Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

MUSEU DE CERA # 40 – COLEMAN HAWKINS

23 maio 2008


O SAXOFONE é instrumento de sopro, de metal, com tubo cônico, provido de um sistema de chaves e de embocadura de palheta simples como o clarinete, inventado na 2ª metade do século XIX pelo belga Adolphe Sax, de quem deriva o nome. É considerado instrumento da família das palhetas e sua aparição no Jazz se deu por volta de 1915 sendo empregado com frequência a partir de 1920.
Coleman Randolph Hawkins foi sem dúvida o primeiro grande saxofonista do Jazz. Nascido a 21/nov/1904 no Missouri sua educação musical se iniciou pelo piano e o violoncelo na forma clássica no Washburn College de Kansas City. Aos 9 anos, entretanto, se apaixona pelo saxofone indo tocá-lo então na banda escolar. Em 1921 a cantora de blues — Mamie Smith ouviu Hawkins em um teatro de Kansas no grupo — Jesse Stone and his Blues Serenaders e o contratou imediatamente para integrar o seu Jazz Hounds atuando tanto ao sax-alto quanto ao tenor. Hawkins ficou com Mamie até 1923 fazendo algumas gravações. Depois tocou com Wilbur Sweatman e com Fletcher Henderson em cuja banda ingressou em 1924 e ali permaneceu por 10 anos.
Além de seu trabalho com Henderson, gravou com os McKinney's Cotton Pickers e com Red McKenzie's Mound City Blue Blowers em 1929 e formou em 1933 a Henry "Red" Allen/Coleman Hawkins And Their Orchestra. Quando deixou Henderson em 1934 foi para a Europa, primeiro atuando na Jack Hylton's Orchestra na Inglaterra, depois em vários grupos na França, Holanda, Suiça, Bélgica e Escandinávia. Em 1937 participa da famosa gravação que marcou o encontro de Benny Carter, Django Reinhardt e Stéphane Grappelli. Com a iminência do iníco da Guerra Mundial em julho de 1939 retorna à América liderando em New York a banda do Kelly’s Stables e uma big band no Savoy Ballroom e no Apollo Theater até 1941. Retomando as gravações acontece a magnífica versão da balada Body and Soul a 11 de outubro de 1939.
Hawkins foi um dos poucos tradicionalistas que emigrou para o bebop nos anos 40, inclusive contratando Thelonious Monk para seu quarteto em 1944 e liderando várias sessões no mesmo ano inclusive com Dizzy Gillespie. Contratou também Miles Davis, Howard McGhee e Max Roach em início de carreira para atuarem em sua banda. Em 1946 gravou com J.J. Johnson e Fats Navarro. Participou de inúmeras apresentações com The Jazz At Philarmonic.
Pelo início dos anos 50 as inovações dos saxofonistas Lester Young e Charlie Parker tornaram o estilo de Hawkins um tanto fora de moda, contudo foi capaz de se adaptar às novas correntes do Jazz associando-se ao trompetista Roy Eldridge. Através dos anos 60 e 70 atuou em várias gravações feitas com Thelonious Monk, Max Roach, Eric Dolphy, John Coltrane, Duke Ellington e Sonny Rollins. Assim mostrou sua enorme versatilidade e talvez um dos maiores exemplos do que se designa por Jazz mainstream — literalmente a corrente principal — expressão usada pelo crítico inglês Stanley Dance, referindo-se ao Jazz executado nos anos 40 e 50 e que segue até os dias de hoje tendo o swing como base, independente de ser dixieland ou bebop, ou seja, fiel às suas tradições.
Hawkins não foi o primeiro a empregar o saxofone no Jazz, mas foi o primeiro solista importante no sax- tenor, mas não nos esqueçamos do sax-alto, barítono, baixo, C-melody e do clarinete com os quais fez várias apresentações de igual desenvoltura. De início seu estilo era marcado pela transposição para o sax do dedilhado dos clarinetistas de New Orleans e pouco a pouco foi criando o estilo potente que o marcou por toda a vida. Sua sonoridade um tanto áspera foi se tornando suave e melodiosa. Fazia-se extremamente lírico nas baladas tendo como maior exemplo a famosa Body and Soul em que se supera. Os estudos musicais na infância o ajudaram a evoluir sem dificuldades nas tramas harmônicas do Jazz moderno. Hawkins veio a falecer a 19/maio/1969 deixando um imenso legado aos músicos como uma das figuras de grande postura na história do Jazz junto a Jelly Roll, Armstrong, Ellington, Bechet, Parker, Coltrane, Bud Powell e tantos outros...
Podemos ouvir o sax-tenor de Hawkins com o trompetista Henry "Red" Allen e um excelente grupo. Hawkins sola 32 compassos logo após a abertura de Allen que retorna no vocal e depois ao trompete solo com um break do trombone de Morton mostrando que também por ali se encontrava. Uma balada simples e podemos até dizer que ao ouví-la já se poderia prever o que aconteceria em 39 com Body & Soul.
DARK CLOUDS (Boretz / Sammuels) - Henry "Red" Allen/Coleman Hawkins And Their Orchestra: Henry "Red" Allen (tp,vo), Coleman Hawkins (ts), Benny Morton (tb), Edward Inge (sa, cl), Horace Henderson (pi), Bernard Addison (bj), Bob Ysaguirre (bx) e Manzie Johnson (bat).
Gravação original: 9 de novembro de 1933, New York, selo Perfect 15858 B (mx 14284-1)
Fonte: CD - Henry Red Allen 1933-35 - Classics 551 - England - 1990


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