Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

TUDO É JAZZ - 2007 - SEGUNDO SET

22 setembro 2007




O festival não se resumiu aos shows do centro de convenções. No Largo do Rosário transcorreu o “Jazz Paralelo”, um “Tudo é Jazz” gratuito com grupos brasileiros que também foi um sucesso.
Durante o dia, workshops, palestras e debates com acesso livre, complementaram a programação.
Pessoalmente, assisti ao debate “Cds x Downloads“ com a participação de dois dos maiores críticos americanos, Gary Giddins ( JazzTimes ) e John McDonough ( DownBeat ), além do “Cjubiano” Luiz Orlando Carneiro, Zuza Homem de Mello e do curador do festival Ivan Monteiro.
Aqui, uma palavra sobre Ivan, um dos maiores responsáveis pelo brilhantismo do festival. Um jovem que não conhecia, apaixonado por jazz e em particular por Miles Davis. Êle, no espírito, já é um cjubiano! Parabéns e obrigado, Ivan. Junte-se a nós!
Outra ótima iniciativa foi a participação da Russo Jazz Band, um grupo como aqueles das ruas do French Quarter de New Orleans, que assisti animando a viagem de trenzinho entre Ouro Preto e Mariana.

Voltando a música, gostaria de complementar alguns comentários que fiz no “primeiro set”.
Não entrei em detalhes sobre o show do Wallace Roney, devido a um grande sentimento de decepção pois tenho bons discos dele e assisti a um agradável show no Mistura Fina em 2006. Saí cedo mas soube que no final não havia mais do que 20 “testemunhas” na platéia.

Quanto a Madeleine Peyroux, o maior sucesso de público do festival, também abandonei o show após a quarta música e décima desafinada. Ao vivo, nem a voz é parecida com a de Billie Holiday. A moça é um produto de marketing e dos milagres dos técnicos de gravação.

Não me estendi sobre os veneráveis João Donato e Bud Shank, porque achei o Donato muito burocrático e o Bud sem “sopro”, afinal o cara tem mais de 80 anos. Mas devo ressaltar que o Robertinho Silva foi um show à parte. Tocou tanto que valeu a entrada!

Já o Oscar Castro Neves continua sendo um violonista maravilhoso, porém o conjunto é estranho. Violão, violino, soprano, piano, baixo elétrico e bateria. Não me soou bem. E o simpatissíssimo Oscar resolveu cantar! Inclusive Águas de Março!! Aí fui dormir.

O Sambajazz Trio, como já disse, é mais SAMBA do que jazz, mas é gostoso. Só não posso aceitar, e talvez por isso meu comentário tenha parecido indiferente, é o Clauton Sales, em 3 ou 4 músicas, tocar trumpete com a mão direita e bateria com a esquerda, ao mesmo tempo! Give me a break!!

Sobre o Omer Avital, quero comparar sua atuação sóbria, concentrada e com solos de impecável execução no trio do Aaron Goldberg, com o de seu quinteto, rindo e dançando com seu baixo, tocando música de festa.
O show foi bom, mas duvido que alguém lembre de algum momento especial, um solo ou até uma música em particular.

Em contrapartida, o jovem Goldberg abriu seu set com Luíza, passou por Djavan, tocou boas composições próprias e do Avital, além de um surpreendente arranjo de Inútil Paisagem, que como escreveu o mestre LOC, teve um delicioso sabor “bluesy”. Devemos ficar de olho neste pianista.

No set de Ingrid Jensen, faltou falar da participação de Zeca Assumpção no baixo, muito aplaudido e reverenciado pela própria Ingrid.

Não falo mais de Joshua Redman. Já comprei o cd.

Sobre o espetáculo de domingo, não citei a participação correta, porém sem brilho, de Marina Machado em Concert in the Garden fazendo o vocal de Luciana Souza. Ela me pareceu, desde a passagem de som, tensa e pouco à vontade. Pena.
Gostaria ainda de ressaltar a qualidade de músicos desconhecidos para muitos de nós do Cjub. Os tenores Cleber Alves e Chico Amaral e o trumpetista Daniel Alcântara, mostraram muita qualidade e personalidade em seus solos. Imaginem a responsabilidade!
Um dos momentos mais bonitos de Concert in the Garden é a “conversa” em solo entre piano e acordeão. Pois bem, André Mehmari e Toninho Ferragutti deram um show, principalmente porque em nada lembraram Frank Kimbrough e Gary Versace, os titulares de Maria. Como exemplo, Ferragutti usou mais os registros graves enquanto Versace sola usando os agudos.
Vamos torcer que o Ivan consiga a fita da RedeMinas, pois seria uma pena que o espetáculo fique apenas na memória dos que lá estiveram.

Em relação a Maria Schneider, só posso dizer que é uma mulher notável. Bonita por dentro e por fora, simples como pessoa e genial como artista. Conversamos por 2 vezes como se fôssemos, a rainha e seu súdito, velhos amigos.

Para terminar, não posso deixar de mencionar nosso mestre Luiz Orlando, que me deu o prazer de assistir alguns shows ao seu lado, ouvindo em primeira mão seus precisos comentários. Obrigado, mestre LOC.

PS: Desculpe ao Ferragutti pelo Farraguti!

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