No final da década de 20, retornou a New Orleans atuando com Fats Pichon e logo após juntou-se a Fate Marable no barco Capitol no rio Mississippi, nesse período foi descoberto por ‘olheiros’ da Victor, que pensaram encontrar nele uma alternativa capaz de rivalizar com o imenso sucesso da Okeh, ninguém menos que Louis Armstrong. Retornando a New York, grava quatro faixas para a Victor em 1929, acompanhado pela banda de Luis Russell, alcançando imediato prestígio entre os músicos de jazz. A partir daí, Red tornou-se o primeiro trompete das bandas de Russell de 1929 a 1932, de Fletcher Henderson de1933 a 1934) substituindo o grande cornetista Rex Stewart e da Mills Blue Rhythm Band de 1934 a 1937, estabelecendo-se como o melhor trompetista do período inicial do swing.
Após cumprir um contrato de gravações para a Victor onde fez vários registros sob seu próprio nome trabalhou com Duke Ellington, retornando então ao grupo de Luis Russell no qual defrontou-se com Louis Armstrong. Durante este período Allen fez várias gravações com Coleman Hawkins, onde cantava e executava o trompete. Permaneceu com Russel até 1940 quando passou a liderar combos atuando em nightclubs de New York e gravando com Jelly Roll Morton e Sidney Bechet em um revival de New Orleans e fazendo uma turnê com Billie Holiday. Nas décadas de 50 e 60 continuou ativo a liderar grupos em trabalhos com seus velhos amigos George Lewis, Coleman Hawkins e o trombonista Kid Ory até abril de 1967 quando sucumbiu a um câncer pancreático.
Em um artigo da Down Beat de 1965 intitulado — "Henry Red Allen o mais avant garde trompetista de New York" o crítico Don Ellis escrevia: — "Qual outro trompetista toca rítmos assimétricos em arranjo também suingante? Qual outro trompetista possui uma surpreendente variedade de cores de som, inflexões diversas, efeitos de meia- válvula, glissandos e o controle completo da emissão do som?"
Bem, Ellis naturalmente se referia a Louis Armstrong como sendo o "outro" já que Allen era com certeza o mais intenso e brilhante seguidor de Armstrong, contudo com enorme personalidade. Por vezes soa muito parecido mas se observarmos bem sua técnica é semelhante mas seu estilo é outro.
"Allen deixou marcas no início da carreira de Roy Eldridge que por sua vez influenciou Dizzy Gillespie" — "Allen é caprichosso, inquieto e altamente lírico.... seu sentimento melódico é governado quase completamente pelos blues infundindo em cada tema extenso emprego das blue notes". (Whitney Balliet).
Um de seus grandes trabalhos intitula-se — It Should Be You que escolhemos para ilustrar o Museu de Cera onde podemos atestar tudo o que foi dito acima.
Na abertura com Allen pode-se jurar que se trata de Armstrong depois desenvolve seu estilo e ainda temos Higginbotham, Holmes e Nicholas em ótimos solos.
It Should Be You - (Henry Allen) – Henry Allen & His New York Orchestra: Henry "Red" Allen (tp), J.C. Higginbotham (tb), Albert Nicholas (cl, sa), Charlie Holmes (sa), Teddy Hill (st), Luis Russell (pi,arranjo), Will Johnson (bj), Pops Foster (bx) e Paul Barbarin (bat)
Gravação original: Victor V38073 (mx 55133-3) - New York, 16/julho/1929
Fonte: LP Vintage series LPV 556 – RCA Victor , 1966 – USA
Boomp3.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário