Por Dan Ouellette, em transcrição da Billboard (e tradução livre)
New York - Horace Silver está de volta e essa é a notícia do momento.
Mas quando o pianista/compositor de 75 anos acomodou-se no Blue Note em New York, no final de abril e início de maio, a casa lotou em todos os seus sets. O compromisso assumido por uma semana inteira marcou a primeira aparição pública de Silver em mais de quatro anos e ficou óbvio o quanto ele fez falta.
Em 29 de abril, Silver tocou temas intrigantes e efervescentes do album conceitual "Rockin' With Rachmaninoff" que gravou em 1991 mas não havia sido lançado até o final do ano passado, pelo selo Bop City Records. Ele apareceu com um octeto provisório que incluía o trombonista Conrad Herwig e o saxofonista Eric Alexander.
A sua resistência musical prevaleceu quando, sorrindo o tempo todo, Silver liderou seus coortes pelos temas "Rocky Meets the Duke", matizado pela rumba, por "Sunday Mornin' Prayer Meetin'", com uma vibração típica de New Orleans, e pelo caprichoso "Monkeyin' Around With Monk".
O primeiro set fechou com o clássico jazzístico e hit de Horace, "Song for My Father", que o compositor expandiu para um improviso de mexer com as cabeças, com um "groove" funk no qual demonstrou sua capacidade extraordinária ao teclado.
Depois de dar dezenas de autógrafos Silver relaxou no camarim no intervalo e sorriu. "Estou me sentindo muito bem", disse. Perguntado se a receptividade do público o encorajaria a voltar a se apresentar em turnê, respondeu: "Ah, não. Vou tocar um pouco aqui e ali mas estou muito confortável em minha casa".
Quanto ao CD, Silver disse que concebeu a música a partir de um sonho onde Duke Ellington se encontrava com Serge Rachmaninoff no céu e apresentava ao compositor clássico a todos os grandes jazzistas que lá estavam. As composições foram aoresentadas em Junho de 1991 quando um musical estreou com cantores e dançarinos no Barnesdale Theater de Hollywood.
Mas as músicas não foram consideradas, então, pelos selos Columbia, GRP/Impulse e Verve, com quem Silver estava associado nos anos noventa, como boas para um lançamento fonográfico. "São antigas, mas são novas," disse Silver, que continua trabalhando em novas composições. "Não tenho composto tanto ultimamente mas ainda tenho muito material para desenvolver".
Seus fans acham uma vergonha que ele esteja sem nenhum acerto para fazer um disco e tem esperança que algum selo reconheça que Silver ainda vale ouro.
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