Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

BATTAGLIA & PASOLINI @@@@@

26 fevereiro 2008


Ao lado de Stefano Bollani e Enrico Pieranunzi, o pianista Stefano Battaglia (Milão, 1965) é um dos músicos mais respeitados da Europa na esfera do jazz contemporâneo. Técnico, sofisticado e criativo, seus CDs são aguardados com muito interesse. Battaglia navega com naturalidade entre a música clássica e o jazz e nunca se sabe qual lado prioriza em cada novo álbum – atualmente está sob contrato com a ECM. E acaba de lançar um disco no mínimo ousado. Trata-se de uma homenagem a um dos seus maiores ídolos, o polêmico Pier Paolo Pasolini (1922/1975). O CD duplo (Re:Pasolini/2007/ECM) já recebeu inúmeras críticas entusiasmadas e sem dúvida justifica essa empolgação, não só pela beleza em si, mas pelo desafio na concepção do projeto e pela qualidade dos temas compostos por Battaglia.
Stefano Battaglia nunca se esquivou da influência de Bill Evans. Tanto que gravou dois álbuns a ele dedicados (Bill Evans Compositions Vol. 1 & 2), aliás obrigatórios para os admiradores do chamado jazz italiano. Battaglia começou a gravar como líder em 1987. De lá para cá foram mais de 20 CDs lançados, alguns em solo. Nesse período foi visto ao lado de Lee Konitz, Kenny Wheeler, além do próprio Pieranunzi e outros músicos italianos de prestígio. Re-Pasolini tenta refletir a obra do cineasta, cuja vida foi recheada de histórias conturbadas, culminando com sua morte até hoje não explicada em detalhes. São 24 temas. Apenas Casa Sono Le Nuvole traz a assinatura de Modugno e do próprio Pasolini. Os outros são de Battaglia. O primeiro CD tem uma intenção bem mais jazzística, trazendo Michael Grassman (trumpet), Mirco Mariottini (clarinet), Aya Shimura (cello), Salvatore Maiore (bass) e Roberto Dani (bateria). O segundo, com um tempero acentuado da música clássica, conta com Dominique Pirafèrly (violin), Vincent Courtois (cello), Bruno Chevillon (bass) e Michelle Rabia (percussion). O álbum chega a emocionar. Há jazz de primeira cepa. Grande parte dos temas é de rara beleza melódica e harmônica. Re:Pasolini é indispensável na discografia dos que, como eu, acompanham o jazz contemporâneo europeu.
.....................................................................
PS. No som na caixa, Canzone di Laura Betti, composta por Battaglia em tributo à mulher que mais intimamente conheceu Pasolini.
.....................................................................
" America may have known Pasolini as an art house filmmaker; via Battaglia's Re: Pasolini, he has become something more, something other, a force of the mythic universe. Battaglia's work is an epic, and yes, a masterpiece that is a force in and of itself to be reckoned with. It is the high point in an already celebrated career." by Thom Jurek (AMG @@@@1/2)


Nenhum comentário: