Aqui você vai encontrar as novidades sobre o panorama nacional e internacional do Jazz e da Bossa Nova, além de recomendações e críticas sobre o que anda acontecendo, escritas por um time de aficionados por esses estilos musicais. E você também ouve um notável programa de música de jazz e blues através dos PODCASTS.
Apreciando ou discordando, deixem-nos seus comentários.
NOSSO PATRONO: DICK FARNEY (Farnésio Dutra da Silva)
..: ESTE BLOG FOI CRIADO EM 10 DE MAIO DE 2002 :..
Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).
ARRANJO & ORQUESTRAÇÃO, POR JOYCE
04 agosto 2008
O belo tipo faceiro que tenho ao meu lado chama-se Johnny Mandel, genial arranjador/ orquestrador/ autor de algumas célebres trilhas sonoras de Hollywood/ compositor de grandes canções do Grande Songbook Norte-Americano, como 'Emily', 'The Shadow of Your Smile' e muitas outras. Esta foto foi feita durante uma visita que fiz à casa onde ele mora com a mulher em Malibu, California, há uns 4 anos atrás. O tempo voa... Nessa ocasião, tínhamos um projeto em mente, que, por muito caro, não conseguimos realizar. Ficou na vontade. Ao invés desse projeto, acabei fazendo outro logo em seguida, com meu velho amigo Dori Caymmi, arranjador/ orquestrador/ compositor igualmente de altíssimo quilate, e ainda por cima, cantor e violonista brilhante. Foi um excelente negócio, musicalmente falando, e até hoje os ecos deste trabalho ainda rolam - volta e meia nos apresentamos juntos, pelo simples prazer que a música nos dá. Por que falo tanto nesses dois, Johnny e Dori? Porque são arranjadores e orquestradores geniais, mundialmente respeitados, e que igualmente me respeitam como músico que sou. Músico: palavra sem feminino. Acontece que o fato de eu ser uma cantora (canária, na visão preconceituosa de alguns atrasados, em pleno século 21) me desabilitaria para as funções de arranjadora, que exerço normalmente em todos os meus discos desde 1980. Não me formei na Berklee, não sei dizer exatamente a extensão de cada instrumento de uma orquestra - e no entanto sei exatamente o que vai e o que não vai soar nos discos que faço. Sei qual será a melhor opção para um instrumento solista e distribuo as vozes dos sopros que irão se misturar com a minha própria voz, num só naipe. Posso criar uma introdução e um desenho rítmico que irá modificar a estrutura de alguma música já por demais batida, caso eu tenha a intenção de regravá-la (fiz isso, por exemplo, na minha gravação de "Upa Neguinho", em 1998, num arranjo do qual até o autor gostou (Edu é famoso por não gostar de quase nada), ou de "Sambou, Sambou", que Donato adorou e passou a usar também, sempre que vem tocar comigo). Posso também dar minha contribuição à harmonia da canção em questão, mesmo que seja só um acorde a mais, que não interfira na estrutura harmônica, mas faça uma graça para o autor. Tenho feito isso a vida toda, e é por isso que não me sinto canária, embora cantar seja o meu maior prazer. Mas a voz é um instrumento, como o violão também é, para melhor expressar uma idéia musical que me venha, seja essa música minha ou não. E ainda assim, já me aconteceu de um orquestrador, com quem trabalhei diversas vezes ao longo dos anos (não importa quem), utilizar alguns arranjos meus em trabalhos de orquestração dele, sem o devido crédito - e pelo contrário, assinando o arranjo como se fosse seu, inclusive para trabalhos com outros artistas. Coisa muito feia, que os grandes bambas ali de cima jamais fariam. Como gosto de ter fé na humanidade, quero crer que sendo eu, na opinião deste colega, uma simples canária, ele sinceramente acredita que os arranjos são dele..."
"Eu trabalho assim: eu vou aonde você não estiver. Meu trabalho é preencher e colorir os espaços que você deixa na música" (Johnny Mandel, explicando para mim seu método como arranjador).
Nenhum comentário:
Postar um comentário