
Aqui você vai encontrar as novidades sobre o panorama nacional e internacional do Jazz e da Bossa Nova, além de recomendações e críticas sobre o que anda acontecendo, escritas por um time de aficionados por esses estilos musicais. E você também ouve um notável programa de música de jazz e blues através dos PODCASTS.
Apreciando ou discordando, deixem-nos seus comentários.
NOSSO PATRONO: DICK FARNEY (Farnésio Dutra da Silva)
..: ESTE BLOG FOI CRIADO EM 10 DE MAIO DE 2002 :..
Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho)*in memoriam*; David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels)*in memoriam*,, Pedro Cardoso (o Apóstolo)*in memoriam*, Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge), Geraldo Guimarães (Gerry).e Clerio SantAnna
JARRET, NA COLUNA DO MESTRE LUIZ ORLANDO: JB, 12/05/05
12 maio 2005
"Jarrett, mestre do improviso"
O garoto prodígio chamava-se Keith Jarrett, e nasceu em Allentown, Pennsylvania. Começou a estudar piano antes dos 4 anos; dava recitais aos 7; foi aluno de Nadia Boulanger e da Berkelle School of Music; aos 21 deixou os Jazz Messengers de Art Blakey e juntou-se ao quarteto hippie de Charles Lloyd; em 1970, Miles Davis convocou-o para o seu conjunto elétrico-fusionista; em 1975, espantou ao criar solo o mitológico Köln Concert, que vendeu mais de 2 milhões de cópias e tornou viável a etiqueta alemã ECM; nos anos 80 e 90 consagrou-se como o Glenn Gould do jazz, à frente do fascinante e interativo Standards Trio. E mais. Como Glenn Gould, trancou-se várias vezes nos estúdios para gravar as Variações Goldberg, o cravo bem temperado de Bach, Mozart, Händel ou os 24 prelúdios e fugas de Shostakovitch. Só que as interpretações dos clássicos por Jarrett foram consideradas, pela maioria da crítica, bem mais ''comportadas'' que as de Gould. Ou seja, Glenn Gould foi o Keith Jarrett da música clássica.
O garoto prodígio de Allentown virou sessentão domingo. Para comemorar a data, acaba de lançar o CD duplo Radiance (ECM 1960/61). É o primeiro álbum de improvisações solo desde a série encerrada com La Scala (ECM 1640) - registros de dois recitais de 1995 no templo da ópera, em Milão.
Radiance (gravado em Tóquio e Osaka em 2002) aparece portanto na discografia de Jarrett como uma nova reflexão solitária, depois de discos excepcionais com o Standards Trio (Jack DeJohnette, bateria; Gary Peacock, baixo), editados entre 2000 e 2003, sempre pelo selo de Manfred Eicher: Whisper not (1724/25); Inside out (1780), Always let me go: Live in Tokyo (1800/01) e Up for it (1860).
Nas notas do CD duplo comemorativo, o exigente virtuose do teclado - que é capaz de suspender uma apresentação ao escutar um ruído desagradável na platéia - chama a atenção de seus ouvintes para a necessidade de absoluta concentração, a fim de seguir os arriscados caminhos por ele trilhados e perceber ''os links às vezes muito sutis entre temas, espaços e invenção rítmico-harmônica'' (Thom Jurek, na review do All Music Guide).
Alguém já disse que Jarrett ''faz amor com o piano''. Daí os gemidos, exclamações de êxtase e até de dor, além dos contorcionismos corporais, que refletem a extraordinária intensidade emocional de suas performances. Em 2003, Keith Jarrett recebeu o cobiçado Polar Music Prize da Real Academia de Música da Suécia. O prêmio foi concedido ''ao músico americano Keith Jarrett, pianista, compo- sitor e mestre no campo da música improvisada'', tendo em vista que ''seu elevado grau de arte musical (...) é marcado por sua habilidade em cruzar, sem esforço, fronteiras no mundo da música''. "
P.S.: Embora tenha tido sua coluna relocada no Caderno B, da página 2 habitual para a última capa, teoricamente um local mais nobre do que o anterior, achei que o espaço para nosso Cjubiano-Mestre-Remoto diminuiu. Ficou tão pequeno que, no dia em que ele decidir ilustrar a coluna, pouco sobrará de espaço para as suas idéias, nosso maná semanal. Então, caríssimo LOC, ofereço-lhe mais uma vez este mural para que possa escrever tudo o que deseje, sem nenhum tipo de limitação de espaço. A coluna aqui é, em tamanho, incomensurável. Isto é, compatível com a sua cultura jazzística.
Nenhum comentário:
Postar um comentário