Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

CHIVAS JAZZ FESTIVAL 2004 - 7/4/2004 - COTAÇÕES

20 maio 2004

TOM HARREL QUINTET - @@@

Ótimas e originais composições, quase que todo o tempo pontuadas pela influência latin - especialmente a bossa nova - deram o tom geral do concerto de Tom Harrel (trompete), à frente de seu destacado quinteto, trazendo Marcus Strickland, no sax tenor, os irmãos Xavier (piano) e Quincy Davis (bateria) e o baixista Ugonna Okegwo.

Num set exclusivamente composto de originais, todos com arranjos de Harrel também, o trompetista mostrou sua sonoridade atraente, porém um tanto mais "suja" que o habitual, parecidíssima, no timbre do trompete (e nisto apenas), com a do Chet Baker dos anos 70/80.

Os destaques individuais ficaram, justamente, para os irmãos Davis, Xavier como o camaleão de sempre (já tocou "com todo mundo"), apto a brilhar em qualquer contexto, e Quincy, extremamente jovem, porém talentosíssimo.

O combalido estado de sáude de Tom Harrel em nada parece afetar sua instigante relação com a música, que transpira arte verdadeira a cada compasso com que nos vai surpreendendo e emocionando.


RAUL DE SOUZA QUINTETO - @@@

Não há trombonista que domine, com igual maestria e desenvoltura, ambos os idiomas, do be-bop e do samba, como Raul de Souza. Para cada um dos estilos, sem dúvida, fileiras de nomes surgiram e surgirão como expoentes, mas aquele capaz de discursar com idêntica eloquência nos dois, chama-se Raul de Souza.

Desde o "timbraço" vindo de trás do palco, já com a banda devidamente instalada e aquecida, o mestre brasileiro trouxe para o Chivas autêntica música brasileira, "envenenada" (no bom sentido) pela língua do jazz. Samba, samba-canção, gafieira: o Brasil desfilou soberano na 3ª noite do festival, inclusive a partir do jovem grupo de músicos curitibanos arregimentados para a sessão, com amplo destaque para o baixista Glauco Solter e para o guitarrista Mario Conde.

A técnica impressionante de Raul revela-se ainda mais incendiária no Souzabone, trombone especial, com 4 válvulas, por ele idealizado.

Uma apresentação digna do reencontro com a platéia carioca, do sumo pontífice do instrumento, no país.



BOBBY PREVITE´s BUMP THE RENAISSANCE BAND - 1/2

Imaginem um baterista muito mais "pesado" que Dave Weckl. Mais pesado, até, que Dennis Chambers. Aliás, imaginem logo "Bonzo" (John Bonham), do Led Zeppelin.

Agora, pensem nele tentando tocar um suposto "free jazz". Ou seria um ... "free rock" ?

Quem assistiu à Bump de Bobby Previte não precisou imaginar. Testemunhou in loco a autêntica catástrofe "musical" que antagonizou todo o festival.

A esperada reunião, em torno do baterista, de "vanguardistas" como Steve Swallow (baixo elétrico), Wayne Horwitz (piano), Curtis Fowlkes (trombone) e Marty Ehrlich (sax tenor), não resultou em nada mais que uma impostura criativa como há muito aqui não se via.

Achar que sob o manto "permissivo" do avant-garde, qualquer combinação ritmo-melódica acaba virando "música", é um engano antigo, já desfeito há mais de quarenta anos.

Pior ainda, é tentar acrescer uma atmosfera "rock", à paisagem desértica daquele absoluto non-sense harmônico.

Barulho e palmas (e bocejos, muitos), foram tudo o que restou da apresentação de Previte, que tentou respirar, no bis (?), em vã tentativa de articular um blues redentor.

Bobby Previte e seus colegas bem poderiam ter atendido à magnífica aula de (verdadeiro) jazz "free" ministrada um dia antes por Andrew Hill. Preferiram não fazer a lição de casa.

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