
Aqui você vai encontrar as novidades sobre o panorama nacional e internacional do Jazz e da Bossa Nova, além de recomendações e críticas sobre o que anda acontecendo, escritas por um time de aficionados por esses estilos musicais. E você também ouve um notável programa de música de jazz e blues através dos PODCASTS.
Apreciando ou discordando, deixem-nos seus comentários.
NOSSO PATRONO: DICK FARNEY (Farnésio Dutra da Silva)
..: ESTE BLOG FOI CRIADO EM 10 DE MAIO DE 2002 :..
Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho)*in memoriam*; David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels)*in memoriam*,, Pedro Cardoso (o Apóstolo)*in memoriam*, Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge), Geraldo Guimarães (Gerry).e Clerio SantAnna
Preparem seus passaportes, o Clube está pronto!
19 maio 2004
N. do E.: A organização chamada de Jazz at Lincoln Center, mencionada diversas vezes neste artigo, é a maior entidade artística não-lucrativa dedicada ao jazz, do mundo.
SÓ PARA JAZZ: UM LUGAR ÚNICO
por Jon Pareles, do NYT
Nova Iorque - Só mesmo um visionário teria a idéia de comprar uma casa nova com janelas do teto até o chão com vista para o Central Park. Essas janelas, no centro do quinto e sexto andares do Time Warner Center, no Columbus Circle, serão ao mesmo tempo a face pública e o mais sério desafio acústico para o novo lar do Jazz at Lincoln Center, a Sala Frederick P. Rose.
Como o primeiro centro de apresentações construído especificamente para jazz no mundo, a sala representa um marco para o jazz como forma de arte americana. "Todos sabiam que estavamos preparando algo histórico", disse Wynton Marsalis, diretor artístico do Jazz at Lincoln Center, que chama a nova sede da organização de "the House of Swing". A obra deve terminar no final de julho, e a estréia, depois de um verão inteiro de concertos fechados "para afinação e ajustes", está marcada para 18 de outubro.
O projeto comprometeu 128 milhões de dólares e uma área imobiliária "top", para reconhecer a duradoura importância da música que nasceu das ruas. "Não há precedente para isto," disse Rafael Vinoly, o arquiteto do projeto. "Não é facil e não está testado ainda".
Jazz é luxo
Situada bem no centro do Time Warner Center, acima das lojas sofisticadas e restaurantes refinados, a Sala poderia ser considerada como um símbolo de que o jazz é um luxo. Marsalis rejeita essa noção. "Desde que começamos, fizemos tudo para alcançar a comunidade e mostrar que aqui haverá música para o povo", disse. "E que essa será uma Sala do povo. Foi contruída com o seu dinheiro".
A cidade de Nova Iorque proveu 28 milhões dos 128 orçados para a Sala Rose, enquanto que o Estado de New York contribuiu com 3,5 milhões e o governo federal com 2,2 milhões. Jazz at Lincoln Center já conseguiu quase todo o saldo - estão faltando ainda 14 milhões finais - de doadores privados. Através de hábil politicagem, Jazz at Lincoln Center conseguiu o espaço com pouco mais de 30 mil m2(!) com o apoio do então prefeito Giuliani e de seu sucessor, o atual prefeito Bloomberg.
Parte da nova institutição dedicada ao jazz ainda será capaz de abrigar óperas completas, mas foi desenvolvida basicamente para o jazz e para a educação jazzística. Diferente da maioria dos centros de artes performáticas, o complexo também será o supra-sumo em termos de gravação e difusão para áudio e vídeo, ligado a todo e qualquer veículo, do rádio à televisão de alta-definição até o ensino à distância via Internet.
Desde 1991, quando passou a ser uma partição do Lincoln Center, Jazz at Lincoln Center vem apresentando a maior parte de seus concertos realizados em Manhattan nas Salas Alice Tully e Avery Fisher. Estes auditórios estão longe do ideal para o jazz porque foram construídos para destacar música clássica não-amplificada. A mesma reverberação que faz ali soar cheio a um naipe de violinos, pode embolar o som afiado de um conjunto de jazz e transformar o mais suave desempenho de um baterista num jogo de ping-pong de ecos indesejáveis.
O jazz necessita de salas que reverberem menos do que as preparadas para a música clássica mas não tão absorventes que se faça perder o calor dos instrumentos. Recintos com boa acústica para grupos de jazz foram, por diversas vezes, descobertos acidentalmente: clubes em subsolos, salões lotados de dançarinos, pequenas salas de ópera européias, etc.. Marsalis, que viajou por todo o mundo com conjuntos grandes e pequenos, sempre manteve os olhos e ouvidos atentos para os locais quem melhor lhe soaram. E esses são os modelos para a "Casa do Swing".
Inspiração italiana
A Sala Rose (Rose Hall) incluirá uma sala de concerto, um salão de dança/cabaré e um pequeno clube onde músicos de jazz se apresentarão todas as noites. A sala de concertos, chamada de Rose Theater, foi inspirada nas pequenas casas de ópera italianas. "As pessoas sentavam-se próximas e havia um forte sensação de comunidade nessas casas", disse Marsalis, completando "e nós sabemos como essa sensação nos ajuda".
O teatro foi desenhado pensando-se em flexibilidade pois também será usado para filmes, dança e óperas. Outros grupos de artes performáticas já estão de olho no espaço, que inclui 11 torres móveis com fileiras de assentos - que Marsalis compara a varandas das casas de New Orleans - para que a audiência possa variar de 1.100 a 1.231 lugares. Para os shows de jazz, parte da audiência poderá ficar atrás dos músicos, o setup preferido por Marsalis. Porém para as produções de óperas e para cinema, as torres poderão ser deixadas atrás do palco enquanto os cenários e telas serão baixados do espaço aéreo de cerca de 25 metros ali existente. Um elaborado sistema de abafadores acústicos móveis e cortinas está sendo construído para permitir a variação da ressonância do recinto para diversos tipos de apresentações. Como numa aconchegante casa de ópera ninguém da audiência estará a mais de 30 metros dos executantes. Diz {o arquiteto] Vinoly que "será muito difícil cometer erros numa sala deste tamanho".
Acusticamente isolada
Diferentemente do Carnegie Hall e seu anexo situado no subsolo, a Sala Zankel, que convive com as vibrações do metrô, o Rose Theater está sendo isolado acusticamente do resto do Time Warner Center (e também da estação de metrô que ronca abaixo do Columbus Circle). O ruído de fundo do teatro ficará abaixo do limiar da audição humana, o que é tecnicamente conhecido como um nível de ruído categoria NC-1. Estúdios de gravação são, tipicamente, muito menos isolados, tendo níveis de ruído nas categorias NC-20 a NC-25. "O que é um simples conceito no campo das idéias, transforma-se em algo muito complicado de construir", disse Paul Logan, o arquiteto que dirige o projeto para a Jazz at Lincoln Center. O som viaja facilmente através de material sólido, assim o Rose Theater será uma caixa dentro de outra caixa, flutuando em montagens complexas de aço e enchimentos de neoprene. Cada conexão estrutural, cada vão de porta e cada duto que leva à Sala tem de ser devidamente isolado. "Fica inacreditavelmente caro,"disse Vinoly.
Ao lado do Rose Theater fica o salão com "a vista". É a Sala Allen, com 310 a 550 lugares, um salão de dança/cabaré com sua enorme janela para o Central Park. Levemente ispirada num anfiteatro grego e no Rainbow Room, tem sete fileiras de assentos que podem ser elevadas alternadamente, por meio hidráulico, para dar lugar a apenas quatro fileiras, com largura suficiente para mesas de banquete e para dançar. Festas e eventos deverão dividir a agenda com as performances jazzísticas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário