Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

Jorge Guinle (1916-2004)

09 março 2004

O hercúleo esforço para subir os degraus do Mistura Fina, naquela noite de antologia, já era um prenúncio do estado de debilidade física que acometia Jorginho Guinle, no dia daquela que talvez tenha sido a última homenagem prestada a este homem único.

A preciosa concepção dada por Bene-X ao "Jazz Panorama" teve em Marcelink a expressão maior de todas as nossas produções até aqui – não tratemos de aspectos técnicos -, dada a aura de emotividade que pairou em todo o Mistura Fina.

Estive com Jorginho Guinle uma única vez em minha vida, numa noite iluminada, em que, durante aquelas horas, consegui compreender, em toda a sua extensão, o significado da palavra elegância. Seu sorriso contagiante revelava o estado de felicidade com a justa homenagem, e a foto histórica de todos nós o ladeando, ele soprando o saxofone, em pleno palco do Mistura Fina, deve ser eleita como a referência definitiva do CJUB, perpetuando aquela velha amizade de algumas horas.

Lembro-me que a homenagem de Marcelink a cada um de nós, dias antes do memorável evento, estampava a real fraternidade que impera no CJUB; agora, refletindo a respeito da sentida perda, tenho certeza que Jorginho Guinle foi mais que um membro honorário do CJUB, talvez o marco de uma nova etapa, em que alçaremos vôos mais altos, com produções mais ousadas, e tendo como norte o jazz, paixão de toda a sua vida.

Hoje, revendo a dedicatória feita naquela noite em meu exemplar do Jazz Panorama – “ao nosso Fraguinha, saudações do Jorginho” -, fico imaginando a recepção feita no céu, com solos do próprio Charlie Parker e dry martinis servidos, com paixão, por Ava Gardner.

Descanse em paz, companheiro.

Amém.

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