Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho)*in memoriam*; David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels)*in memoriam*,, Pedro Cardoso (o Apóstolo)*in memoriam*, Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge), Geraldo Guimarães (Gerry).e Clerio SantAnna

29 outubro 2014


ALGUMAS POUCAS LINHAS SOBRE A
GUITARRA E OS GUITARRISTAS  -  31

Arvin Charles Garrison, artisticamente ARV GARRISON, guitarrista norteamericano, nasceu na cidade de Toledo, estado de Ohio (estado cuja capital é Columbus e que abrange as conhecidas cidades de Delaware, Georgetown, Lancaster, Avon, Wilmington, Springifield e Oxford, além de outras 122), no dia 17 de agosto de 1922, vindo a falecer em sua cidade natal com 37 anos e no dia 30 de julho de 1960 em decorrência de ataque de epilepsia.
Filho de mãe professora de piano, com a idade de 09 anos GARRISON iniciou-se no “ukelelê”, passando a estudar a guitarra e de forma auto-didata 03 anos mais tarde.
Com a guitarra e até os 18 anos tocou nas reuniões sociais da igreja de sua paróquia e participou de múltiplas bandas escolares, até que em 1941 e com 19 anos completos montou seu próprio grupo, chegando a atuar no “Kenmore Hotel” na cidade de Albany, capital do estado de New York (o estado conta com 374 cidades além da capital, quantidade somente inferior à do estado da Califórnia, que contabiliza 482 cidades).
Com certeza e segundo o próprio GARRISON, suas maiores influências na guitarra foram o grande Django Reinhardt, assim como o não menos importante Les Paul, cujas gravações ele escutou vezes sem fim.
Em seguida à atividade em Albany GARRISON integrou a formação de Don Seat em Pittisburgh, estado da Pensilvânia, para voltar a montar trio próprio com o qual atuou nas costas Leste e Oeste americanas até 1948.
Esse trio passou a denominar-se a partir de 1945 como “Vivien Garry Trio”, nome da contrabaixista e cantora do trio, com quem GARRISON casou-se nesse mesmo ano.
Ainda assim e em 1946 GARRISON teve seu maior momento de glória e de projeção, em função de ter gravado com Charlie Parker.   Com efeito, no dia 05 de fevereiro de 1946 e no estúdio da “Electro Broadcasting” em Glendale (Califórnia), GARRISON participou com a guitarra da formação intitulada “Dizzy Gillespie Jazzmen”, integrada por Gillespie no trumpete, Parker no sax.alto, Lucky Thompson no sax.tenor, George Handy no piano, Ray Brown no baixo e Stan Levey à bateria;    nessa sessão foi gravado o tema “Diggin’Diz” com 2’52” para o selo “Dial Records” (do produtor Ross Russell, também biógrafo de Charlie Parker com o livro “BIRD” de 1972).   
No mês seguinte e no dia 28, novamente GARRISON com sua guitarra alinhou no estúdio da “Radio Recorders”  em Hollywood (Califórnia), quando foram gravadas 11 faixas também para o selo “Dial Records” e com a formação denominada como “Charlie Parker Septet”:    Parker no sax.alto, Miles Davis no trumpete, Lucky Thompson no sax.tenor, Dodo Marmarosa no piano, Vic McMillan no baixo e Roy Porter na bateria.  Foram gravados os temas “Moose The Mooche” (03 tomadas), “Yardbird Suíte” (02 tomadas), “Ornithology” (03 tomadas) e “Night In Tunísia” (02 tomadas);   além dessas 10 faixas/tomadas foi preservado também o “break” do tema “Night In Tunísia” com o sax.alto de Charlie Parker, “break” considerado uma das peças mais importantes dessa sessão.  Dessa forma e em 32’37” ficou registrada a presença de GARRISON em momento histórico do “bebop”.
Aproveitando essa rara oportunidade e em conversa com o crítico de JAZZ Leonard Feather, GARRISON angariou sua inclusão na renomada “Enciclopédia do Jazz” do citado crítico, o que lhe valeu prestígio permanente.
No ano de 1947 e como líder GARRISON deixou registrada a que considerava sua melhor gravação, “Five Guitars In Flight”.  Essa gravação foi realizada com a banda de Earl Spencer e contou com um time ímpar de guitarristas:  Barney Kessel, Irving Ashby, Gene Sargent, Tony Rizzi e o próprio GARRISON.
No início dos anos de 1950 GARRISON retornou à sua cidade natal, Toledo, onde sua carreira passou a decorrer de forma bem discreta.
GARRISON sempre foi um explorador das linhas melódicas, com brilho, em muitas passagens improvisadas atingindo o lírico.  O som que obtinha em sua guitarra era “redondo” ainda que incisivo, o que soube transportar com perfeição e inteligência para a amplificação eletrônica.
Vida curta pelo falecimento com apenas 37 anos,  mas carreira longa por ter-se iniciado no aprendizado ainda menino e profissionalmente com tão somente 19 anos, fizeram de GARRISON um músico que conseguiu cunhar sua presença com dignidade.   Ao lado de Remo Palmieri e de Bill DeArango, GARRISON foi um dos primeiros, e melhores, guitarristas do “bebop”.
As gravações em que ele pode ser ouvido foram citadas anteriormente.

Retornaremos à guitarra e aos guitarristas em próximo artigo.

Nenhum comentário: