Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho)*in memoriam*; David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels)*in memoriam*,, Pedro Cardoso (o Apóstolo)*in memoriam*, Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge), Geraldo Guimarães (Gerry).e Clerio SantAnna

MUSEU DE CERA # 1 - LOUIS ARMSTRONG

06 outubro 2006

Amigos jazzófilos, inauguramos esta seção chamada Museu de Cera com o intuito de resgatar um pouco da história do Jazz apresentando sempre antigas e antológicas gravações dos maiores nomes desta arte maior.
Não poderíamos iniciar por outra figura que não a do grande Armstrong, nosso popular Satchmo, talvez a maior, pelo menos no início do Jazz. A genialidade de Armstrong vinculou-se exatamente a sua concepção sobre os conceitos que caracterizavam aquela maneira de executar música, à época, recém denominada de Jazz.

A liberdade de criação melódica e rítmica aliadas às harmonias trazidas pelo blues conceituavam a interpretação de uma canção na forma jazzística e isto já era notório desde Buddy Bolden pelos relatos que nos chegam. Armstrong sentia a música em sua plena forma de liberdade criando em cima das estruturas formais de um tema, empregando suas convicções de como deveria soar, colocando toda a poderosa emoção que sentia.

Nisto foi um gênio, fundamentando assim as bases do aspecto primordial para o Jazz que é a improvisação. Armstrong foi o primeiro músico cujo estilo foi marcado pelo swing fluente preparando o terreno para o que viria depois, Hawkins, Ellington, Gillespie, Parker, Coltrane, Monk e outros.

Satchmo teve uma infância difícil, pobre, negro, vivendo em um gueto de Storyville, internado em um reformatório, enfim momentos tristes e penosos. Com a música que abraçou conseguiu se libertar de quase tudo, apenas o racismo o atormentava. Suas apresentações foram marcadas de muita alegria com suas estrondosas gargalhadas e multicaretas, mas ao executar um blues traduzia todo o estado de tristeza e melancolia próprio da evolução das canções de trabalho, espirituais e cânticos afro-americanos referidos às raizes estilísticas da África Ocidental.

A carreira de Armstrong se inicia com grande apoio do mestre King Oliver, que o leva para Chicago aos 21 anos, onde faz os primeiros registros fonográficos com a Creole Jazz Band. Talvez a mais interessante de todas essas gravações seja Tears, uma composição do próprio Armstrong e a da pianista Lil Hardin, sua futura esposa, na qual já mostra suas idéias não exatamente em solo mas em nove breaks que de relance começam a revelar seu trabalho, ainda que tímido mas genial.

É interessante ressaltar que o estilo da banda, apesar de estar em Chicago, era o New Orleans Ensemble, ou seja da forma como era executado na cidade berço do Jazz, enfocando a polifonia entre os instrumentos de sopro, no caso os cornetins de Oliver e Louis, e os excelentes trombone de Dutrey e clarinete de Dodds. A seção rítmica se mantém discreta no apoio, como era costume.





TEARS (L. Armstrong – L. Hardin) - King Oliver's Creole Jazz Band – Joe "King" Oliver (cornetim e líder), Louis Armstrong (cornetim), Johnny Dodds (cl), Honore Dutrey (tb), Lil Hardin (pi), Baby Dodds (bat), Johnny St. Cyr (banjo), Reverend Charlie Jackson (sax-baixo). Gravação original: 5/out/1924 (Okeh 40000) – Chicago. Fonte: CD – Columbia /Legacy – C4K 57176 – 1994- USA

Nenhum comentário: