Durante o dia, workshops, palestras e debates com acesso livre, complementaram a programação.
Pessoalmente, assisti ao debate “Cds x Downloads“ com a participação de dois dos maiores críticos americanos, Gary Giddins ( JazzTimes ) e John McDonough ( DownBeat ), além do “Cjubiano” Luiz Orlando Carneiro, Zuza Homem de Mello e do curador do festival Ivan Monteiro.
Aqui, uma palavra sobre Ivan, um dos maiores responsáveis pelo brilhantismo do festival. Um jovem que não conhecia, apaixonado por jazz e em particular por Miles Davis. Êle, no espírito, já é um cjubiano! Parabéns e obrigado, Ivan. Junte-se a nós!
Outra ótima iniciativa foi a participação da Russo Jazz Band, um grupo como aqueles das ruas do French Quarter de New Orleans, que assisti animando a viagem de trenzinho entre Ouro Preto e Mariana.
Voltando a música, gostaria de complementar alguns comentários que fiz no “primeiro set”.
Não entrei em detalhes sobre o show do Wallace Roney, devido a um grande sentimento de decepção pois tenho bons discos dele e assisti a um agradável show no Mistura Fina em 2006. Saí cedo mas soube que no final não havia mais do que 20 “testemunhas” na platéia.
Quanto a Madeleine Peyroux, o maior sucesso de público do festival, também abandonei o show após a quarta música e décima desafinada. Ao vivo, nem a voz é parecida com a de Billie Holiday. A moça é um produto de marketing e dos milagres dos técnicos de gravação.
Não me estendi sobre os veneráveis João Donato e Bud Shank, porque achei o Donato muito burocrático e o Bud sem “sopro”, afinal o cara tem mais de 80 anos. Mas devo ressaltar que o Robertinho Silva foi um show à parte. Tocou tanto que valeu a entrada!
Já o Oscar Castro Neves continua sendo um violonista maravilhoso, porém o conjunto é estranho. Violão, violino, soprano, piano, baixo elétrico e bateria. Não me soou bem. E o simpatissíssimo Oscar resolveu cantar! Inclusive Águas de Março!! Aí fui dormir.
O Sambajazz Trio, como já disse, é mais SAMBA do que jazz, mas é gostoso. Só não posso aceitar, e talvez por isso meu comentário tenha parecido indiferente, é o Clauton Sales, em 3 ou 4 músicas, tocar trumpete com a mão direita e bateria com a esquerda, ao mesmo tempo! Give me a break!!
Sobre o Omer Avital, quero comparar sua atuação sóbria, concentrada e com solos de impecável execução no trio do Aaron Goldberg, com o de seu quinteto, rindo e dançando com seu baixo, tocando música de festa.
O show foi bom, mas duvido que alguém lembre de algum momento especial, um solo ou até uma música em particular.
Em contrapartida, o jovem Goldberg abriu seu set com Luíza, passou por Djavan, tocou boas composições próprias e do Avital, além de um surpreendente arranjo de Inútil Paisagem, que como escreveu o mestre LOC, teve um delicioso sabor “bluesy”. Devemos ficar de olho neste pianista.
No set de Ingrid Jensen, faltou falar da participação de Zeca Assumpção no baixo, muito aplaudido e reverenciado pela própria Ingrid.
Não falo mais de Joshua Redman. Já comprei o cd.
Sobre o espetáculo de domingo, não citei a participação correta, porém sem brilho, de Marina Machado em Concert in the Garden fazendo o vocal de Luciana Souza. Ela me pareceu, desde a passagem de som, tensa e pouco à vontade. Pena.
Gostaria ainda de ressaltar a qualidade de músicos desconhecidos para muitos de nós do Cjub. Os tenores Cleber Alves e Chico Amaral e o trumpetista Daniel Alcântara, mostraram muita qualidade e personalidade em seus solos. Imaginem a responsabilidade!
Um dos momentos mais bonitos de Concert in the Garden é a “conversa” em solo entre piano e acordeão. Pois bem, André Mehmari e Toninho Ferragutti deram um show, principalmente porque em nada lembraram Frank Kimbrough e Gary Versace, os titulares de Maria. Como exemplo, Ferragutti usou mais os registros graves enquanto Versace sola usando os agudos.
Vamos torcer que o Ivan consiga a fita da RedeMinas, pois seria uma pena que o espetáculo fique apenas na memória dos que lá estiveram.
Em relação a Maria Schneider, só posso dizer que é uma mulher notável. Bonita por dentro e por fora, simples como pessoa e genial como artista. Conversamos por 2 vezes como se fôssemos, a rainha e seu súdito, velhos amigos.
Para terminar, não posso deixar de mencionar nosso mestre Luiz Orlando, que me deu o prazer de assistir alguns shows ao seu lado, ouvindo em primeira mão seus precisos comentários. Obrigado, mestre LOC.
PS: Desculpe ao Ferragutti pelo Farraguti!
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