Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

TROMPETISTA ALEXIS ANDRADE LANÇA DISCO

28 maio 2008

Quinta Feira, no Cotton Club, no mezanino do Hotel Casino Atlântico, Posto 6, Rio de Janeiro, às 20:30, o trompetista Alexis Andrade, lança seu disco.

Alexis, que o Arlindo Coutinho carinhosamente chama de "Cabeleira", toca cornet e trompete, sendo amigo de muita gente da velha guarda do jazz, chegando a tocar junto com Louis Armstrong no camarim do Theatro Municipal.

Taí uma boa opção para a noite desta quinta, vamos todos prestigiá-lo. Ligue e reserve, o Cotton Club é pequenininho (21)2227-5404.

Ninguém melhor para falar do Alexis Andrade do que nosso mestre RAF. Abaixo reproduzo um texto da coluna do José Domingos Raffaelli, escrita em 07/09/2007, na Folha da Estância:

ALEXIS ANDRADE E O DISCO DE FATS NAVARRO

O trompetista Alexis Andrade é um dos melhores músicos de jazz do Rio de Janeiro, sendo conhecido por suas atuações em vários conjuntos de jazz tradicional. Ele também tocou e gravou com o lendário clarinetista e saxofonista americano Booker Pittman, que morou no Rio nos últimos anos de sua vida..

Alexis tocou com a Rio Jazz Orchestra no I Festival de Jazz de São Paulo, em 1978. Seu solo em "I Can't Give You Anything But Love, Baby" empolgou a platéia. No final, o disc-jockey americano Felix Grant fez questão de abraçá-lo no camarim.

Sempre que alguns conjuntos estrangeiros de jazz tradicional tocavam no Rio, ele subia ao palco para uma canja. Para isso, levava seu trompete de bolso, que foi presente do amigo Booker Pittman.

Além do idioma tradicional, Alexis também toca jazz moderno, sendo admirador de Fats Navarro, Dizzy Gillespie e Miles Davis.

Protético de profissão e músico por diletantismo, as paredes de seu consultório estão repletas de fotos de trompetistas e também tem um aparelho de som para ouvir discos.

Aos 84 anos, ele ainda toca esporadicamente, tendo perdido recentemente a esposa após 58 anos de vida em comum. Humilde, educado e simpático, ele é estimado por todos no meio musical.

Aléxis é fanático por Fats Navarro, que encabeça sua lista de trompetistas favoritos, que considera o mais completo improvisador do instrumento.

Em meados dos anos 60, como eu, ele freqüentava as Lojas Murray, famosa loja carioca de discos citada em livros como ponto de encontro dos jazzófilos e bossanovistas. Certo dia, ele apareceu nervosíssimo, suando frio nas mãos e na testa. Perguntei o que acontecera e pediu-me: "Por favor, vamos dar uma volta porque estou apavorado. Minha mulher está fazendo uma cirurgia e não agüento mais com tanta preocupação e nervosismo".

Saindo da loja, convidei-o para um cafézinho e continuamos a andar, mas ele suava e tremia cada vez mais. Por mais que tentasse acalmá-lo, pior ficava, e fiquei preocupado temendo um ataque ou algo pior. Ao passarmos em frente a outra loja de discos, ouvimos o som de um disco de Fats Navarro.

No mesmo instante Alexis transformou-se por completo, como se tivesse esquecido a preocupação com a esposa. Sorriu empolgado e gritou: "É Fats Navarro!". Entramos na loja para ouvir o disco e Alexis sorria, vibrava, estava felicíssimo. Completamente calmo disse-me que ia ao hospital onde a esposa estava sendo operada. Perguntei-lhe se desejava que o acompanhasse, mas apenas agradeceu-me: "Obrigado, não precisa. Depois de ouvir Fats Navarro, sei que minha esposa está muito bem".

Pulando algumas décadas, há cerca de 10 anos avistei-o com a esposa no calçadão da Avenida Atlântica, em Copacabana. Ao ver-me, ainda de longe, gritou empolgado:

- Tem alguém melhor que Fats Navarro ?

Respondi: "Acho que não".

Ele, incisivo e eufórico, berrou a plenos pulmões:

- Acha que não ? Deixa de besteira! Nem daqui a 300 anos aparece outro como ele.

Um comentário:

durval disse...

Pessoal.
Alexis é meu tio, irmão da minha falecida mãe, Dalva.
Gostaria muito de falar com ele.
Por favor, preciso do telefone dele.
Obrigado,
Durval
21-8145-7633