Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

HISTÓRIA DO JAZZ N° 60

21 maio 2008




Aos poucos a memória se aclara e vamos lembrando de acontecimentos interessantes para integrar essa série. Essa historia ocorreu em meados dos anos 50 e mostra mais uma vez oque acontece quando se gosta de Jazz. Tinha combinado com o saudoso amigo Rocha Melo para irmos assistir o programa de Paulo Santos na Rádio MEC .. Saí mais cedo do trabalho e fui peregrinar pelos sebos da cidade. Já tinha passado pelos da rua São José e não encontrei nada interessante. Avisado por amigos fui para a rua Senador Dantas onde o português Babo e o delicado Vicente estavam instalados. Moravam no sebo uma meia dúzia de gatos que flanavam pelo ambiente e obviamente faziam suas necessidades onde queriam, inclusive em cima dos discos. Deixei der comprar um Lp da orquestra de Boyd Raeburn porque tinha sido “premiado” com uma descarga felina .
Fiquei satisfeito quando Vicente me informou que em determinada prateleira estavam alguns 78 rpm chegados na véspera . Fui examiná-los e encontrei alguns originais de Paul Whiteman, daqueles que tem sua caricatura no selo . Um deles tinha o estranho titulo de “C-O-N-S-T-A-N-T-I-N-O-P-L-E “. Confesso que ao ouví-lo na vitrolinha do sebo não me entusiasmei. Tinha um vocal horroroso e parecia música de desenho animado Comprei mais pelo selo do disco do que pela música.
Sobraçando meia dúzia de 78 rpm, fui ao encontro de Rocha Melo para tomar um ônibus rumo a Praça da República. O ônibus estava lotado e tivemos que viajar de pé. Eu com muito cuidado com os discos, embora bem embalados pelo Vicente com folhas de papelão que outrora foram caixas de 78rpm. Em pé no meio do carro entabulamos uma conversa na qual Rocha Melo me perguntou quais os discos que havia comprado. Fui dizendo um por um e ao chegar ao “Constantinople” de Paul Whiteman aconteceu o inusitado . Um cidadão que estava sentado deu um pulo e segurando meu braço indagou : “Constantinople “ de Paul Whiteman ?
Disse que sim e ele então contou uma história de sua juventude, que vira um filme onde a orquestra de Whiteman tocava a música e parece que nessa ocasião conheceu sua mulher.
Perguntou onde poderia adquirir o disco. Informei que seria difícil encontrar outro, a não ser que houvesse coincidência de duas pessoas terem o mesmo disco e vendê-los para o sebo.
Pediu para ver o disco mas, informei que estavam embalados em folhas de pápelão e seria difícil, em pé, abrir o envelope e mostrá-lo. Ainda assim agradeceu , sentou-se e abanando a cabeça repetiu algumas vezes a palavra “C-O-N-S-T-A-N-T-I-N-O-P-L-E”.
Coisas do Jazz.

Nenhum comentário: