Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

13 junho 2007

RETRATOS
04. BUD POWELL (A)

Earl Rudolph Powell, “Bud” Powell, Pianista, Compositor e Arranjador, nasceu em 27/Setembro/1924 em New York, onde faleceu em 31/Julho/1966.

Sem nenhuma sombra de dúvidas foi um dos mais técnicos, inspirados e influentes pianistas de JAZZ e, definitivamente, o mais legítimo pianista do “Bebop”.

Segundo Thelonius Monk ninguém conseguia tocar como Bud: “too difficult, too quick, incredible !".

Herbie Hancock afirma que Bud Powell é “a fundação sobre a qual se assenta o edifício do JAZZ moderno e depois dele todos tentaram tocar como ele”.

Bud é um gênio”, dizia Charlie Parker.

Max Roach opina que ele “é o mais brilhante que pode ser um gênio, o único gênio da nossa cultura”.

Bud é um gênio genuíno”, afirmou Duke Ellington.

Essa mínima amostra do acervo de reconhecimentos a que faz jus leva Bud Powell, com toda a justiça, a integrar a “galeria da fama” ao lado dos mais importantes músicos de JAZZ de todos os tempos.

Recusando o fácil e com linhas sinuosas que o levam até os limites de Charlie Parker, Bud Powell desenvolveu estilo pessoal na fronteira da ruptura, já que a todo toque propõe ultrapassar seus próprios limites; empregava a mão esquerda insinuando a presença do baixo e da bateria, para que a mão direita tivesse esse apoio abstrato para “pensar”, construir e encadear todas as suas belas idéias em quaisquer andamentos e, particularmente quando em “up.tempo”, numa velocidade que nas primeiras audições não nos permitem captar todas essas idéias. Bud Powell é prazer à primeira audição (como descobrir a beleza dos números complexos em “A+Bi”), mas necessita de aprofundamento, escuta e introspecção para o prazer pleno (como resolver uma integral não-imediata).

Durante os quase 42 anos de vida oscilando entre momentos de lucidez e períodos de loucura, Bud Powell deixou-nos um dos maiores patrimônios musicais para a história do JAZZ. Mesmo encontrando nessa história biografias dolorosas que definem uma não-existência pessoal plena (Joe “King” Oliver, Bix Beiderbecke, Charlie Parker, Art Pepper, Frank Rosolino e tantas outras), é muito difícil encontrar um caminho mais desesperado e trágico que o percorrido por Bud Powell, autêntico artífice da revolução dos anos 40, o “Bebop”, junto a outros poucos protagonistas como Gillespie e Parker; Bud Powell teve um verdadeiro exército de imitadores, que oscilaram entre tentar seguí-lo ou livrar-se de sua influência (comportamentos típicos ante um mestre que cria algo novo e diferente).

Neto de avô guitarrista de “flamenco” em Cuba, filho de pai adepto do “stride piano”, com um irmão trumpetista e violinista (William) e outro estudante de piano (Richie, que mais tarde participou do memorável quinteto de Clifford Brown e com ele faleceu em acidente automobilístico), desde cedo estudou assiduamente piano clássico, com predileção por Mozart (o que se nota em muitos momentos de suas atuações em trio). Interessou-se mais tarde pelo JAZZ impressionado por Art Tatum e James P. Johnson.

Estudou com Elmo Hope e com Thelonius Monk, seu “tutor” musical, amigo e que lhe dedicou os temas “In Walked Bud” e “52nd Street Theme”, que Bud Powell utilizava como seu tema (prefixo / sufixo) e que Thelonius Monk jamais tocou ou gravou.

Tocou na orquestra colegial dirigida por seu irmão William e, durante pouco tempo acompanhou a cantora, trumpetista na linha de Louis Armstrong, bailarina, coreógrafa, arranjadora e “band-leader” Valaida Snow (“A Rainha do Trumpete com seus Jazz Rhythm’s”).

Ingressou na banda de Cootie Williams e, simultaneamente, foi levado por Thelonius Monk (no sótão do clube onde os músicos ensaiavam Bud Powell encontrou Thelonius Monk, também jovem mas com estilo inteiramente diverso do seu e, também e em certa medida, menos favorecido sob o ponto de vista de estudo musical) para a atmosfera e o mundo vanguardista do início dos anos 40, freqüentando os pequenos clubes onde germinou a semente e cresceu a árvore do “Bebop”: Minton’s Playhouse e Clark Monroe’s Uptown House. Com o sexteto de Cootie Williams (co-autor com Thelonius Monk do clássico “Round Midnight”) é que localizamos os primeiros registros fonográficos com a participação de Bud Powell, então com 19 anos, em 04 e 06/Janeiro/1944 e em New York. A última gravação com Cootie Williams foi realizada neste mesmo ano e em sessão de 22/Agosto.

Bud já despontava então em possuir, além de um virtuosismo técnico ímpar e de grande intuição musical, excepcional capacidade de desenvolver idéias geniais sobre os temas que lhe eram propostos ou os de sua própria criação.

Seu jogo criativo com a mão direita chamou a atenção de Dizzy Gillespie e Oscar Pettiford, que tentaram levá-lo no início de 1944 para o “Ônix Club” (Rua 52) com o objetivo de formar um quinteto; Cootie Williams, seu tutor, barrou essa investida.

O ano de 1945 marca Bud Powell por 02 eventos. O primeiro deles foi sua única gravação, em 02/Maio, com o quinteto do tenorista Frank Socolow, enquanto o segundo foi a agressão que o marcaria, psicológica e fisicamente, para o resto da vida: foi golpeado na cabeça com o cassetete de um policial, internado como doente mental em ambiente para tratamento psiquiátrico (eletrochoque) o que, ao invés de recuperá-lo, agravou seu estado; seguidas enxaquecas, dramáticas e intermitentes depressões, que o levavam a alternar momentos de lucidez com fases de pausas silenciosas em que até falar com ele era difícil. Esse problema foi agravado, também, pelo abuso do álcool.

Em 1946 Bud grava com Dexter Gordon em quinteto (29/Janeiro), com Sarah Vaughan e o grupo liderado por Tadd Dameron (com cordas, em 07/Maio), com os quintetos de J.J.Johnson (26/Junho) e de Kenny Dorham (23/Agosto), este passando a ser o quinteto de Sonny Stitt (que grava em 04/Setembro), apenas com a substituição do baterista Wallace Bishop por Kenny Clarke.

Esse quinteto é ampliado para noneto em gravação do dia seguinte (05/Setembro), sob o título de “Kenny Clarke And His 52nd Street Boys” e com a seguinte formação: Kenny Dorham e Fats Navarro (trumpetes), Sonny Stitt (sax.alto), Ray Abrams (sax.tenor), Eddie DeVerteuil (sax.barítono), Bud Powell (piano), John Collins (guitarra), Al Hall (baixo) e Kenny Clarke (bateria), gravando para o selo econômico da RCA, o Bluebird, os temas “Epistrophy”, “52nd Street Theme”, “Oop Bop Sh’bam” e “Roya Roost = Rue Chaptal”; mais “bebop” impossível ! ! !

A última gravação de Bud Powell em 1946 foi realizada no dia seguinte (06/Setembro) com arranjos de Gil Fuller para octeto liderado por Fats Navarro (Fats Navarro / Gil Fuller's Modernists”) e com a mesma formação da véspera substituindo Ray Abrams por Morris Lane e sem a guitarra de John Collins.

Em 1947 Bud Powell gravou pela primeira vez como “líder” em trio: Bud Powell (piano), Curly Russell (baixo) e Max Roach (bateria), 10/Janeiro. Também por primeira vez gravou com Parker: Miles Davis (trumpete), Charlie Parker (sax.alto), Bud Powell (piano), Tommy Potter (baixo) e Max Roach (bateria), 08/Maio nos Estúdios Harry Smith.

A partir de Novembro/1947 e até 1948 Bud Powell voltou a ser internado mais de uma vez (“Creedmoor Psychiatric Center”, Long Island); em 1948 gravou em uma única oportunidade.

Em Janeiro/1949 Bud Powell chega à VERVE (Norman Granz) e em Agosto desse ano à Blue Note; as gravações ao longo do tempo para essas etiquetas, felizmente, foram reunidas em coletâneas disponíveis no mercado em estojos (vide “Discografia Resumida”). Segundo o recém-falecido saxofonista Jackie McLean, se a supervisão adequada e humana dos proprietários da Blue Note, Francis Wolff e Alfred Lion, tivesse ocorrido desde o início da carreira de Bud Powell, ele teria sido uma pessoa inteiramente diferente, em função da grande amizade que por ele nutriam e pelo respeito com que sempre o trataram.

A lista qualitativa do crítico literário Harold Bloom intitulada “Greatest Works Of Twentieth-Century American Art” inclui as gravações para a Blue Note de “Un Poco Loco” e “Parisian Thoroughfare” (ambos os temas da autoria de Bud Powell) nesse rol de preciosidades artísticas.

Um Poco Loco” particularmente e a nosso juízo (secundando as opiniões de Leonard Feather e de Luiz Orlando Carneiro) é uma autêntica jóia musical, que nos enleva a cada audição dos 03 “takes” em ascendência para a Blue Note.

Em 1950 Bud Powell é detido por posse de narcóticos, é internado por 17 meses e submetido a eletrochoques. Após liberado Bud segue gravando e se apresentando alternadamente, conseguindo durante algum tempo ficar longe das drogas e do álcool, para ficar com sua mãe na Pensilvânia em 1953, onde compõe a obra prima “Glass Enclosure”. Há uma versão segundo a qual o gerente do "Birdland" à época, Oscar Goldstein (a quem eram atribuídas ligações com o crime organizado) foi “tutor” legal de Bud Powell e mantinha-o praticamente recluso e, para poder vigiá-lo permanentemente, levou-o a casar-se com Audrey Hill; segundo essa versão foi para essa condição que Bud compôs “Glass Enclosure”.

Em 1953 tem lugar o famoso concerto no Massey Hall (Toronto, Canadá), com o quinteto escolhido por votação: Parker, Gillespie, Bud, Mingus e Max Roach, cujas peripécias podem ser lidas na vide “Discografia Resumida”.

Viajou para a Europa pela primeira vez em 1956 com o grupo auto-intitulado “Birdland 56” (Miles Davis, Lester Young e parte dos componentes do MJQ), com turnês por vários paises, tomando contato com o respeito europeu pela arte e pela cultura negra; ai iniciou-se sua vontade de viver no velho continente, o que somente veio a ocorrer em 1959, para ali permanecer por 05 anos. Nessa ida e permanência sua companheira foi Altevia Edwards (“Buttercup”), que tornou-se sua esposa nos últimos anos de vida, e seu filho Earl Douglas John Powell.

Em Paris, onde se radica, apresenta-se constantemente no clube “Le Chat Qui Péche” e forma com Pierre Michelot ao contrabaixo e Kenny Clarke (Mr Clock) à bateria, o “The Three Bosses”, que marca ponto seguidamente no "Blue Note" parisiense de 1959 a 1962. Esse trio foi formado após a apresentação de 02/Abril/1960 no “Essen Jazz Festival”, Grugahalle, Essen, Alemanha (Coleman Hawkins no sax.tenor, Bud Powell no piano, Oscar Pettiford ao baixo e Kenny Clarke à bateria, conforme “Discografia Resumida"), onde foi calorosamente aplaudido.

Então teve início uma tuberculose pulmonar bilateral, que progressivamente aprofundou seu já delicado estado de saúde, levando-o à internação em hospital para tratamento de 1963 até Junho/1964 (já então apresentava outra vez como quadro permanente a incapacidade de livrar-se do álcool). Todavia teve muito apoio moral e pessoal daquele que se tornou seu amigo, Francis Paudras, “designer”, hospedeiro, acompanhante permanente com quem morou, amante do Jazz e, mais tarde, autor da biografia de Bud Powell (“LA DANSE DES INFIFÈLES”, conforme "Bibliografia" indicada adiante) que, inclusive, o acompanhou no retorno aos Estados Unidos em 1964, com o acordo que após algumas apresentações em sua pátria Bud Powell retornaria a Paris com Francis.

Seu retorno ao “Birdland” de New York foi triunfal, em uma apresentação seguida por 07 minutos de aplausos ininterruptos, mas a doença já não mais o deixou; habitou-se a desaparecer por largos períodos, sendo que uma noite foi encontrado dormindo numa rua do Brooklin, em frente a um hotel e ao lado de vagabundos. A Baronesa Pannonica de Koenigswarter, “Nica” (amiga e benfeitora de muitos músicos e para a qual Thelonius “Sphere” Monk compôs o tema “Pannonica”, assim como Horace Silver criou o “Nica’s Dream”) o convidou para sua residência em New Jersey; Bud fugiu uma noite e perambulou sem rumo até ser encontrado em Greenwich Village. Francis Paudras retornou a Paris sem Bud Powell e comentava com seus amigos que “Bud Powell não sentia mais gosto nem mesmo em tocar”.

Bud Powell participou do “Charlie Parker Memorial Concert” (homenagem aos 10 anos do falecimento de “Bird”) no Carnegie Hall, New York, em 1965, em piano.solo que ficou registrado em disco.

Sua derradeira gravação (Bud Powell ao piano, Scotty Holt no baixo e Rashied Ali à bateria), tem como data 02/Janeiro/1966 no “Town Hall” em New York.

Foi hospitalizado (“Kings County Hospital”, Brooklyn) em 17/Julho/1966 vindo a falecer de pneumonia no dia 31/Julho. A Prefeitura local estimou em 5.000 a quantidade de pessoas que saiu às ruas do Harlem para homenageá-lo, ao passo que tocaram em sua memória Lee Morgan e o professor Barry Harris

FILMOGRAFIA
São poucos os documentários com a presença de Bud Powell mas, felizmente, todos eles com atuações ao vivo. Listamos os 05 (cinco) que nos permitem apreciar a técnica pianística e o “feeling” desse extraordinário mestre do “Bebop”.

01. Cootie Williams And His Orchestra
1944, U.S.A., 10 minutos.
Solos de Bud Powell, Cootie Williams, Sam Taylor e Eddie Vinson em 02 números: “Wild Fire” e “Theme”.

02. Bud Powell - Série “Vintage Jazz Collection”.
1959, Club Saint.Germain, França, 31 minutos.
Bud Powell (piano), Barney Wilen (sax.tenor), Clark Terry (trumpete), Pierre Michelot (baixo) e Kenny Clarke (bateria).
Temas apresentados: “Crossin’ The Channel”, “No Problem”, “Pie High”, “52th Street Theme”, “Blues In The Closet” e “Miguel’s Party”.
1959, Blue Note (de Paris), França.
Bud Powell (piano), Lucky Thompson (sax.tenor), Jimmy Gourley (guitarra), Pierre Michelot (baixo) e Kenny Clarke (bateria).
Temas apresentados: “Get Happy”, “John’s Abbey” e “Anthropology”.

03. Stopforbud.
1963, Dinamarca, 12 minutos, direção de J.J.Thorsen, J.Poulsen e A.J.Leth.
Bud Powell (piano), Niels.Henning Ørsted Pedersen (baixo) e baterista não identificável. Apresentação em trio com comentários de Dexter Gordon.

04. Piano Legends - Série “Naipes do Jazz”.
1981, U.S.A., 63 minutos, escrito e dirigido por Burrill Crohn.
Bud Powell em 1962 com acompanhantes não identificados. Apresentação com comentários de Chick Corea.

05. Jazz I Montmartre - Via Internet pelo site “jazzworld”.
(?) ano, 5’21”, Bud Powell (piano), Niels.Henning Ørsted Pedersen (baixo) e Jorn Elniff (bateria). Execução em “up.tempo” do clássico de Parker e Gillespie “Anthropology”, demonstrando a incrível fluência técnica e musical de Bud nesse andamento.

BIBLIOGRAFIA
Extensas são as referências em livros sobre Bud Powell, seja pela sua supremacia musical enquanto pianista do “Bebop”, seja por representar, ao lado de Charlie Parker, Dizzy Gillespie e poucos mais, a origem da revolução dessa forma a partir do início da década de 40 do século passado. Sintetizamos a seguir essas referências, com base no que entendemos como mais qualitativo sobre Bud Powell e restritos aos livros que possuímos.

01. THE NEW EDITION OF THE ENCYCLOPEDIA OF JAZZ (Leonard Feather, 1ª Edição, 1956 / reimpressão de 1960, U.S.A.), THE ENCYCLOPEDIA YEARBOOK OF JAZZ (Leonard Feather & Ira Gitler, 1ª Edição, 1957, Inglaterra), THE ENCYCLOPEDIA OF JAZZ IN THE 60’s (Leonard Feather, 1ª Edição, 1960 / reimpressão de 1976, U.S.A.) e THE ENCYCLOPEDIA OF JAZZ IN THE 70’s (Leonard Feather & Ira Gitler, 1ª Edição, 1976 / reimpressão de 1978, U.S.A.).
Toda a coletânea de Leonard Feather (parte da qual com a colaboração de Ira Gitler), dedica verbetes a Bud Powell, destacando-o como o mestre maior do “Bebop” no piano.

02. A HISTÓRIA DO JAZZ (Barry Ulanov, 1ª Edição no Brasil em 1957, tradução de original americano de 1952), destaca Bud Powell nas páginas 348/349 iniciando seu relato com o fato de Bud Powell “tornar o piano parte integral do bop”.

03. A HISTÓRIA DO JAZZ (Marshall Stearns, 1ª Edição no Brasil em 1964, tradução de original americano de 1962), desfila nas páginas 232/256 um panorama bem vívido do nascimento e do desenvolvimento do “bebop”, com citações sobre Bud Powell.

04. O JAZZ DO RAG AO ROCK (uma infelicidade de tradução para o título) (Joachim E. Berendt, 1ª Edição no Brasil em 1975, tradução de original alemão de 1971), nas páginas 217/218 pontua que “...No jazz moderno a pianística vem de Art Tatum, mas de Bud Powell vem o estilo. Tatum deixou para o Jazz um estandarte pianístico inalcançável, mas Bud criou uma escola.

05. GRAN ENCICLOPEDIA DEL JAZZ (04 volumes da Ed. SARPE, 1ª Edição, 1980, Espanha) dedica as páginas 1189 a 1191 a um bom histórico da vida e da obra de Bud Powell.

06. O PIANO NO JAZZ (Roberto Muggiati, 1ª Edição, 1982, Brasil) tece um retrato de Bud nas páginas de 20 até 23, arrematando com o fato de que “..Raros pianistas fizeram tantos seguidores no Jazz como Bud Powell, nos Estados Unidos e no resto do mundo, e seria pura perda de tempo enumerar todos eles...”.

07. OBRAS PRIMAS DO JAZZ (Luiz Orlando Carneiro, 1ª Edição, 1986, Brasil), relata nas páginas 73/77 as qualidades técnicas e as “obras primas” de Bud, assinalando que “...Bud Powell..... foi quem realizou, de modo admirável, a complexa operação de dotar o piano jazzístico de uma linguagem bop fluente, tão eloqüente como a de Parker no saxofone e a de Dizzy Gillespie no trompete....”.

08. LA DANSE DES INFIFÈLES (Francis Paudras, 1ª Edição, Editora L’Instant, 1986, 409 páginas, Paris França). Prefácio de Bill Evans, texto e fotos (cerca de 1.050) em P&B: Introdução, 56 capítulos (cada um deles com o título de um tema) e Coda. De todos os livros escritos sobre JAZZ este é um dos mais importantes, pelo histórico, pela iconografia, pela paixão do autor pelo JAZZ e pelo que significou na vida de Bud Powell = recuperação enquanto esteve na França, vida nova com sucesso e o respeito do público, preparo e retorno aos U.S.A. É importante assinalar que este livro, por seu material temático e fotográfico, foi a “chave” visual e de roteiro para o filme de Bertrand Tavernier “Por Volta da Meia Noite”, que rendeu a indicação de Dexter Gordon para o Oscar de melhor ator e o Oscar/1986 de trilha sonora para Herbie Hancock.

09. THE MAKING OF JAZZ: A Compreensive History (James Lincoln Collier, 1ª Edição, 1987, U.S.A., reimpressão do original de 1978, Inglaterra), é laudatório sobre a carreira e a influência de Bud Powell enquanto criador de escola, dedicando-lhe as páginas 387/391.

10. OPUS 86 - JAZZ (Andres Francis, 1ª Edição no Brasil em 1987, tradução de original francês de 1982), nas páginas 119/120 comete alguns deslizes biográficos sobre Bud Powell, mas é taxativo quanto ao fato de ser ele o mais imitado dos pianistas de Jazz.

11. THE GREAT JAZZ PIANISTS (Len Lyons, 1ª Edição, 1989, U.S.A.), farta-se de citações de todos os grandes pianistas (assinaladas em 43 páginas) sobre Bud Powell: sua influência, sua carreira, seus métodos

12. JAZZ HOT ENCYCLOPÉDIE - Bebop (Jacques B. Hess, 1ª Edição, 1989, França) é importante pela abordagem “musical” do Bebop e pelas páginas 75/77 sobre Bud Powell, destacando que “....Sa virtuosité, son attaque d’une puissance terrifiante, son drive irrésistible que donne en tempo ultra-rapide l’impression qu’il pourrair jouer encore plus vite sans rien perdre de son aisance, .....”.

13. OS GRANDES CRIADORES DO JAZZ (Gérald Arnaud & Jacques Chesnel, 1ª Edição em Portugal em 1989, tradução de original francês de 1985), classifica Bud na página 47 como o estilista perfeito do piano “be-bop” (.....tinha uma necessidade quase obsessiva de exprimir completa e fielmente as idéias musicais que jorravam de seu cérebro...).

14. LOS 100 MEJORES DISCOS DEL JAZZ (Jorge Garcia, Federico G. Herraiz, Federico Gonzales, Carlos Sampayo, 1ª Edição, 1993, Espanha), destaca Bud Powell como um “Jazz Giant”: “…fue la encarnación absoluta e irrepetible del piano moderno….”. O album “Jazz Giants” é um dos 100 recomendados pelos autores, e com inteira procedência.

15. DICCIONARIO DEL JAZZ (Philippe Carles, André Clergeat & Jean-Louis Comolli, 1ª Edição em espanhol em 1995, tradução de original francês de 1988), contem extenso verbete sobre Bud Powell nas páginas 969/971, incluindo alguma discografia recomendada.

16. OS GRANDES DO JAZZ - 05 volumes + 72 CD’s (Edições del Prado S.A., 1ª Edição mal traduzida para o português em 1996/1997, original da Espanha), traz no 3º volume as páginas 109/120 com alentada biografia e discografia recomendada de Bud. O CD agregado à edição contem 12 faixas com boa qualidade técnica de gravação e ótimo repertório (Tea For Two, Lover Come Back to Me, Um PoCo Loco, Glass Enclosure etc etc).

17. A CENTURY OF JAZZ - A Hundred Years of the Greatest Music Ever Made (Roy Carr, 1ª Edição, 1997, Inglaterra), é uma edição de luxo que nas páginas 58/81 aborda o “Bebop”, evidentemente com destaque para Bud Powell, Parker e Gillespie.

18. GLOSSÁRIO DO JAZZ (Mário Jorge Jacques, 1ª Edição, 2005, Brasil), páginas 247/248, encerra o verbete piano sentenciando que “.....Contudo foi no bebop que o PIANO adquiriu total independência quanto ao acompanhamento da mão esquerda atingindo sua apoteose com Bud Powell e Thelonius Monk....”.

Continua em (B) e (C) com a discografia reduzida de Bud Powell.

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