Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

OUTRA COLUNA RECUPERADA DO MESTRE LOC

01 outubro 2015

O novo voo solo de Romero Lubambo

por Luiz Orlando Carneiro, em 29/8/15

Aos 60 anos – três décadas depois de ter trocado o Rio por Nova York – o mestre das seis cordas Romero Lubambo acaba de lançar o seu terceiro CD pelo prestigioso selo jazzístico Sunnyside. O primeiro foi Duo (2012), na companhia do pianista-compositor César Camargo Mariano. O segundo foi Só: Brazilian essence (2013), um recital solo totalmente acústico (violão), comentado nesta coluna (7/6/2014), e que mereceu a cotação máxima de cinco estrelas na revista Downbeat (maio de 2014).

O novo álbum de Lubambo, também solo (violão acústico e guitarra elétrica), intitula-se "Setembro-A Brazilian under the jazz influence". E é apresentado pela gravadora como “um fabuloso retrato auditivo de um músico que faz a ponte entre o jazz e a música popular brasileira, e entre o violão acústico e a guitarra elétrica jazzística”. O “anúncio” não é exagerado quanto ao adjetivo “fabuloso”, que é adequado para qualificar o coração, a cabeça e os dedos mágicos desse carioca-novaiorquino que respira e transpira música da melhor qualidade, independentemente de qualquer rótulo.

Vale lembrar que a fama de Lubambo consolidou-se por sua atuação no vitorioso Trio da Paz, em conluio com os também “exilados” Duduka da Fonseca (bateria) e Nilson Matta (baixo). Na discografia desse combo de samba jazz destacam-se os CDs Partido out (Malandro, 1998), Somewhere (Blue Toucan, 2005) e Live at Jazz Baltica (MaxJazz, 2007).

No recém-lançado Setembro, Lubambo volta a tocar sozinho, e dá uma aula magna de guitarra, variando entre a acústica e a elétrica, na interpretação de 12 peças, das quais cinco já integradas ao cancioneiro brasileiro, quatro do American songbook e três de sua autoria.

O programa começa justamente com Influência do jazz (5m45), “bossa nova” clássica de Carlos Lyra, e termina comPreciso aprender a ser só (2m40), da dupla Marcos e Paulo Valle, ambas dedilhadas no violão puro, sem mistura. Assim como Joana francesa (3m45), de Chico Buarque; Setembro (4m15), de Ivan Lins e Gilson Peranzetta; Muriqui (6m10) eLukinha (4m10), de autoria de Lubambo.

Na guitarra elétrica, o virtuose prefere exibir a sua arte – sempre com swing e harmonias jazzísticas – em Darn that dream(3m30), Love letters (4m35) e Days of wine and roses (5m25). Mas surpreende com uma original recriação de All the things you are (3m15), bem percussiva, no violão, enquanto escolhe o instrumento plugado para discorrer sobre Meditação (5m), de Tom Jobim, e Nira (5m10), balada de sua lavra.

O álbum Setembro-A Brazilian under the jazz influence é mais um gol de placa de Romero Lubambo, considerado um dos maiores e mais requisitados guitarristas (ou violonistas) do planeta. Seja como solista, seja como sideman.

Da sua agenda sempre cheia consta – do dia 15 deste mês até 15 de novembro próximo – uma série de 19 apresentações como acompanhante da estrela Dianne Reeves, em turnês pelos Estados Unidos e pela Europa (Finlândia, Polônia, França, Itália). No último dia deste ano e nos três primeiros dias de 2016, Lubambo – a sós com o seu violão - será uma das principais atrações do Festival de Jazz de Inverno de Orvieto, na Itália.

(A faixa Influência do jazz pode ser ouvida em:


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