Série “PIANISTAS DE
JAZZ”
Algumas Poucas Linhas Sobre o Piano e os Pianistas
42ª Parte
HERMAN CHITTISON Ancorado em ART TATUM
O pianista norte-americano HERMAN CHITTISON nasceu no dia 15 de outubro de 1908 na cidade de
Flemingsburg, no Kentucky, estado do meio-leste americano que conta com 97
importantes cidades (por exemplos Albany, Madisonville, Elizabethtown,
Columbia, Independence, Middlesboro, Jackson, para citar algumas) e cuja capital é Frankfort. Faleceu vitima de câncer nos pulmões com 59
anos em 08 de março de 1967 na cidade de Cleveland, estado de Ohio.
CHITTISON aprendeu a
tocar piano com 08 anos de idade, passou a estudar com grande dedicação mas em
1927, com 19 anos, assistiu ao vivo a orquestra de Fletcher Henderson: a impressão foi imediata e profunda, o que o
levou a abandonar os estudos e passou a tocar com o grupo “Kentucky Derbies”,
com ele permanecendo até 1928.
Passou a tocar de 1928 até 1931 com os “Chocolate
Beau Brummels” do banjoísta Zack Whyte, cuja formação incluía: Sy Oliver, Henry Savage e Bubber Whyte (irmão
de Zack) nos trompetes, Floyd Brady no trombone, Clarence Paige, Ben Richardson
e Earl Tribble nos saxofones.alto, Al Sears nos saxofones.tenor e barítono,
Montgomery Morrison na tuba, CHITTISON
no piano, o líder Zack no banjo e William Benton à bateria.
Paralelamente CHITTISON
acompanhava as apresentações do cômico Stepin Fletchir estrela maior de um
grupo de variedades (“vaudeville”), sendo que em 1930 gravou os 02 lados de um
78rpm com Clarence Williams
Já desligado do grupo de Zack White e chegando em
1932 a New York trabalhou com as grandes Ethel Waters e Adelaide Hall.
No ano seguinte, 1933, CHITTISON gravou mais 02 faixas em 78rpm, fazendo duo BB
Seguiram-se mais 06 faixas com a orquestra de
Clarence Williams, ocasião em que Willie “The Lion” Smith foi o segundo
pianista.
De 1934 até 1938 CHITTISON estabeleceu-se no Velho Continente, quase sempre na banda
de Willie Lewis (vide “Observação” ao final), mas também apresentou-se e
gravou com Louis Armstrong.
Retornando aos U.S.A., mais precisamente a New
York, a partir de 1940 apresentou-se em piano.solo e em trio sob sua tutela,
até atuar no período de 07 anos no programa radiofônico “Casey, Crime
Photographer” (431 episódios com cerca de ½ hora cada, iniciados em
07/julho/1943 e no ar até 22/abril/1955, o primeiro sob o título de “The Case
Of The Switched Plates”, a maior parte
dos episód nos ios com CHITTISON ao
piano e órgão).
Durante a década de 60 apresentou-se seguidamente
em Boston e em New York, gravando como titular em 1962 e 1964.
Até seu falecimento CHITTISON tocou e residiu em Cleveland, onde veio a falecer,
conforme início desta resenha.
Seguidor fiel de “Fats” Waller com brilho e
torrentes de notas que alcançam, em alguns momentos, o melhor, o esplêndido,
até surpreendente, CHITTISON todavia
careceu tão somente de mais “silêncios” nos “up.tempos”, No inicio dos anos 30 do século passado ao
aportar em New York, foi um dos poucos pianistas capazes de “seguir” Art Tatum
(que havia chegado em 1932 à “maçã”), cujas técnica e estilo foram, segundo
Charles Delaunay, verdadeira obssessão para CHITTISON.
Ademais da gravação de "Doin' The New Lowdown" de 1937 com o líder Willie Lewis, CHITTISON pode ser ouvido em:
- Stormy Weather, 1934
- My
Melancholy Baby, 1938
Observação
William T. Lewis, norte-americano, foi clarinetista, saxofonista, cantor
e líder de orquestra nascido a 10/junho1905 em Cleburne/Texas e falecido em
13/janeiro/1971 em New York. Estudou clarinete
na escola dos 12 aos 13 anos, trabalhou em cinemas de Dallas, estudou no “New
England Conservatory” de Boston até 1921, trabalhou com Marion Cook e Sam
Wooding de 1922 até e1925 e com Sam apresentou-se em diversos países europeus,
inclusive na então U.R.S.S. Idas e
vindas entre Europa e U.S.A. no período 1931/1934 até instalar-se em Paris como
base, mas com apresentações na Bélgica, na Holanda, no Egito e refugio na Suiça
em 1940, depois em Portugal em 1941, de onde retornou aos U.S.A. com algumas
poucas apresentações em clubes
nova-iorquinos.
Retornaremos
nos próximos dias com o pianista Dick Twardzik
2 comentários:
Meu caro Pedro, com a vivência em jazz que tenho, sem dúvida uns 60 anos, sei que muita coisa ainda não conheço, e esta sua postagem mais uma vez vem confirmar, nunca ouvir falar neste pianista!!!! acho que muita gente também. Não é nenhuma vergonha pelo contrário estas resenhas são excelentes. Consequência vou atrás do dito para conhecê-lo e divulgá-lo em um podcast. Esta é nossa função jazzística desde os tempos do nosso saudoso Lulla. Um grande abraço
Estimado MÁRIO JORGE:
Talvez por ter atuado principalmente no Velho Continente e ter gravado pouco como titular, CHITTISON não se popularizou.
St. Louis Blues (junho/1934) no CD 3, The Man I Love e Flamingo (ambas de 17/setembro/1941) no CD 6, são 03 faixas em que se pode apreciar a arte desse pianista.
Constam do estojo "Piano Jazz, The History" ou "Piano Jazz, L'Histoire" com 10 CD's e livreto de André Francis e Jean Schwarz.
Vale a pena tentar conseguir esse estojo que cobre gravações de 1906 até 1952.
PEDRO CARDOSO
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