Ao chegar perto do hall do restaurante eis que escuto um suingue daqueles bem balançante com o som de vibrafone, sax, piano, baixo acústico e bateria. Entro no salão e lá estava ao vivo um senhor tocando um vibrafone e um rapaz com um sax-tenor ao pescoço e só. Percebí que piano, baixo e bateria estavam gravados e que os 2 faziam sozinhos o espetáculo. Local vazio com mais duas mesas uma com um casal e outra com dois cidadãos já um tanto altos, todos conversando.
Sentamos e fiquei atento, uma ensemble e a coda. Batemos palmas timidamente e aí disse para Lúcia minha esposa ― poxa muito bom, o cara parece até com Terry Gibbs.
O vibrafonista olhou em nossa direção e veio ao nosso encontro e com sotaque de gringo travou-se o diálogo:
Vib – "com licença, bua note, - o sinhor gostar de jazz?
MJ - "sim, gosto muito"
Vib – " o sinhor falar Terry Gibbs?"
MJ – "é... acho que você toca algo parecido com o estilo dele e você? conhece Terry Gibbs?
Vib - " bem... vou le dizer, eu ser sobrinho de Terry Gibbs! Yes, e vou tocar pra sinhores"
Assim jantamos se não me engano uma ótima moqueca e ao som de um bom Jazz .
Depois levantei e fui falar com Steve o vibrafonista que me deu o cartão abaixo e explicou ter vindo dos EUA para a Argentina onde conheceu Alejandro o sax-tenor, também muito bom, depois para o Brasil no Rio e São Paulo mas achou difícil arranjar alguma coisa para sobreviver com música e seguiu para o nordeste, adorou Aracaju, onde casou e abriu um curso de inglês e fazia as apresentações no hotel às sextas e sábados e ainda mais tarde no sábado e domingo em um bar. Também tocava em eventos. Mostrou que possuia mais de 30 fitas K7 com a base das músicas de "JAZZ E BOSSA-NOVAS" e "BOM RITMO É O NOSSO NEGÓCIO" aliás um bom negócio. UMA GRANDE SURPRESA.
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