Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

A BARONESA DO JAZZ - Que todo amante de jazz deveria conhecer.

29 agosto 2018



Após alguns anos de sua publicação, o livro estreitamente relacionado à história do jazz, Nica's Dream, de David Kastin, tornou-se um best seller em ambos os lados do Atlântico, considerando que os fãs do jazz devem aprender mais sobre esta grande mulher que deixou um destacado capítulo na história do jazz moderno.
Jazz tem estado longe de ter ligações estreitas com as aristocracias globais, exceto no caso notável da multimilionária BARONESA KATHLEEN ANNIE PANNONICA ROTHSCHILD, "Nica", nascida em uma das famílias mais ricas e aristocráticas da Inglaterra, que também ousou pilotar seu próprio avião pelos céus da Grã-Bretanha, para lutar ao lado da resistência francesa na Segunda Guerra Mundial.
Ela viveu mais de duas décadas em Nova York, onde foi uma grande amiga e protetora  dos músicos de jazz da era do bebop, cool e hardbop. 
Uma patronesse  do século XX. Ingredientes ideais para uma biografia fascinante.
"Nica" ainda aparece na literatura por Julio Cortazar, com seus amigos e protegidos Thelonious Monk, Charlie Parker, Sonny Rollins, e muitos outros pioneiros do jazz moderno.
A biografia, intitulada "Sonho de Nica" ou "de Nica's Dream" (nome de uma composição de Horace Silver, dedicada a ela) foi escrita por David Kastin e custa menos de US$ 20 (pode ser comprado como um livro ou para Kindle através da Amazon). Ele relata sua vida intensa de seus anos jovens no Reino Unido, sua luta contra a resistência durante a Segunda Guerra Mundial e sua relação com o movimento bebop, quando ele se mudou para Manhattan.
Por que há tantas composições de jazz dedicadas à baronesa? Por exemplo: "Nica's Dream", de Horace Silver; "Nica's Tempo", de Gigi Gryce; "Nica", de Sonny Clark; "To Nica", de Kenny Dorham; "Blues For Nica", de Kenny Drew; "Pannonica", de Thelonious Monk; "Nica Steps Out", de Freddie Redd; "Thelonica", de Tommy Flannagan; "Inca" por Barry Harris.
A razão é que por duas décadas Nica socializou-se com músicos de jazz, poetas e escritores "beat" (beatniks) e tornou-se famosa por dirigir seu luxuoso Rolls-Royce prata indo para os clubes de jazz, para ouvir seus amigos músicos e protegidos. Nica ajudou financeira e moralmente muitas vezes músicos com sérios problemas. Não houve noite em que Nica não visitou os locais de jazz para ouvir e compartilhar com seus amigos musicais. Nada acontecia com seu carro luxuoso que ela deixava estacionado perto dos clubes até o amanhecer, porque todos naqueles bairros a respeitavam e a apreciavam.
Além de apoio financeiro recebia constantemente em seu hotel de luxo dezenas de músicos para os quais era sua mentora intelectual responsável pelo desenvolvimento e/ou idealização de algo em suas carreiras e comportamentos.
Tablóides a fizeram famosa em suas primeiras páginas quando em seu apartamento morreu seu amigo Charlie Parker e tornou-se uma personalidade junto com o crescimento da fama de Thelonious Monk, o chefe de seus amigos jazzmen, cuja família ajudou e apoio por anos.
"Nica" apareceu em filmes, documentários de televisão e outros livros, mas esta é a primeira biografia que cobre toda a sua vida com muitos detalhes e informações bem pesquisadas.
Em outubro de 2006 (Nica morreu em 1988) uma editora francesa publicou seu livro - Les Musiciens De Jazz Et Leurs Trois Voeux (músicos de jazz e seus três desejos), compilados pela Baronesa entre 1961 e 1966, quando entrevistou 300 músicos do gênero, perguntando a cada um quais eram seus três desejos. O texto do livro é acompanhado pelas famosas fotografias que Nica costumava tirar no ambiente de jazz com sua câmera Polaroid. Há uma versão em inglês da obra: Three Wishes: an Intimate Look at Jazz Greats (Três desejos: um olhar íntimo sobre os grandes do jazz)
Suas fotografias foram exibidas em inúmeros festivais de arte e música.
Sua neta Hannah Rothschild --periodista da BBC-- também publicou um livro sobre ela, menor, resumindo um excelente documentário de TV que ela fez para a BBC e HBO, que hoje podem ser encontrados em formato DVD. Hannah nunca conheceu sua avó e queria investigar sobre sua vida e aqueles prolíficos anos de jazz em Nova York. O documentário em DVD é chamado de "The Jazz Baroness" e o livro "The Baroness: The Search For Nica, The Rebellious Rothschild".




(traduzido e adaptado do blog Noticias de Jazz)

3 comentários:

ts disse...

Major:
Falar da Pannonica é sempre um oportuno e necessário lembrete de uma das figuras mais queridas do jazz. Todo jazzófilo conhece a Baronesa Nica pelas inúmeras músicas a ela dedicada. Grande dica, Major. Abraços,
Takechi

Anônimo disse...

Realmente uma grande personalidade do jazz sem ser musico. Deu tudo que pode para ajudar os musicos, inclusive a família e ao próprio Thelonious Monk um gênio mas de atitudes completamente aloucadas que trazia enormes problemas. Justa homenagem. Vou procurar o DVD
Carlos Lima

Carlos Tibau disse...

Amigo Mario
Sensacional o post. Parabens.
Abraço