Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

COLUNA DO MESTRE LOC NO JB DE SÁBADO

08 abril 2015

Stanley Jordan e Kevin Eubanks, uma dupla notável

por Luiz Orlando Carneiro 

Há três décadas, o guitarrista Stanley Jordan, hoje com 55 anos, agitou a cena jazzística quando o então produtor-presidente da Blue Note Bruce Landvall - que o descobrira tocando na Rua 48 de Manhattan, como street musician - lançou o LP Magic Touch. O álbum virou um best-seller. Vendeu mais de 500 mil cópias, ao revelar o “toque mágico” daquele jovem músico que usava o braço do instrumento de seis cordas com todos os dedos, sem apoio dos trastes, como se estivesse deslizando pelo teclado do piano, tocando single notes, acordes ornamentais ou de apoio.

Apesar daquele feito extraordinário, a discografia do prodigioso guitarrista não se avolumou como um todo muito consistente, uma work in progress coerente. Ao contrário, reflete o espírito camaleônico de Jordan, que navega com o mesmo desembaraço pela moderna mainstream do jazz e por correntes mais comerciais (smooth, pop ou beyond). Mas suas performances são incríveis shows de técnica, como sabem muito bem, aqui no Brasil, os frequentadores do Rio das Ostras Jazz & Blues Festival.

Feitas estas breves considerações, cumpre informar que Stanley Jordan e o também excelente guitarrista Kevin Eubanks acabam de lançar, no selo Mack Avenue, o CD Duets, gravado em abril do ano passado. As 10 peças do menu (média de 5 minutos), interpretadas num clima camerístico, em contínua interação, são breves obras de arte em matéria de técnica e de inspiração. Uma envolvente confabulação entre duas mentes privilegiadas.

Kevin Eubanks, 57 anos, é de uma família de músicos. Filho de uma pianista-organista, é sobrinho do pianista Ray Bryant (1931-2011), irmão do trombonista Robin (do San Francisco Jazz Collective) e do trompetista Duane. Entre 1995 e 2010, Kevin liderou a banda do Tonight Show de Jay Leno, programa de grande audiência da rede NBC.

Duets é um álbum primoroso. Enriquece as discografias dos dois virtuoses da guitarra, que também exibem, discretamente, suas habilidades como pianistas. Jordan senta-se ao piano ao lado de Eubanks em Blue in green (3m10), de Miles Davis, e também em Someone like you (5m15), tema pop de Adele; Eubanks troca as cordas pelo teclado em A child is born(6m15), balada jazzística do trompetista Tadd Jones (1923-86).

As doze cordas se entrelaçam nas demais faixas (Jordan sempre plugado, Eubanks mais no acústico): Summertime(5m10), de Gershwin; Lights (5m05), da cantora Ellie Goulding; Morning sun (4m05), Old school jam (4m30), Vibes (4m15) e Goin' on home (4m25), peças concebidas pela dupla na base do aqui e agora.

Brent Black, no site Critical Jazz, assim sintetizou a sua apreciação do CD: “Duets é uma jornada íntima e também cerebral, na qual a dupla viaja por uma estrada pouco trafegada. O som do álbum é acariciante e suave, mas com a dose certa de tempero destinado a lhe dar uma qualidade cativante e um acentuado espírito soulful”.

Sete faixas de Duets podem ser ouvidas em: 


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