Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

06 agosto 2017

Série   “PIANISTAS  DE  JAZZ
Algumas Poucas Linhas Sobre o Piano e os Pianistas
37ª Parte  -  II (final)
(37)   PHINEAS  NEWBORN  JR.        (Resenha longa)         02 Módulos

Ainda assim e no primeiro semestre de 1957 PHINEAS grava em New York e para o selo “RCA” o álbum "Phineas Newborn Jr. - While My Lady Sleeps", no seio de grande formação (“Dennis Farnon Orchestra” com 23 cordas mais piano / baixo / bateria).
Em 1958 vamos encontrar PHINEAS atuando em trio, mas com um trabalho em duo com Charles Mingus para, em seguida, atuar para o cinema no clássico “Shadows” de John Cassavetes.
Nesse ano gravou o álbum "Phineas Newborn Jr. And Trio - Fabulous Phineas" para, depois, sair em temporada européia dentro da "caravana" denominada "Jazz From Carnegie Hall". 
Na Itália toca com o grupo "Mills Brothers" e grava com músicos locais o clássico álbum "Phineas Newborn, Jr. Plays Again" recheado de clássicos e com solos antológicos ("Night In Tunisia", "Nica's Dream", "Airegin", "Bag's Broove", "C Jam Blues" e "Walkin").
Nessa temporada européia e dentro do programa “Jazz From Carnegie Hall” PHINEAS tem a oportunidade de atuar em Estocolmo ao lado de outro ícone do “piano jazz”, Red Garland.
Retornando a New York PHINEAS lidera seu trio com John Simons / contrabaixo e Roy Haynes / bateria. 
Com Paul Chambers no lugar de John Simons em 1958 ele grava em trio e no mais que respeitado estúdio de Rudy Van Gelder o álbum “Roy Haynes – We Three”, para seguir em New York gravando com Booker Little em grande formação (Louis Smith, Frank Strozier, George Coleman, o irmão Calvin Newborn, George Joyner e Charles Crosby) o álbum “Young Men From Memphis - Down Home Reunion”, em que a versão do clássico “Star Eyes” atinge a excelência.
PHINEAS passa a residir em Los Angeles e, nada mais lógico, torna-se astro nas gravações para o selo “Contemporary”, gerando uma série de sucessos discográficos como líder ou “sideman”:   “A World of Piano!”(1961), “Maggie's Back in Town” (1961), “Howard McGhee/Teddy Edwards - Together Again!”(1961), “The Newborn Touch” (1964)  e outros.
PHINEAS sofreu grave depressão nervosa, interrompeu a carreira e foi internado em mais de uma oportunidade no “Camarillo State Mental Hospital” (a mesma instituição onde esteve internado Charlie Parker de agosto de 1946 até janeiro de 1947, quando foi liberado sob a custódia de Ross Russell, proprietário da “Dial Records”, passando a viver em apartamento no centro de Los Angeles com Doris Sydnor). 
Nessa fase tão delicada da vida ele também sofreu grave lesão na mão direita, necessitando e adotdando duro regime de exercícios para recuperar a digitação. 
A primeira saída de PHINEAS do “Camarillo” foi em 1965, sendo que atuou em trio na região de Los Angeles e chegou a gravar;    mas retornou para tratamento e de hospital em hospital chegou à instituição “Brentwood”, onde somente podia praticar ao piano nos intervalos para entretenimento.
No início de 1969 e em trio, PHINEAS  ao lado de Ray Brown / baixo e Elvin Jones / bateria deixa registrado o álbum “Phineas Newborn Jr. - Please Send Me Someone To Love”.  Seguem-se outras gravações de alto padrão técnico e de sensibilidade, demonstrando que PHINEAS havia retornado em plena forma;  não atoa o album de dezembro de 1976 é intitulado “Phineas Newborn Jr. - Look Out! Phineas Is Back”, em que a faixa mais emblemática é o clássico “Just In Time”.
Em julho de 1979 vamos encontrá-lo atuando no festival de Montreux, em solo e  contracenando com uma série de astros das “88”:  Chick Corea, Herbie Hancock, Jay McShann, Hank Jones e John Lewis.
Temporadas na Europa e nos U.S.A. seguem-se na carreira de PHINEAS, assim como gravações, uma delas em 1986 com o excepcional pianista Adam Makowicz em faixas que não chegaram ao mercado.
A derradeira gravação de PHINEAS ocorreu em seu estado natal em 1987, tampouco lançada comercialmente.
O falecimento de PHINEAS ocorreu em 1989, tendo sido enterrado no “Memphis National Cemetery”.
O crítico de JAZZ Scott Yanow refere-se a PHINEAS como “one of the most technically skilled and brilliant pianists in jazz”, enquanto que o renomado Leonard Feather afirma que PHINEASin his prime, he was one of the three greatest JAZZ pianists of all time”.
É importante assinalar que a audição das gravações de PHINEAS nos mostra uma clara mistura de influências, que trafegam por Art Tatum, Oscar Peterson, Errol Garner e Bud Powell, o que não é pouco.
Trata-se de pianista ardente, virtuoso, que se exprime em estilo “bebop” acentuadamente “bluesy”, base de sua inspiração harmônica.   Sua técnica com a mão esquerda é superior, caminha com autoridade pelas “block-chords”, recorre a baixos alternados com a mão esquerda, dialoga frases entre as duas mãos com intervalos de duas oitavas, sabe ser percussivo, suas frases possuem brilho, fulgor e são baseadas na ambivalência rítmica.   Improvisa com autoridade e fluidez, com frases em “legato” (que nos deixam quase sem respiração) e uma digitação irrepreensível, articulada, sólida.
Ademais das gravações já indicadas,  a arte de PHINEAS pode ser plenamente apreciada no DVD “Jazz Scene USA  -  1962” (selo “Sanachie”, 60 minutos, produção de 2001), que reúne 02 shows desse programa, sendo 01 deles com o organista Jimmy Smith e o outro com PHINEAS, este em 06 “takes”, sendo o mais emblemático deles, “Blues For The Left Hand Only”, uma execução como o título indica;  é impressionante como PHINEAS faz a leitura na linguagem do “blues” e somente com a mão esquerda;  vale a pena conferir, inclusive pelos demais temas  -   “Phineas Newborn, Jr Trio”,  “Theme For Basie”, “Lush Life”, “New  Blues” e “Oleo”.
SYLVIO LAGO é definitivo em seu livro “Arte do Piano” (2007, 751 páginas, Algol Editora, página 544):   “...pianista de técnica prodigiosa, capaz de conciliar o virtuosismo com fantasias poéticas.......Seu toucher é feito de toques delicados, sem ferir a tecla, com independência das mãos,  a esquerda de absoluta independência e  a direita ágil e de grande superioridade técnica.   Os improvisos são realizados de modo desenvolto, com acordes em bloco, numa velocidade digital que nos faz recordar Art Tatum, além de referências ao bop e com vigorosas inflexões do blues....”.      E tudo está dito ! ! !
As gravações de PHINEAS são, via-de-regra, de alto grau de perfeição técnica e emotiva, mostrando-nos um perfeito “mago” das 88 teclas, 02 pedais e de 01 virtuosismo superior.
Final...........
                                                                                      Retornaremos  nos próximos dias

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