Foi no dia quatro do corrente que aconteceu a grande aventura. Estevão Herman convidou amigos para que, em sua casa em Petrópolis, comemorassem com ele o seu aniversário. A caravana partiu da Modern Sound em luxuosa van e durante todo o percurso foram exibidos DVDs. O CJUB foi devidamente representado por Mário, Coutinho, Llulla e Sazinho, esse em grande forma, capitaneando o time e dando instruções, usando para tanto os costumeiros substantivos e verbos que Coutinho classifica como “garbage”.
Primeira ordem: “Pit Stop” no Pavelka para abastecimento. Chope, Água Tônica, Mate e Coca Cola foram os líquidos consumidos, enquanto esTe escriba matou uma saudade de trinta anos degustando com sofreguidão o famoso sanduíche de lingüiça.
Chegamos na casa de Estevão que, guardadas as devidas proporções, é uma espécie de Principado, embora ele não pertença a família real. Fomos recebidos com muito carinho por ele e a sua bonita família, e após uma rápida visita a algumas dependências, nos instalamos no bar da piscina. Ali, entre bebidas e canapés, a conversa animada com a participação geral e o humor muito bem representado pelo radialista Luiz de França.
Recordamos com Estevão, Coutinho e Beltrão o tempo das Lojas Murray, seus freqüentadores, casos acontecidos etc. De repente veio a ordem para que todos fossemos examinar a “pièce de resistence” do almoço, um Vermelho já com maioridade com cerca de 15 quilos, que foi imolado em forno de lenha em homenagem aos Deuses do Jazz. Mário analisou a peça e sugeriu que a mesma, como Shadrack, Misak e Abdenago, voltasse para a fornalha, o que foi feito. Voltamos para o bar vendo o Red Label , como um beija-flor, dar voltas olímpicas, molhando os copos de Sazinho, Mário e Coutinho. Toca o sino chamando a galera para o almoço. Chegou o Vermelho devidamente guarnecido, que se submeteu a uma cirurgia executada por um dos filhos de Estevão.
Além do Vermelhão, tivemos lombo de porco, que Coutinho quis promover a javali e deliciosos feijão, arroz e farofa. Isso sem falar na “ouverture” que foi um monumental jogo de saladas.
Voltamos para a sala de música, um primor, devidamente guarnecida com piano de cauda, contrabaixo e uma bateria “Gretsch”, e um turbilhão de peças fonográficas de Lps a DVDs, sem falar em Cds, dos quais Estevão possui mais de trezentos só do trumpetista Chet Baker. Ao lado a sala de cinema, onde pudemos assistir a takes de Shirley Horn, um Piano Workshop, realizado em Berlim em 1965 e ao sensacional ”Spok Frevo”, um primor da cultura musical brasileira alicerçada no Jazz. Ou seja, todos os solistas improvisam com fraseado jazzistico e apresentando um swing contagiante.
Voltamos ao bar da piscina onde pudemos observar novos passos do “Johnny Walker” sempre em direção aos mesmos fregueses. Fomos chamados para a sala para o tradicional “parabéns pra você”, repetido algumas vezes para que duas dos onze netos de Estevão pudessem apagar as velinhas. Aí entrou o lado sério da solenidade com a palavra dada a Luiz de França. Seu “speech” foi realmente sensacional e mostrou que o mesmo possui um largo conhecimento do vernáculo. Grande França!
Volta ao bar da piscina onde as conversas continuaram e muitas fotos foram tiradas. Enquanto nossa van já estava no estacionamento aguardando a comitiva, o motorista se mostrou preocupado com o horário, já que tinha outro trabalho a cumprir. Foi difícil reunir o pessoal. Enquanto isso, fiquei recordando algumas passagens do dia. A casa de hóspedes (eu disse casa e não quarto) onde já dormiram Harry James e Dave Brubeck e onde um pequeno e valente cão quase “desarmou” Coutinho. A hospitalidade com que fomos recebidos pela bonita família de Estevão, o canto dos pássaros, a bronca que as araras deram em Mário quando esse foi fotografá-las, a conversa sempre engraçada de Luiz de França e a confraternização entre todos os convidados.
Finalmente partimos de volta ao Rio e Sázinho, ainda em grande forma, premiou a todos com seus conhecidos termos eclesiásticos. Foi um sábado feliz!

O CJUB agradece a Antonio a cessão das fotos.
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