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O GAROTO DE DETROIT
18 setembro 2007
“Comprei meu primeiro sax quando estava na high school, no Brooklyn. Eu olhava as vitrines das lojas de penhor e vi algo que se parecia com um sax alto. Entrei e perguntei quanto custava, o vendedor disse que o venderia por $35. E era quanto eu tinha no bolso. Paguei e levei o metal para casa.
Mas quando levei o sax para a escola, o professor de música me disse que aquilo não era um sax alto. Era um C Melody Sax com um pescoço reto, que o fazia parecer com um alto. Levei o sax de volta para a loja de penhores mas o dono não quis devolver meu dinheiro. Então tive que aprender como tocar o C melody sax, o qual é bem diferente do alto.
Basicamente o som do C melody é um pouco mais duro do que o alto Mi-bemol, mas a maior diferença é que o instrumento é afinado em Dó Maior, o qual significava que eu podia ler a pauta da música do piano por cima do ombro do professor e tocar com ele. Com o alto em Mi-bemol a música do piano tem que ser transposta para uma 6ª. Maior, antes que você consiga tocar junto. Essa transposição não é necessária com um C melody.
Eu aprendi muito da música tocando com esse instrumento, que me facilitou tocar diversos outros instrumentos de sopro como a flauta, oboé e todos os outros de uma orquestra sinfônica.
Quando me juntei a Charlie Barnet em 1942, eu tocava vários instrumentos de palheta, então Charlie me ensinou a forma de tocar do Harry Carney, o grande saxofonista barítono da orquestra de Duke Ellington. Harry era um deus para todos os saxofonistas barítonos da época, sua tonalidade era imponente e em todas as gravações ele era ouvido.
Eu me juntei a Charlie Barnet em Minneapolis. Tive que pegar o trem de Nova York para Chicago e trocar de composição. Quando cheguei ele não me procurou durante algumas semanas e, quando finalmente se dirigiu a mim, pensei que fosse ser despedido. Ao invés disso ele disse: ‘Olha garoto, você conhece Harry Carney?’
Claro que conhecia Harry. Ele era o meu herói.
Charlie me mandou trocar de metal, usar o mesmo que Harry tocava – um Conn. Ele falou: ‘Use a mesma boquilha também e as mesmas palhetas, eu quero você tocando da mesma forma que o Harry’.
Nesse meio tempo a banda viajou de Minneapolis para Detroit. Consegui falar com um especialista em reparos de instrumentos e perguntei se ele conhecia alguém que estivesse vendendo um sax barítono Conn. Ele disse que conhecia um garoto que havia recentemente comprado um metal novo e estava vendendo seu Conn. Eu pedia a ele que o mandasse a nosso local de ensaios.
O garoto apareceu e me vendeu o Conn por uns $150. O nome dele era Pepper Adams, que veio, evidentemente, a tornar-se um excelente saxofonista barítono. Eu fazia isso o tempo todo – vendia os metais. Anos mais tarde vendi meu Selmer para Serge Chaloff.
Depois de comprar o bari de Adams, adquiri a boquilha que Carney usava – uma de grande tamanho, feita pela Woodwind & Company -- e as mesmas palhetas numa loja de instrumentos musicais.
Depois de tocar com aquele Conn, Charlie me olhou, no caminho do camarim e sinalizou com um OK, esfregando o indicador no polegar para enfatizar. Aquilo me fez sentir-se grande. Aquele sinal significava que ele me tinha feito um saxofonista barítono. Antes disso eu era um bom alto e tenor, mas depois, eu sabia que seria para sempre, um barítono. Eu me apaixonei por aquele metal”.
Veja o vídeo para ver o que aconteceu com aquele garoto que vendeu o saxofone barítono para Danny Bank. A música é Dyland’s Delight.
Essa música apareceu no “Addams Effect” (1995), com Frank Foster (st), Tommy Flanagan (p), Ron Carter (b) e Billy Hart (d). Que Som!
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