja e com a qual os músicos primitivos de New Orleans emitiam, através de sopro no gargalo um som bastante grave à guisa de acompanhamento semelhante à tuba. A JUG continua sendo empregada como um instrumento folclórico no sul dos EUA.

(3) WASHBOARD  - é realmente o que significa — tábua de lavar. Foi muito empregada como instrumento de percussão nas bandas primitivas de New Orleans. Os executantes usavam as unhas ou colocavam dedais para tirar um melhor som. Muitas bandas estritamente tradicionais ainda empregam o instrumento.

(4) O que caracteriza a inflexão negróide é toda uma gama de recursos de execução musical essenciais ao Jazz quais sejam: os acentos, ataques, sustentação de notas, vibrato, semitonar e todas as combinações daí decorrentes. Uma técnica inspirada nos cantores de blues primitivos a fim de a tornar a execução mais expressiva;

CRÉDITOS DO PODCAST # 553

16 janeiro 2021

 

LIDER

EXECUTANTES

TEMAS e AUTORES

GRAVAÇÃO  LOCAL / DATA

JIMMY HEATH

Nat Adderley (cnt), Clark Terry (tp,flh), Tom McIntosh (tb), Dick Berg (trompa), Cannonball Adderley (sa), Jimmy Heath st), Pat Patrick (sbar), Tommy Flanagan (pi), Percy Heath (bx) e Albert "Tootie" Heath (bat)

BIG P (Jimmy Heath)

New York, 24 e 28/junho/1960

DAT DERE

(Oscar Brown, Jr. / Bobby Timmons)

HOWARD ROBERTS

Howard Roberts (gt)  Bob Cooper (st), Pete Jolly (p)i Jules Bertaux (bx) e Bobby White (bat)

JILLZIE (Howard Roberts)

Los Angeles, 17/janeiro/1957

INDIANA

 (James F. Hanley / Ballard MacDonald)

ANITA O’DAY

Anita O'Day (vcl) acc by Paul Smith (pi), Barney Kessel (gt), Joe Mondragon (bx) e Alvin Stoller (bat)

WHO CARES ?

(George Gershwin / Ira Gershwin)

Hollywood, CA, 6/dezembro/1955

AS LONG AS I LIVE

(Harold Arlen / Ted Koehler)

ROB MCCONNELL

 

SWR BIG BAND

Felice Civitareale, Wim Both, Claus Reichstaller, Karl Farrent, Rudolf Reindl (tp,flh), Ernst Hutter, Marc Godfroid, Ian Cumming, Gunter Bollmann, Georg Maus (tb), Raymond Warnier, Viktor Sokolov (trompa), Rob McConnell (v-tb,direção,arranjo), Klaus Graf, Axel Kuhn, Jorg Kaufmann, Andreas Maile, Pierre Paquette (saxes), Klaus Wagenleiter (pi), Klaus-Peter Schopfer (gt), Decebal Badila (bx) e Holger Nell (bat)

SO VERY ROB

 (Rob McConnell)

Stuttgart, Alemanha, 14/maio/2003

CONFIRMATION

 (Benny Harris / Charlie Parker)

CHICO HAMILTON

Buddy Collette (st,cl), Fred Katz (cello), Jim Hall (gt) Carson Smith (bx) e Chico Hamilton (bat)

BUDDY BOO

  (Buddy Collette) 

Live at "Strollers", Long Beach, CA, 4agosto/1955

I WANT TO BE HAPPY

 (Irving Caesar / Vincent Youmans)

MARTY PAICH

Frank Beach (tp), Stu Williamson (tp,v-tb), George Roberts (tb,) Bob Enevoldsen (v-tb,ts), Vince DeRosa (trompa), Art Pepper (sa), Bill Perkins (st), Jimmy Giuffre (sbar,cl) Victor Feldman (vib,perc), Marty Paich (pi), Scott LaFaro (bx) e Mel Lewis (bat)

I LOVE PARIS

 (Cole Porter)

Los Angeles, janeiro/1959

IT'S ALL RIGHT WITH ME

 (Cole Porter)

KENNY WERNER

Kenny Werner (pi), Johannes Weidenmueller (bx) e Ari Hoenig (bat)

TIME REMEMBERED

(Bill Evans)

Paris, 25/novembro/2000