Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

26 outubro 2017

Série   “PIANISTAS  DE  JAZZ
Algumas Poucas Linhas Sobre o Piano e os Pianistas
42ª Parte
HERMAN  CHITTISON        Ancorado em ART TATUM
O pianista norte-americano HERMAN CHITTISON nasceu no dia 15 de outubro de 1908 na cidade de Flemingsburg, no Kentucky, estado do meio-leste americano que conta com 97 importantes cidades (por exemplos Albany, Madisonville, Elizabethtown, Columbia, Independence, Middlesboro, Jackson, para citar algumas)  e cuja capital é Frankfort.   Faleceu vitima de câncer nos pulmões com 59 anos em 08 de março de 1967 na cidade de Cleveland, estado de Ohio.
CHITTISON aprendeu a tocar piano com 08 anos de idade, passou a estudar com grande dedicação mas em 1927, com 19 anos, assistiu ao vivo a orquestra de Fletcher Henderson:   a impressão foi imediata e profunda, o que o levou a abandonar os estudos e passou a tocar com o grupo “Kentucky Derbies”, com ele permanecendo até 1928.
Passou a tocar de 1928 até 1931 com os “Chocolate Beau Brummels” do banjoísta Zack Whyte, cuja formação incluía:  Sy Oliver, Henry Savage e Bubber Whyte (irmão de Zack) nos trompetes, Floyd Brady no trombone, Clarence Paige, Ben Richardson e Earl Tribble nos saxofones.alto, Al Sears nos saxofones.tenor e barítono, Montgomery Morrison na tuba, CHITTISON no piano, o líder Zack no banjo e William Benton à bateria.
Paralelamente CHITTISON acompanhava as apresentações do cômico Stepin Fletchir estrela maior de um grupo de variedades (“vaudeville”), sendo que em 1930 gravou os 02 lados de um 78rpm com Clarence Williams
Já desligado do grupo de Zack White e chegando em 1932 a New York trabalhou com as grandes Ethel Waters e Adelaide Hall.
No ano seguinte, 1933, CHITTISON gravou mais 02 faixas em 78rpm, fazendo duo BB
Seguiram-se mais 06 faixas com a orquestra de Clarence Williams, ocasião em que Willie “The Lion” Smith foi o segundo pianista.
De 1934 até 1938 CHITTISON estabeleceu-se no Velho Continente, quase sempre na banda de Willie Lewis (vide “Observação” ao final), mas também apresentou-se e gravou com Louis Armstrong.
Retornando aos U.S.A., mais precisamente a New York, a partir de 1940 apresentou-se em piano.solo e em trio sob sua tutela, até atuar no período de 07 anos no programa radiofônico “Casey, Crime Photographer” (431 episódios com cerca de ½ hora cada, iniciados em 07/julho/1943 e no ar até 22/abril/1955, o primeiro sob o título de “The Case Of The Switched Plates”, a maior  parte dos episód nos ios com CHITTISON ao piano e órgão).
Durante a década de 60 apresentou-se seguidamente em Boston e em New York, gravando como titular em 1962 e 1964.
Até seu falecimento CHITTISON tocou e residiu em Cleveland, onde veio a falecer, conforme início desta resenha.
Seguidor fiel de “Fats” Waller com brilho e torrentes de notas que alcançam, em alguns momentos, o melhor, o esplêndido, até surpreendente, CHITTISON todavia careceu tão somente de mais “silêncios” nos “up.tempos”,    No inicio dos anos 30 do século passado ao aportar em New York, foi um dos poucos pianistas capazes de “seguir” Art Tatum (que havia chegado em 1932 à “maçã”), cujas técnica e estilo foram, segundo Charles Delaunay, verdadeira obssessão para CHITTISON.
Ademais da gravação de "Doin' The New Lowdown" de 1937 com o líder Willie Lewis,  CHITTISON pode ser ouvido em:
-   Stormy Weather, 1934
-   My Melancholy Baby, 1938

Observação
William T. Lewis, norte-americano, foi clarinetista, saxofonista, cantor e líder de orquestra nascido a 10/junho1905 em Cleburne/Texas e falecido em 13/janeiro/1971 em New York.  Estudou clarinete na escola dos 12 aos 13 anos, trabalhou em cinemas de Dallas, estudou no “New England Conservatory” de Boston até 1921, trabalhou com Marion Cook e Sam Wooding de 1922 até e1925 e com Sam apresentou-se em diversos países europeus, inclusive na então U.R.S.S.   Idas e vindas entre Europa e U.S.A. no período 1931/1934 até instalar-se em Paris como base, mas com apresentações na Bélgica, na Holanda, no Egito e refugio na Suiça em 1940, depois em Portugal em 1941, de onde retornou aos U.S.A. com algumas poucas apresentações em   clubes nova-iorquinos.  

  Retornaremos nos próximos dias com o pianista Dick Twardzik

2 comentários:

MARIO JORGE JACQUES disse...

Meu caro Pedro, com a vivência em jazz que tenho, sem dúvida uns 60 anos, sei que muita coisa ainda não conheço, e esta sua postagem mais uma vez vem confirmar, nunca ouvir falar neste pianista!!!! acho que muita gente também. Não é nenhuma vergonha pelo contrário estas resenhas são excelentes. Consequência vou atrás do dito para conhecê-lo e divulgá-lo em um podcast. Esta é nossa função jazzística desde os tempos do nosso saudoso Lulla. Um grande abraço

Anônimo disse...

Estimado MÁRIO JORGE:

Talvez por ter atuado principalmente no Velho Continente e ter gravado pouco como titular, CHITTISON não se popularizou.
St. Louis Blues (junho/1934) no CD 3, The Man I Love e Flamingo (ambas de 17/setembro/1941) no CD 6, são 03 faixas em que se pode apreciar a arte desse pianista.
Constam do estojo "Piano Jazz, The History" ou "Piano Jazz, L'Histoire" com 10 CD's e livreto de André Francis e Jean Schwarz.
Vale a pena tentar conseguir esse estojo que cobre gravações de 1906 até 1952.

PEDRO CARDOSO