Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

MUSEU DE CERA # 6 – BESSIE SMITH

10 novembro 2006

Bessie Smith - considerada a maior cantora da era do Blues clássico dos anos 20, período este em que Blues e Jazz se confundiram, uma vez que era interpretado por cantores acompanhados por músicos de Jazz. Nascida em abril de 1895, órfã aos 8 anos já aos 12 iniciava cantando nas ruas de Chattanooga sua cidade natal no Tennessee. Em 1912 conseguiu uma vaga como dançarina e cantora num show onde atuava Ma Rainey (*1886 †1939) que a orientou e ajudou permanecendo juntas até 1915 quando Bessie ingressou no circuito de vaudeville T.O.B.A. Em 1923 apadrinhada pelo diretor artístico da Columbia - Frank Walker entrava no estúdio em New York acompanhada do pianista Clarence Williams para gravar 2 temas – Down Hearted Blues e Gulf Coast Blues. Seu sucesso foi enorme conseguindo vender 780.000 cópias no ano, rivalizando-se com o Crazy Blues de Mammie Smith o primeiro a ter o privilégio de obter um registro fonográfico em 1920. Seus maiores méritos que inclusive a nomearam como a Imperatriz dos Blues, vinculavam-se a uma ampla voz de contralto de excelente timbre, a perfeição da dicção, a entonação certa, os glissandos modais e o suingue nato e bem equilibrado.
Através da década de 20 Bessie gravou com inúmeros grandes nomes do Jazz como Fletcher Henderson, James P. Johnson, Coleman Hawkins, Don Redman, Louis Armstrong, Charlie Green, Joe Smith, Buster Bailey, Charles Dixon e muitos outros... Bessie não foi só a maior cantora de Blues, mas realizou a transição entre o canto de arte rural e folclórica e o das cantoras da década de 30 como Mildred Bailey, Maxine Sullivan, Ella Fitzgerald e Billie Holiday, por exemplo.
Aliada à sua vida conturbada desde a infância, cantava no seus Blues, inclusive compondo muitos deles, os temas realistas da época que assolavam a comunidade negra como o racismo, a miséria, as supertições, a decadência sob o álcool, as prisões por contrabando de bebidas, as mortes violentas, os amores venais dos cafetões, enfim parte do que foi vivido por ela própria.
A partir de 1931 sua vida voltou a se complicar uma vez que a Columbia não conseguia mais vender seus discos devido à Depressão econômica e ao avanço das estações de rádio e do cinema falado. Bessie partiu para as canções populares chegando a gravar pela última vez em 1933 para a Okeh. Veio a falecer em 1937 de desastre de automóvel. O produtor John Hammond que a esperava para uma gravação em New York, escreveu no magazine Down Beat que Bessie ao ser encaminhada a um hospital próximo a Memphis não foi atendida por ser negra levando muito tempo a chegar em outro para negros agravando seu estado e a levando à morte. Isto não foi realmente provado mas o rumor permanece até hoje. É até bem possível dada a radicalização racial à época.
Selecionamos então o tema Gulf Coast Blues que iniciou uma fantástica contribuição do Blues ao Jazz. Reparem que nem todas as frases são completadas por Bessie, o que era normal no Blues clássico, dando oportunidade ao acompanhador de introduzir variações e improvisações, no caso, o excelente piano de Clarence. Este break instrumental no Blues foi uma das sementes do Jazz.

GULF COAST BLUES (Alberta Hunter – Lovin Austin) – Bessie Smith (vocal), Clarence Williams ao piano. Gravação original: 16/fev/1923 - New York- Columbia (A3844-mx80864) – Fonte CD Bessie Smith – The Collection – Columbia CK 44441- USA – 1989
Para ouvir a parte musical clicar no hiperlink MÚSICA.

MÚSICA

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