Em 22 de agosto de 2016, o mais famoso intérprete da harmônica
no jazz morreu, o belga Toots Thielemans, aos 94 anos de idade. Seu primeiro
instrumento foi o acordeão, quando ele tinha 3 anos de idade. Com o tempo ele
também aprendeu violão e harmônica. Hoje queremos lembrá-lo mais uma vez.
No jazz, ele se destacou como o mais famoso intérprete da harmônica,
mas também como guitarrista. Além disso, ele tinha uma imensa facilidade para
fazer solos improvisados ou interpretar melodias assobiando.
Thielemans descobriu o jazz durante a ocupação alemã de seu
país. Muitos de seus amigos e familiares tinham discos de jazz e se reuniam
escondidos para ouví-los e que lhe causaram um profundo fascínio. Ele ouviu
Django Reinhardt e Stephane Grappelli e começou a tocar jazz em sua harmônica
com um desenvolvimento técnico e emocional incomum.
Depois da guerra, ele tocou com músicos de seu país, mas no
final dos anos 40 Benny Goodman pediu-lhe para se juntar a sua orquestra,
depois de ter tocado juntos na Europa, mas dificuldades com o visto não lhe
permitiu entrar os EUA até 1951. Contudo tornou-se cidadão americano em 1958
Uma de suas primeiras apresentações naquele país foi com
Charlie Parker e Miles Davis, mas durante essa década ele esteve por muito
tempo tocando guitarra com o quinteto de George Shearing.
Em 1961 ele gravou sua famosa composição "Bluesette", que se tornou um padrão
de jazz. Ele então trabalhou com Chet Baker, Bill Evans e outros grandes nomes
do jazz sob a direção do empresário e promotor Norman Granz.
Ele também foi músico solista de vários filmes famosos, como
Midnight Cowboy, The Getaway, Sugarland
Express, Turks Fruit e Jean de Florette.
Thielemans gravando e em concertos tocou com muitos músicos tais
como: Ella Fitzgerald, Quincy Jones,
Natalie Cole, Diana Krall, Johnny Mathis, Pat Metheny, Paul Simon, Billy Joel,
Elis Regina, Herbie Hancock, Jaco Pastorius, Joe Lovano, e Oscar Peterson,
entre outros.
Nos últimos anos de sua carreira, ele tocou regularmente com
o pianista Kenny Werner. Em 2014 ele começou a cancelar concertos devido a
problemas de saúde.
Como um líder, Thielemans gravou 26 álbuns aos quais
adicionou outras centenas nas quais participou como membro de vários outros conjuntos.
Em 2011, o rei Albert II da Bélgica concedeu-lhe o título de
barão. Nesse mesmo ano foi nomeado Professor Honoris Causa em duas universidades
belgas. Em 2008, recebeu o prêmio NEA JAZZ MASTER 2009. No ano seguinte, ganhou
o Amsterdam Concertgebouw Jazz Award, na Holanda.
Conheceu o nosso Maurício Einhorn e tornaram-se amigos. Na
década de 1960, no ano de 1968, participou do Festival Internacional da Canção
(da Rede Globo de Televisão) junto com o Toots Thielemans, como também no
festival da Rede Record de Televisão. Em 1972, a convite do músico brasileiro
Sérgio Mendes, residente nos Estados Unidos, Einhorn foi para esse país e
chegou a tocar com famosos expoentes do jazz e principalmente com Toots
Thielemans.
(traduzido e adaptado do blog Noticias de Jazz)
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