Morton foi uma das grandes figuras da criação do Jazz e seu grande mérito está em ter absorvido pouco a pouco o blues criando um estilo instrumental e assim a rítmica do ragtime com as harmonias blues foram se amalgamando. Talvez por isso, muito vaidoso, se auto-titulava como -"o criador do Jazz" (menos Baptista!), porém de qualquer maneira foi um expoente.
Mantendo sua cidade natal como base estendeu seus itinerários por Memphis, St. Louis, Kansas City e Los Angeles onde viveu por 5 anos, muitas vezes trabalhando em shows de menestréis. Em 1922 segue para Chicago, então o novo centro da atividade jazzística, a exemplo de Armstrong e King Oliver. Inicia ali as gravações não só como piano solo, mas liderando um sexteto.
Aqui vamos nos ater no pianista, um criador inventivo com a técnica adequada e grande senso de equilíbrio musical (já que equilíbrio no seu comportamento de vida é que não possuía muito, jogador compulsivo, trapaceiro contumaz, cáften, bem... deixemos para lá seus atributos menores).
Dentre os primeiros registros uma autêntica obra-prima New Orleans Joys um blues clássico de 12 compassos (AAB) composto por Morton em 1902. Combinando a precisão formal do ragtime com um suave fluxo melódico resulta em uma verdadeira elegância poética. Emprega o rítmo habanera típico de uma dança cubana bastante comum também em New Orleans, cidade sob forte influência hispano-caribenha e o tema, condizente com o título, reflete as alegrias naturais daquela explendorosa cidade.
NEW ORLEANS JOYS (J. R. Morton) – Jelly Roll Morton (piano solo) Gravação original: 17/jul/1923 – Gennett 5486-B (mx 11538-A), Richmond, Indiana, USA. Fonte: CD - Jelly Roll Morton – Vol. 1 – 1923-1924 – Master Of Jazz – MJCD 19 - França
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