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NOSSO PATRONO: DICK FARNEY (Farnésio Dutra da Silva)
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BANDA MANTIQUEIRA, 23/07/2004, MISTURA FINA @@@@
28 julho 2004
Essa percepção, deixada já em sua passagem por Free Jazz de vários anos atrás e bissextas aparições pelo Rio, ficou ainda mais clara, agora que, após bom tempo, finalmente o público carioca reencontrou-se com o combo paulista.
A orquestra, tão justo é seu entrosamento, dá-se ao luxo até de dispensar a presença de seu band leader e principal arranjador, o excepcional altoist Nailor Proveta (excursionando com Joyce, no Japão), mas ainda assim arrancando a mesma impressão de excelência e tendo como porta-voz ad hoc, na noite da última sexta-feira, Valmir Gil (trompete e flugelhorn), ao lado de Cacá Malaquias (sax-alto e clarinete); Carlos Alberto Alcântara (sax-tenor e flauta); Vitor Alcântara (sax-tenor, sax-soprano e flauta); Ubaldo Versolato (sax-barítono, flauta e piccolo); François de Lima (trombone de válvulas); Valdir Ferreira (trombone de vara); Odésio Jericó e Nahor Gomes (trompete e flugelhorn); Marinho Andreotti (baixo elétrico); Jarbas Barbosa (guitarra); Lelo Izar (bateria); e Fred Pince e Vinícius Barros (percussão).
O enfoque, no repertório, é a música brasileira, porém sempre com discurso jazzístico, abrindo-se espaço para generosos choruses de todos os solistas, pontuados por riffs longe do óbvio, fruto dos arranjos engenhosos e muitas vezes de dífícil execução, que a perfeita interação coletiva parece enfrentar sem maior esforço.
Realmente chamam a atenção, na Mantiqueira, o esmero na construção dos arranjos, com a preferência por determinadas estruturas, como, p. e., exposição dos temas a princípio por dois instrumentos somente (alto/flugel ou alto/trombone) em uníssono ou harmonizados -, como em Airegin (S. Rollins) e Insensatez (Jobim); e o embate entre palhetas (reeds) e metais (brass) travado de modo espetacular no bis, Linha de Passe (Bosco/Blanc/Emílio).
O set, iniciado com outra composição da dupla Bosco/Blanc, Prê-à-Porter de Tafetá, trouxe ainda dois medleys,o primeiro, canções de Dorival Caymmy (Samba da Minha Terra e Saudade da Bahia), outro, com clássicos nordestinos, como Pau-de-Arara (Luiz Gonzaga/Gui de Moraes), Último Pau-de-Arara (Venancio/Corumba) Qui nem giló (Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira), numa profusão de variações rítmicas e de andamentos, no melhor estilo Mingus de orquestrar, inclusive com um interlúdio exclusivo para o sax alto e a zabumba.
Destacou-se também a imponência do tratamento dado ao tema de Proveta, À Procura, com introdução solene, remetendo a Ogerman, e privilegiando o uso constante das flautas e piccolo.
Feminina (Joyce) trouxe riffs superpostos e cruzados, num verdadeiro puzzle orquestral, perfeitamente encaixado, entretanto, na alegria contagiante do tema, que inspirou solos luminosos, em verdadeiro tour-de-force coletivo.
Com este grau de competência, vale a pena uma ponte aérea semanal às 3ªs, quando a Banda Mantiqueira regularmente se apresenta no Supremo, em São Paulo. Sorte deles.
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