Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

HISTORIAS DO JAZZ n ° 45

28 agosto 2007

Mais “Saúvas” – “Fats” Quirino

“Fats” Quirino de Oliveira - Foi um dos mais pitorescos “atletas” do Clube dos Saúvas. Era um mulato gordo, bonachão, usava óculos de aro fino e gostava de criar frases engraçadissimas, as quais mostraremos dentro dessa narrativa. Freqüentava pouco as nossas reuniões. até porque, Dona Romana, sua terrível esposa, impunha severa marcação sobre ele.
Quando acontecia estarem juntos ele e Danilo, a musica rolando na”vitrola” era inevitável que os dois dançassem e ele afirmava:“Estamos dizendo no pé.”
Certa ocasião nos encontramos na estação das barcas, rumo a Niterói. O horário era de “rush” (18:30) e o aperto ombro a ombro era inevitável. Quando abriam os portões, os primeiros saiam em disparada como se estivessem disputando uma prova atlética ao que Quirino comentou – “nos cem metros rasos esses caras não perdiam.” Mas, o resto do “rebanho” ia se arrastando até a lancha naquele aperto descomunal e Quirino disparou :”Velhinho, nas Copas Roca” . relembrando naturalmente o povaréu que se deslocava para São Januário para assistir um Brasil e Argentina.
Quando eram marcadas nossas reuniões tinha sempre uma piada. Quando a mesma era na casa de Mr. Jones exclamava sorrindo : “Jogo no Maracanã”. Mas quando era na casa de outro saúva disparava: “O jogo é em Barirí!”.
De vez em quando eram estabelecidos “negócios” entre os Saúvas. Compra, venda ou troca de discos, ou “pastilhas” como ele batizava os 78 rotações. Então criou mais essa: “Vamos fazer um Jacó ? “.
Mas, a mais sensacional de Quirino na minha opinião foi quando comemoramos o segundo aniversário do Clube dos Saúvas. Nos encontraríamos na casa de Silvio para depois irmos jantar no restaurante “Gruta de Capri” em Icaraí . Acontece que tal encontro não pode ser realizado e fomos direto para o restaurante. Sentados a mesa já fazendo os pedidos , Quirino tirou o paletó e colocou nas costas da cadeira, e pegou o menu para escolher o seu prato. Não teve tempo. Um garçon aproximou-se e informou que havia uma senhora lhe chamando. Olhou para trás e viu na porta a Dona Romana, mãos nas cadeiras e olhar ameaçador. Calmamente vestiu o paletó, levantou-se não sem antes exclamar: “Desculpe velhinho, vôo cego da rádio patroa”. As gargalhadas devem ter provocado ainda mais a ira de madame Quirino mas,o resultado ele nunca contou.”
Deixou saudades.

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