
Aqui você vai encontrar as novidades sobre o panorama nacional e internacional do Jazz e da Bossa Nova, além de recomendações e críticas sobre o que anda acontecendo, escritas por um time de aficionados por esses estilos musicais. E você também ouve um notável programa de música de jazz e blues através dos PODCASTS.
Apreciando ou discordando, deixem-nos seus comentários.
NOSSO PATRONO: DICK FARNEY (Farnésio Dutra da Silva)
..: ESTE BLOG FOI CRIADO EM 10 DE MAIO DE 2002 :..
Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho)*in memoriam*; David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels)*in memoriam*,, Pedro Cardoso (o Apóstolo)*in memoriam*, Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge), Geraldo Guimarães (Gerry).e Clerio SantAnna
MILTON, SEM RÓTULOS, IGUALA-SE AOS FIGURÕES DO JAZZ
13 abril 2006
Um fã desavisado poderia se surpreender ao ver Milton Nascimento cantar um clássico do jazz, dedilhando um baixo acústico. Foi exatamente assim que o compositor abriu seu show de anteontem pela série Credicard Vozes, no Bourbon Street, em São Paulo. Como outros artistas que já participaram desse projeto, Milton aceitou o desafio de interpretar um repertório diferente do habitual. Ou de reler seus sucessos num formato musical diverso do que o consagrou. Acompanhado por seu sexteto, ele foi direto ao assunto: já entrou em cena vocalizando a melodia de "Work Song" (de Nat Adderley), clássico do soul-jazz dos anos 60. E, sem largar o contrabaixo, emendou uma versão descontraída de outra pérola do gênero: "Far More Blue" (de Dave Brubeck). Quando tudo indicava que a seleção de clássicos do jazz continuaria, Milton virou o jogo. Trocou o baixo pelo violão e, com aquela voz sublime que emociona platéias há quatro décadas, relembrou a bela "Outubro" (parceria com Fernando Brant), lançada por ele em seu disco de estréia, em 1967. Para quem acompanha de perto a trajetória do carioca mais mineiro da MPB, esse foi o verdadeiro início do show. A relação de Milton com o jazz o segue desde cedo e transparece em boa parte de sua obra, especialmente na maneira de tratar melodias e harmonias. Mesmo sem ser um jazzista literal, Milton é um adepto do improviso como método de criação. Não foi à toa que ele incluiu no roteiro outras canções da fase inicial de sua carreira. Como a pungente "Tarde" (parceria com Márcio Borges), recriada com pulso de samba, em arranjo bem jazzístico. Ou a solar "Canção do Sal", que ressurge em versão mais vibrante do que a original. Também não é à toa que Milton escolhe para sua banda músicos com formação jazzística, como o tecladista Kiko Continentino, o guitarrista Wilson Lopes ou o baterista Lincoln Cheib, que já o acompanham há anos. Esse know-how ficou bem evidente na longa versão de "Vera Cruz" (parceria com Marcio Borges), repleta de improvisos, como numa "jam session". Outro momento conectado com o jazz veio com "Lilia", tema instrumental lançado originalmente no lendário álbum "Clube da Esquina" (1972), que Milton compôs em homenagem à sua mãe. A nova versão ganhou um sotaque oriental, insinuado pelo expressivo solo de Widor Santiago ao sax soprano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário