Estudou o instrumento dentro da música clássica durante 05 meses com um professor e passou a integrar a orquestra escolar.
Com o trumpetista Bob Kersey escutou os primeiros discos de JAZZ e seu primeiro trabalho profissional foi com o trombonista Willie Dennis (William De Bernardinis, 10/01/1926 a 08/07/1965) em um cabaret de “strip-tease” na sua cidade natal.
Sua maior influência e paixão foi Art Tatum, admirando as cascatas de notas desse gigante.
Com 17 anos e em 1941 a família de ALBANY mudou-se para Los Angeles onde o ainda jovem pianista tocou nos clubes da “Central Avenue” (de 1920 até 1955 a meca do JAZZ e da comunidade afro-americana) - ai conheceu a Lester Young, com quem viria a gravar em 1946 (“Lester Leaps In”).
Tocou brevemente com a banda de Benny Carter e acompanhou também por breve tempo a Leo Watson, o cantor (perfeito no “scat singing” e grande influência de Teddy Bunn e de Slim Gaillard), trombonista e executante do ukelele de 12 cordas (“tipple”).
Foi para New York onde tocou com Max Kaminsky, depois com Georgie Auld e iniciou temporada em 1945 com Benny Carter (participaram da mesma temporada J.J.Johnson e Max Roach).
ALBANY passou a viver nos clubes da “Rua 52” (aquela que nunca dormia) e à sombra de Charlie Parker, seguindo-o até Los Angeles e com ele tocando e gravando em março de 1946 no “Finale Club”, em formação com Miles Davis/trumpete, Addison Farmer/ contrabaixo e Chuck Thompson/bateria; essa gravação consta do CD nº 18 do selo “Philology”, série “Bird’s Eyes”, com as faixas Anthropology, Billie’s Bounce, Blue “n” Boogie, All The Things You Are e Ornithology.
No retorno a New York ALBANY permaneceu circulando na “Rua 52” e tornou-se dependente de drogas, passando por temporadas de eclipse e de detenções.
Após anos como músico “free”, principalmente em Los Angeles, gravou para o selo “Riverside” em 1957 o álbum “The Right Combination” ao lado de Warne Marsh no sax.tenor e Bob Whitlock no contrabaixo, em formação atípica e não tão “right”, sem bateria.
Após essa gravação ele tocou em pequenos clubes de San Francisco, escreveu canções para Anita O’Day no período 1959/1960 e regressou a New York em 1963, passando a integrar diversos grupos - os de Charles Mingus e de Jay Cameron entre outros.
Passou pela California e depois por Las Vegas onde desfrutou de verdadeiras “férias”, já que permaneceu na orquestra de baile de Russ Morgan.
Em 1966 gravou o álbum “Portrait of a Legend” para o selo “Fresh Sound”, ao lado do baixista Leroy Vinnegar e do baterista Frank Capp. Em 1971/72 foi a vez do selo “Spotlite” abrigá-lo para as gravações dos álbuns “Joe Albany at Home” (piano.solo) e “Proto-Bopper” (Bob Whitlock no baixo e na bateria em faixas alternadas os bateristas Jerry McKenzie e Nick Martinis).
A partir de 1972 ALBANY passou a viver na Europa onde alinhou em grupos ao lado de Dexter Gordon, Johnny Griffin, Tony Scott e Ben Webster, além de gravar em dois álbuns para o selo “SteepleChase”, o primeiro deles em 1973 (“Birdtown Birds” ao lado de Hugo Rasmussen no contrabaixo e Hans Nymand à bateria) e o segundo em 1974 em duo com o contrabaixista Niels-Henning Ørsted Pedersen (Two’s Company”).
Na Europa ALBANY seguiu vivendo até 1976 onde ainda gravou mais alguns poucos álbuns (01 em 1974 e 02 em 1976) e tocou em diversos pequenos clubes.
Retornou aos U.S.A em 1977, ano em que deixou sua marca em 03 albuns: “Plays George Gershwin & Burton Lane” para a etiqueta “Musica”, “The Albany Touch” em piano.solo para o selo “SeaBreeze” e “Live In Paris” em trio para a “Fresh Sound”.
Em 1979 ALBANY gravou o álbum “Bird Lives” para o selo “Storyville” ao lado de Art Davis no contrabaixo e Roy Haynes na bateria, talvez seu trabalho mais maduro e conciso.
Em 1980 Carole Langer realizou o longa metragem “Joe Albany, A Jazz Life”, em homenagem a ALBANY.
Em 1982 ele realizou seu derradeiro trabalho em gravação, então para o selo “Elektra / Musician” e sob o título de “Portrait of an Artist”, tendo como acompanhantes George Duvivier no contrabaixo e Charlie Persip” na bateria.
ALBANY morreu de falência cardíaca em New York, no dia 12 de janeiro de 1988 e em vias de completar 64 anos.
Em 2014 foi produzido o longa metragem “Low Down” (já exibido na televisão nacional sob o título de “A Decadência de Joe Albany”). Segundo a produção o roteiro seguiu a orientação de Emmy Albany, filha de ALBANY. A película conta com a atuação da consagrada Glenn Close e a edição em DVD foi realizada em 2015.
ALBANY é tratado como uma legenda do JAZZ, muito provavelmente por ser um dos primeiros pianistas associados ao “bebop”. Diversos críticos o classificam como “falso bopper”, outros como “bopper eclético” ou, ainda, como “bopper heterodoxo”.
O fato é que as oscilações e “ausências” em sua trajetória dificultam cultuá-lo como dos mais importantes das “88 teclas”.
É certo que ao ouví-lo nas primeiras gravações em que seus solos se sobressaem, há instantes que nos fazem imaginar que esta “procurando” as notas, para em sequência desencadear arremessos de torrentes de notas cristalinas, como se quisesse “alcançar” Art Tatum. Essa ambivalência foi ficando mais evidente após as primeiras gravações e na medida em que sua mão esquerda foi sendo cada vez mais exigida.
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