Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

A MISSA DE JORGE GUINLE

20 março 2004

Terça-feira, sete da noite. Toca meu celular e começo a conversar com a Claudia Fialho, relações públicas do Copacabana Palace. Ela inicia a conversa dizendo que conseguiu meu número com o Arlindo Coutinho, que por estar em São Paulo não poderia ajuda-la neste momento. Ela estava organizando uma missa em memória do Jorginho Guinle que seria realizada na quinta-feira, ou seja apenas dois dias depois do seu telefonema. Como Jorge Guinle era ateu, alguém sugeriu que na missa, ao invés de se tocar músicas sacras, tocasse jazz. Por isso a Claudia estava me telefonando, ela queria que eu encontrasse músicos e montasse um repertório para a missa. A tarefa estava destinada ao Coutinho, amigo de longa data da Claudia, mas lá de São Paulo seria impossível. Aceitei a tarefa, até porque além de ser um pedido do Couto e do modo gentil como a Claudia me pediu, poderia dizer um dia aos meus netos que eu fiz a produção musical da missa do Jorge Guinle (!).
Porém tinha apenas dois dias para encontrar e contratar dois bons músicos, um pianista e um saxofonista, montar um repertório condizente com o momento, que fosse de agrado do finado Jorginho, que fosse ainda conhecido pelos músicos, pelo público e que fosse aceito pelo padre. Não teria tempo para ensaios e só na hora os músicos saberiam em qual local iriam tocar na igreja.
Quando cheguei em casa liguei para o Bene-X para conseguir algumas sugestões, ele por sua vez ligou para o Mau Nah e no dia seguinte liguei para o mestre Raffaelli. Como o tempo era curtíssimo e normalmente os músicos tocam as quintas, estava difícil montar a dupla. Para piorar meu dia estava repleto de compromissos e passei o dia todo ao celular. Meu amigo Dôdo me passou o telefone do saxofonista Daniel Garcia que por sua vez conseguiu localizar o pianista Dario Gallante. Na quarta à noite a dupla estava formada. Na quinta pela manhã, depois de ouvir diversas sugestões do Bene-X e do Raffaelli decidi montar o repertório com “Body And Soul” na entrada, “Solitude” no ofertório, “In a Sentimental Mood” na comunhão e “When the Saints Go Marchin In’” na saída.
Quando cheguei na Igreja já estavam o Dário e o Daniel que conversavam com a Claudia. Passei as instruções aos músicos, conversamos com o padre e na hora da missa o que ouvimos foi divino. A música se encaixou perfeitamente no clima da missa e os presentes se emocionaram com a surpresa feita pela Claudia, já que ninguém sabia que iria ter jazz naquele momento. No final da missa os músicos tocaram por quase dez minutos “When The Saints Go Marchin In’” com vários improvisos e citações, enquanto os presentes se abraçavam, se despediam e se emocionavam. Muitos vieram parabenizar os músicos. Foi, sem dúvida, uma grande homenagem e fiquei muito feliz em poder ter participado dela.

Abraços,

Marcelink

N.do E.: Peço desculpas pela intromissão no post do Marcelink, mas o motivo é nobre. Saiu hoje uma nota na Coluna Gente Boa - de Joaquim Ferreira dos Santos, no segundo caderno do O Globo - a respeito da bela produção de nosso "faz-tudo". E a despeito de não citarem o autor do feito, considerado "emocionante", aqui está o link para a mesma, para quem quiser ler. Basta rolar a coluna até quase o final e lá está, realçado em vermelho. Bravo, Marceliiiiink!

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