Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

BELO ARTIGO DO MESTRE LOC

06 setembro 2012

Vai aqui a transcrição de recente artigo do Mestre LOC na edição on-line do Jornal do Brasil, sobre nosso mais famoso e competente baterista expatriado, e seus incríveis companheiros de boa música interplanetária.

Duduka da Fonseca em novo CD, sempre na batida do ‘samba jazz’
por Luiz Orlando Carneiro

O mestre da bateria Duduka Da Fonseca, carioca radicado em Nova York desde 1975, músico de expressão no mundo do jazz, volta a esta coluna em função de mais um belo CD, como sempre em ótima companhia.
No recém-lançado Samba jazz-Jazz samba (Anzic), ele comanda um quinteto integrado pela cada vez mais aclamada clarinetista-saxofonista Anat Cohen e pelos brasileiros (também nova-iorquinos) Hélio Alves (piano), Guilherme Monteiro (guitarra) e Leonardo Cioglia (baixo).

A associação de Duduka com a israelense (também nova-iorquina) Anat não é nova. São amigos, tocam juntos há muito tempo, e já gravaram com o mesmo time, em 2005, Samba jazz in black and white (Zoho). Uma das donas do selo Anzic, Anat promoveu em estúdio esse reencontro, no qual o líder continuou explorando temas de autoria de músicos brasileiros (em oito das 10 faixas), sem deixar de selecionar duas “gemas” do repertório eminentemente jazzístico — Blues connotation, de Ornette Coleman, e The peacocks, do saudoso pianista Jimmy Rowles (1918-96).

Os demais membros do quinteto já estão, há mais ou menos tempo, na “primeira liga” do jazz nova-iorquino. Principalmente Hélio Alves, cujo último registro, o álbum Música (JLP, 2010) — em trio com Antonio Sanchez (bateria) e Reuben Rogers (baixo) — foi muito elogiado pelos reviewers, incluindo o severo Robert L. Doerschuk (Downbeat), para quem o pianista se distingue por três qualidades básicas: “sutileza, musicalidade e extraordinária facilidade de improvisar”.

Os mesmos predicados devem ser atribuídos ao guitarrista Guilherme Monteiro, 41 anos, dos quais mais de 10 nos Estados Unidos. Destaque, no seu currículo, para o disco Jazz & bossa (Blue Note, 2008), em que atua como sideman do grande baixista Ron Carter, ao lado de Stephen Scott (piano) e Javon Jackson (sax tenor).

O baixista Leonardo Cioglia, por sua vez, formou-se no renomado Berklee College of Music de Boston, e apresentou suas credenciais no CD Contos (Quizamba, 2009), no qual assina uma série de 10 peças, interpretadas com o concurso de músicos emergentes do nível do saxofonista John Ellis, do guitarrista Mike Moreno e do baterista Antonio Sanchez.

No novo álbum "Samba jazz-Jazz samba" — na verdade, mais jazz com molho de samba do que o inverso — o quinteto de Duduka da Fonseca improvisa a partir dos seguintes temas de autores brasileiros: Depois da chuva (5m15), envolvente melodia de Dom Salvador, tratada em tempo médio; Sabor carioca (4m15), do saxofonista Raul Mascarenhas, com introdução-solo de 40 segundos da bateria do líder; Rancho das nuvens (4m35), joia raramente lembrada de Tom Jobim; Dona Olímpia (5m40), de Toninho Horta; O guaraná (7m30), Melancia (8m20) e Obstinado (6m40), dos pianistas Alfredo Cardim, Rique Pantoja e Haroldo Mauro, respectivamente; Flying over Rio (5m25), original de Duduka.

Na última eleição anual dos críticos de jazz promovida pela revista Downbeat (edição de agosto), Anat Cohen foi eleita a clarinetista nº 1, derrotando os barbados Don Byron, Paquito D’Rivera e Ken Peplovski, e venceu também o páreo dos rising stars na categoria dos saxofonistas tenores.

Em Samba jazz-Jazz samba ela toca clarinete — que sempre foi o seu primeiro instrumento — nas langorosas Rancho das nuvens e Dona Olímpia. Nas demais, ela brilha no sax tenor, sobretudo em Blues connotation (4m20), numa irresistível versão sambada da peça de Ornette Coleman.

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