Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

Histórias do Jazz n° 53

11 janeiro 2008

JORGE GUINLE

Certa ocasião Sylvio Tullio Cardoso chegou nas Lojas Murray com meia dúzia de livros e distribuiu a alguns freqüentadores. Fui agraciado com um exemplar e para minha surpresa a segunda edição do “Jazz Panorama” de Jorge Guinle veio com uma dedicatória do autor ( Ao Luiz Carlos Antunes, cordialmente, Jorge Guinle). Claro que ficamos envaidecidos, afinal de contas o famoso “Jazz Panorama” alcançara a segunda edição revista e aumentada e tínhamos recebido a atenção do autor. Esse foi meu primeiro contacto com Jorge Guinle.
Quando o “ Clube de Jazz e Bossa” foi fundado, comparecemos a algumas apresentações, inclusive na inauguração ocorrida na boite “Gaslight” ,em companhia de alguns amigos . Fomos também agraciados com o titulo de “sócio honorário” e logo convidados a participar das reuniões da diretoria que eram realizadas no apartamento de Jorginho às segundas feiras.
Pediram minha colaboração , embora eu não fizesse parte da diretoria. O problema é que alguns diretores não compareciam às reuniões e suas atribuições sobrecarregavam os demais . Não tinham quem secretariasse as reuniões e fiquei com o cargo de secretário executivo.
A primeira vez que fui ao apartamento de Jorge fiquei deslumbrado com a sua discoteca. Um armário baixo ocupava todo o comprimento da varanda e nele estavam guardadas algumas centenas de Lp’s.
Em cima do piano de cauda, mais algumas dezenas de discos “ajudavam” na decoração. Nessa noite conversamos muito antes da reunião. Falei sobre a cantora Lizzie Miles, cujas gravações ouvira no apartamento de Sylvio Tullio . Jorginho teceu elogios à Lizzie mas quis me mostrar outra vocalista que achava “formidável”.... Claire Austin. Colocou o disco e naquele momento eu fui apresentado a uma das mais surpreendentes vozes do chamado Jazz tradicional. Claire Austin . Branca, loura, quarentona (na época) , magra e com uma potente voz negróide . Os “blues” que cantou com acompanhamento do grupo de Kid Ory foram exaltados por todos os presentes. Para mim o mais emocionante foi o “Empty bed blues”.
Fui reencontrar Jorginho durante o curso “Introdução ao Jazz” realizado em 1990 no Museu do Ingá. Estávamos escalados para a palestra “Os grandes solistas de Jazz”. Jorge faria a primeira parte abordando o Jazz tradicional e eu na semana seguinte falaria sobre a fase moderna. Entre uma conversa e outra pedí a Jorge que autografasse a primeira edição do “Jazz Panorama” o que êle fez com prazer. (Ao Lula, um apaixonado do nosso Jazz e um grande “expert”. Com carinho, Jorge Guinle)
Uma semana antes dessa palestra fui convidado por Jorge para ir a sua casa. Queria falar comigo. Humildemente me perguntou se poderia incluir Charlie Parker na sua palestra, embora seu assunto fosse os solistas do Jazz tradicional. Nem permiti que ele justificasse o pedido. Claro que Jorge falar sobre Parker, a quem assistiu, com quem conversou e até sua foto com “Bird” saiu em livro, era obrigatório . Agradeceu bastante a “autorização” e entre um whisky e outro ouvimos as ultimas novidades que recebera.
No encerramento do curso “Introdução ao Jazz”, produzido por Pedro Paulo Medeiros, com festa e “jam session” realizadas no “Plaza Shoping Niterói”, houve a distribuição do troféu”Victor Assis Brasil” e eu estava entre os agraciados como produtor do “Melhor Programa de Jazz”, segundo os eleitores e tive a satisfação de receber o prêmio das mãos de Jorginho Guinle. Considerei mais uma divisa para “O Assunto é Jazz” .
O mesmo Pedro Paulo Medeiros conseguiu na época fazer um programa na Rádio Eldorado intitulado “Cotton Club”. No encerramento do ano, resolveu reunir em audição festiva os disc-jockeys que tinham programas de Jazz : Luiz Carlos Antunes, Arlindo Coutnho, Eduardo Tróia, Ana Lúcia Bizinover e Nelson Tolipan. Convidado especial : Jorginho Guinle. Aconteceu então um fato muito interessante. Falaram no Clube de Jazz e Bossa e eu aproveitei a oportunidade e mostrei aos presentes a minha carteira de sócio honorário. Jorginho satisfeito com o que viu exclamou : “Vocês estão pensando o que ? O Clube de Jazz e Bossa tinha até carteira ! “





E nada mais foi dito nem perguntado.
















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