Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

PARKER & LAFARO

24 novembro 2006




São 45 anos com os ouvidos ligados, conectados ao jazz. Tudo começou via TV, seriado Peter Gunn(1958/61), minha primeira informação sobre o assunto. Graig Stevens, que fazia o papel principal, tinha uma namorada linda, cantora de um bar. A música era do Mancini. Sempre no inicio ou final de um capítulo havia espaço para uma canja do pequeno grupo e a voz de Lola Albright, que fazia o papel da “crooner”. Se não era jazz de primeiro escalão, tinha conseguido me fascinar. Logo vieram os Brubecks, Petersons, Gillespies, Coltranes e etc. Nunca me preocupei em estudar a matéria, o início de tudo. Sabia da importância de um Armstrong, Ellington, Kenton e tantos outros craques anteriores. Tinha apenas sede de ouvir o jazz que se fazia na época. Depois de toda essa trajetória e metodologia, do nada, cheguei a uma conclusão sobre quais seriam na minha opinião os dois mais significativos instrumentistas até hoje. Demorei para chegar aos nomes. Hoje tenho a coragem de revelar: Charlie Parker e Scott LaFaro.
Há algumas coincidências entre os dois. Morreram cedo (Parker, 34, e LaFaro, 25).
Os dois revolucionaram seus instrumentos, deixando uma escola até hoje inigualável.
Possuíam técnica incomum para a época. Se Parker não chegou a ouvir LaFaro, este, pelo estilo e arrojo, ouviu “Bird”. Se Parker continuasse vivo, não existiria outro para enfrentá-lo. O mesmo em relação a LaFaro. Gary Peacock e Eddie Gomez bem que tentaram. Mingus não tinha igual senso de improvisação, muito menos Carter - as frases ao mesmo tempo líricas e complexas. Qualquer contrabaixista moderno nada acrescenta ao que LaFaro fez na antológica noite de domingo no Village Vanguard com Bill Evans e Paul Motian, 11 dias antes de morrer em acidente de carro. Quem ouvir aquelas gravações com o cuidado que merecem, perceberão um Evans coadjuvante. Se Brian Bromberg é tido pelos músicos americanos como a fera atual do baixo acústico, ele é ainda apenas afluente de LaFaro. A concepção é a mesma, assim como a de Gomez e Peacock .
Quanto a “Bird”, tudo igual. Nenhum outro saxofonista atinge o mesmo vigor e espontaneidade do improvisador. Meio século e ninguém passa perto. Parker era capaz de criar climas mirabolantes em poucos segundos de solo. Coltrane, tal como Miles, optou por uma linguagem paralela, movida à emoção. Não havia (e não há) como seguir os passos de Parker. Quem quiser, vai quebrar a cara (Cafiso??).
Não achei outro nome com os mesmos atributos - procurei músicos que fizeram escola e que se ainda vivos fossem atuais em seus instrumentos. Pensei em Bud Powell, mas falharia na técnica. O mesmo em relação a Monk . Pensei em Ellington, Coltrane, Miles, Gillespie, Dolphy.........Bill Evans jamais teve "swing". Quem poderia ser esse terceiro, quarto, quinto...? Peço ajuda aos cejubianos, advertindo que Parker e LaFaro são escolhas apenas pessoais. E só me refiro aos instrumentistas.

PS. Charles Parker, Jr morreu em 1955. Rocco Scott LaFaro, em 1961

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