Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

CHIVAS JAZZ FESTIVAL - IMPRESSÕES DA SEGUNDA NOITE

07 maio 2004

como escrito pelo Sazz e por motivos técnicos, postada por mim

Lembro que foi na noite de um domingo no final do ano passado que recebi um telefonema, em casa, do mestre e guru Raffaelli, me dando em primeiríssima mão e de forma secreta, na promessa de não divulgar nem mesmo para minha mulher, a confirmação da vinda do Steve Kuhn, com seu trio, para o Chivas Jazz, o qual tinha ido por mim indicado, e por saber da minha admiração por esse que considero o pianista substituto do Bill Evans, no meu entender o número 1 de todos os tempos.

Sim, este mesmo Steve Kuhn, que conheci em N.York em 2001, ao assisti-lo no Knickerbocker, um bar-restaurante da Rua 10 esquina com University, quando homenageou os brasileiros presentes naquela noite (imaginem quantos: minha mulher e eu), iniciando o 2o. set quase à 01:00 da manhã e tocando 2 temas de musicos considerados por ele tão importantes quanto Porter e Gershwin, a saber Tom Jobim e Ivan Lins, com as musicas Luísa e "The Island" (Começar de Novo).
Bem, não preciso dizer que além de ter autografado alguns CDs, deixou no ar a promessa de quem sabe vir um dia ao Brasil, o que aliás, tentei em vão com o Pedro Paulo do M. F., que perdeu a oportunidade de ter sido o apresentador no Brasil deste maravilhoso pianista, arranjador e compositor ao mercado brasileiro, alegando ser o mesmo pouco conhecido e não ter apelo comercial.

Verdade é que, com mais de 50 anos de carreira, tendo tocado com monstros como
John Coltrane, Gary McFarland (outro pouco conhecido e divulgado, que devo falar a respeito proximamente) e Stan Getz, Kuhn ficou mais conhecido como o músico dos músicos, talvez até pela sua humildade e simplicidade, muito embora sua discografia seja gigante (sou possuidor de quase toda), tendo passado por distintas gravadoras como Concord, Impulse, Evidence, Venus, até a grande ECM, onde recém lançou seu último trabalho, "Promises Kept", todo autoral, só com cordas e contrabaixo.

Enfim o dia D foi ontem. Mesmo acompanhando uma cantora, o que por si só já demonstra uma dignidade e respeito acima de qualquer vaidade pessoal, Steve Kuhn comprovou ainda mais sua simplicidade e elegância, além de uma técnica ímpar principalmente e sobretudo nos dois números que fez apenas com seus pares, Drumond e Finck, com quem vem tocando há mais de 10 anos.

Registro também a sua participação vocal em tema próprio e em duo com Sheila Jordan, em um momento de total descontração e carinho, que aliás foi o ponto alto da Sheila com o publico que, cada vez mais, vai se distanciando e perdendo esses valores frente ao stress e a insegurança em que vivemos hoje, nós cariocas.

Acho que por alguns momentos esqueci disto tudo e fui parar em outro planeta, mesmo com a algazarra (no bom sentido, é claro) dos meus parceiros de mesa Coutinho e Fraga, também eufóricos pela noite iluminada que nos proporcionaram Andrew Hill e Steve Kuhn.

E hoje tem mais. Até lá e aleluia, a alma está lavada...

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