Série “PIANISTAS DE
JAZZ”
Algumas Poucas Linhas Sobre o Piano e os Pianistas
40ª Parte
ALBERT BOVER
A Permanente Influência de BILL EVANS
BOVER nasceu na capital da Catalunha, Barcelona, em 17 de janeiro de 1964, iniciando seu estudo de piano com professores particulares sómente com 13 anos.
Com 15 anos “descobriu” o JAZZ, ouvindo inicialmente discos de Chick Corea, depois os de Bill Evans, paixão indelével que se refletiu para sempre em sua arte.
Completou formalmente os estudos de harmonia e piano clássico no biênio 1983/1984, no instituto “Aula de Música Moderna y Jazz de Barcelona”.
Com 20 anos atuou seguidamente em grupos amadores, até estrear profissionalmente com 22 anos em 1986, integrando os primeiros discos do lider Perico Sambeat, já então e simultaneamente lecionando no quadro de professores do “Taller de Musics” de Barcelona, aderindo ao magistério com dedicação e sendo atualmente professor de piano na área de JAZZ, tanto na “ESMUC” (Escuela Superior de Música de la Universidade de Cataluña), quanto no “Conservatorio del Liceo”.
Tocou com Guy Lafite, Art Farmer, Marc Johnson, Oliver Jackson, Bill Berry, Jack Walrath, Wallace Roney e Ranee Lee.
Gravou com o grupo “A-Free-K” (“A-Free-K & Jack Walrath”, 1986), como convidado de Jack Walrath.
Em 1990 BOVER foi premiado na “Muestra Nacional para Jóvenes Intérpretes” como membro do quarteto de Perico Sambeat, além de prêmio no “Concurso Del Festival de Getxo” (vide “NOTA” no rodapé).
Nesse mesmo ano conseguiu uma bolsa e matriculou-se na “New School” de New York. Estudou então com Kenny Barron, Barry Harris, Fred Hersch, Jackie Byard e Sal Mosca, o que, convenhamos, é uma pós-graduação incomparável.
Tocou com Harold Land, Art Farmer, Mark Turner, Al Foster, Eddie Henderson, Oliver Jackson, Kenny Wheeler, Roy Hargrove, Ralph Moore, Jeff Ballard, Guy Lafitte, Ed Thigpen, Sonny Fortune, Idris Muhammad, Julian Arguelles e Scott Hamilton, vale dizer, quilômetros de aprendizado prático na estrada do JAZZ.
Participou de todos os festivais de JAZZ da Espanha (Barcelona, Vitoria, Madrid, Terrassa etc) e inúmeros programas de televisão.
Acompanhou o excelente sax.alto Jesse Davis em 1993 e Jean Toussaint em 1994 em suas temporadas espanholas.
Atuou com muitos e muito músicos espanhóis de JAZZ: Javier Colina, Chano Dominguez, Javier Vercher, Albert Sanz, Guillermo McGill, além do já citado anteriormente Perico Sambeat.
Participou de projetos na música flamenca e na música andaluz.
Realizou temporadas como líder ou como “sideman” pela Europa, no Japão, nos U.S.A. e no Marrocos.
Seguidor reconhecido de Bill Evans, BOVER pretende acompanhar os passos do grande Tete Montoliu, com filosofia de JAZZ similar ainda que com estilos bem diversos: enquanto Tete é pleno de swing, sinuoso, beirando o barroco, BOVER é mais contido no swing com “doçura” no fraseado, em que predominam as frases em “legato” entremeadas por notas intuídas, lógicas e diálogos com baixo/bateria (isto é, a mais pura escola “Bill Evans”).
Atualmente atua esporadicamente em trio com Gary Willis e Gergo Borlai, a par de manter trio próprio com o contrabaixista Masa Kamaguchi e o baterista David Xirgu.
Além da gravação já indicada anotamos:
- “Punto de Partida”, Perico Sambear, 1991
- “Es La Historia de um Amor”, Eládio Reinón, 1992
- “Confidencial”, Arturo Lerra, 1992
- “Dr. Jeckill”, José Luis Gámez, 1993.
Mas foi nas gravações como líder que BOVER ganhou gradativa e reconhecida projeção junto ao público e crítica, destacando-se os álbuns “Ao Vivo en Bilbao”, “Esmuc Blues” e “Viver no Jamboree”, esses 03 em trio, além de “Velha Garrafa, Vinho Novo” em piano.solo.
Para o cinema BOVER foi o compositor e o intérprete da trilha sonora do filme de José Luis Guerin “Tren de Baixar”.
Nota sobre “Getxo” - GETXO é um município localizado no Pais Basco espanhol entre Santurtzi e Portugalete, a 20 minutos de carro do Aeroporto “La Paloma” de Bilbao (projeto de Santiago Calatrava). No festival de JAZZ de 2017 registra-se a presença de “Andrzej Olejniczak Quartet”, “Christian Scott Quintet”, “Bill Evans & Dean Brown Band”, “Dianne Reeves” e “Chucho Valdés” entre outras atrações.
Retornaremos
nos próximos dias com o norte-americano ALLAN
GUMBS
3 comentários:
Pedro não conheço, vou correr atrás
Em tempo, já consegui no itunes e baixei alguma coisa em breve estará no podcast (acontece que já tenho programas gravados até o fim do ano) mas gostei muito do catalão (será que vão ficar independentes?)
Estimado MÁRIO JORGE:
Você verá que esse é um real seguidor de BILL EVANS, o que não á pouco.
Quanto à catalunha a "independência" seguirá sendo sonho de uma estúpida noite de verão.
Não fazem a menor idéia dos custos social, econômico, burocrático e histórico que resultaria da loucura:
- famílias com ramificações em toda a Espanha que estarão impedidas de conviver;
- perda brutal de todo o comércio exterior para a Espanha, a Europa, os U.S.A. e as Américas restantes;
- distância e não-reconhecimento de toda a comunidade internacional;
- conversão de toda a legislação para novos parâmetros;
- processos judiciais internos e externos que se arrastarão por anos a fio sem solução;
- etc etc etc.
Enfim uma clamorosa MERDA sem solução.
PEDRO CARDOSO
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